sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

cidadania

O referendo sobre o Santana Lopes foi marcado para dia 11 de Fevereiro.

domingo, 26 de novembro de 2006

sair do coma

Pior que a falta de tempo, é a falta de vontade. Mas pior que tudo isso é o regresso dos Delfins. A Ventoinha não tem dado a devida a importância a momentos históricos que aconteceram neste período de vazio. O José Castelo Branco está finalmente no circo, o Ricardo Araújo Pereira processou o Paulo Bento por plágio e a Elsa Raposo teve que fazer um implante no braço para novas tatuagens... Daqui para a frente prometo que vou tentar estar mais atento, nem que seja um post por ano! Obrigado aos masoquistas que continuaram a aparecer por aqui.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Balada do Ginecologista

Já as dei por caridade
A uma senhora carente
Já as dei com mansidão
E de forma veemente

Já as dei sem querer nada
Em troca p’la gentileza
Já as dei de tal maneira
Que não me estranham a destreza

Já as dei de sandálias,
Descalço e ao pé-coxinho
Já as dei de má vontade
Pois estava com o vinho

Já as dei inquieto
Com vontade de dar mais
Já as dei a meninas de bem
Mas sempre às escondidas dos pais

Já as dei de toda a sorte
Mas sempre a senhoras, convém
Pois nunca em vida vi um homem
Nascido com o sexo de sua mãe

(advertência ao leitor)

Se te assalta a bacante luxúria
Fica sabendo que assim me insultas
Bem sabes que estas quadras elogiam
A divina arte de dar consultas…

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Piadão Ventoinha que o autor tem a sensação que já foi feito mas mesmo assim arrisca

Raul era muito sardento, tinha tantas sardas que, e muito para além da cara, em todo o santo refego do seu corpo as tinha. Por causa de ser sardento, Raul era muito complexado. Mas, apesar dos complexos, era um rapaz com muita pinta.

Marques Mendes processado por negligência

O Ventoinha, em conjunto com a agência Lusa, descobriu que Marques Mendes terá sido processado pela Sininho, personagem alada e eterna amiga de Peter Pan. Nos corredores dos tribunais corre o rumor de que Marques Mendes terá engravidado Sininho numa visita à natal Terra do Nunca (vulgo: Portugal). O processo movido por Sininho contra o polegarzinho laranja deve-se ao facto deste ter negligenciado o filho só porque este tinha asas e podia voar mais alto; quer na vida, quer numa carreira política.
Sininho, que se viu privada de voar devido ao peso na barriga, perdeu milhares de contos em contratos para filmes e viveu momentos de depressão, pois a sua esbelta cinturinha deixou de caber no tutu ridículo. O Capitão Gancho, padrinho de Marques Mendes na política e colega na Coligação Meninos Perdidos, arcará com as despesas do processo.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

TVI censura episódio de Inspector Max

A TVI, essa cadeia de televisão que prima pela qualidade e pela idoneidade cultural sem precedentes, censurou recentemente um episódio de Inspector Max alegando “conteúdos impróprios para consumo” – e é no uso desta terminologia que a TVI se confunde com uma cadeia de fast-food – dos mais jovens. O Ventoinha conta como tudo se passou.
A TVI convidou Wes Craven, o conhecido realizador da trilogia “Scream” e de “Pesadelo em Elm Street”, para realizar um episódio de Inspector Max. Nada de anormal até o episódio sair da edição, fresquinho, para ser visionado pelas autoridades éticas que actuam nos bastidores da TVI. O visionamento resultou num festival de vómito e Martini – há quem não se proíba de beber, até nestas situações.
Escusado será dizer que o Ventoinha teve acesso exclusivo a esse visionamento.
O episódio era simplesmente isto: Max, no princípio do episódio, está a dormir e um traficante enfia-lhe droga na cavidade anal. Ora, como é hábito dos cães andarem sempre atrás do próprio rabo, ninguém liga. Max passa o episódio todo a perseguir a própria cauda e a ouvir frases de ficção nacional como: “Ah, seu sacana!”, “Bolas, Max!”, “Max, só mesmo tu, pá!” e “Pára de perseguir a tua cauda que vais tão longe como a ficção nacional!”. O cão não percebeu.
O auge do episódio dá-se quando o inspector Jorge Mendes, desconfiado de que Max é traficante, tira a arma para o abater e vê, estupefacto, o agente canino a arrancar o rabo à dentada e a devorar o seu próprio cu, para no fim trazer de lá um saquinho de 1/5 kg droga.
E tudo acaba bem: “Muito bem, Max! Ah ah ah, o que era eu sem ti, companheiro!”, diz Jorge Mendes no final do episódio.

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Pré-época Ventoinha: O Trimarã descodificado

Eles são os dois franceses. Gostam de entradas, como qualquer gastrónomo que se preze. Vão fazer um teste de ADN, mas isso não interessa. Se são assassinos, que mal tem um incestozinho? E mais, que se pode tirar de tudo o que tenho vindo a escrever: está uma sociedade secreta por detrás disto? A Pequena Sereia já é menstruada? (Se é, tem de ter muito cuidado com os tubarões!) Em verdade vos digo: um trimarã não é um catamarã. A isto se resume o que aprendi nestes últimos dias com este mistério.
Agora, o Código:
Havia uma morena, essa morena – toda a gente sabe – era Maria Madalena. Os dois franceses são bodes expiatórios, utilizados num joguete da Igreja, com um único fim: matar o pobre homem, que afinal era descendente de Jonas (o tal da barriga do peixe) e que vinha a Portugal, juntamente com Maria Madalena, para fins recreativos; que isto de salvar o mundo já deu.
Mas os franceses não sabiam que iam matar o homem. Na tentativa de pescar um ou outro polvo, porque eles são franceses e gostam de entradas (como a bela da saladinha!) empurraram o homem, que entretanto ficou atado a umas chumbadas, sem ninguém saber como, e assim morreu.
Mas ainda há muito para explicar: onde andava o Pinocchio? A salvar o Geppetto, com certeza? Não, nem por sombras! O Pinocchio estava com a morena, porque a madeira incha com a água. Desta forma, e para regozijo da morena, tornou-se impossível para Pinocchio ajudar o pobre homem que se ia ao fundo, devagarinho, com uma brochura de uma estância de turismo rural no bolso.
Assim se conclui: o descendente de Jonas morreu e “levou com a lenha”, porque o Pinocchio e a morena “pinocchiaram” que se fartaram. Os dois franceses, cujo móbil – que mata a cabeça a tanta gente – era apenas um polvo de dois quilos e duzentas, voltaram para terra sem polvos e estão condenados ao pesadelo gastronómico de comer na prisão. Eles estão, portanto, inocentes. O que matou o homem foi a ineficiência e perfídia de Pinocchio.
Geppetto continua na barriga da baleia.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Evolução (ou não)

É certo que a evolução não é para todos, mas por que raio continua a existir uma modalidade chamada 'lançamento do disco'? cd? Mp3? não?

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Da conspiração taxista

Eu não queria sequer falar disto, mas, sinceramente, não aguento mais ponto final paragrafo
As revelações que estou prestes a fazer vão provocar algum choque, ou não. Toda a gente já reparou que os taxistas têm um comportamento estranho na estrada. Até aqui, tudo muito certo, agora, o que não sabem é o seguinte, os taxistas são de uma espécie diferente da do condutor normal, eles não são humanos. O que acabo de dizer é tão certo como ficar com a pilinha em forma de castanha de caju quando tomo banho frio.
Eu não queria acreditar quando me disseram, então, para tirar tudo a limpo, decidi ir verificar. E não é que cheguei à conclusão de que os taxistas são como os vampiros! Como é que me apercebi disto, perguntam vocês, é simples: os táxis nunca aparecem nos retrovisores, isto é, o corpo físico que eles têm não é reflectido; mas isto não é o pior, o pior é quando nós queremos mudar de direcção numa faixa de bus e eles aparecem, do nada, sem mais nem menos, sem terem dado sinal de vida no retrovisor. Quando estamos a mudar de direcção, toma lá bolachas!, aí estão os taxistas, sem dar abébias, e prontos para dar cabo do carro que nós vamos a conduzir. Para além de não se ver o reflexo deles, eles costumam ser chupistas, mais uma parecença com os vampiros. Se entrarem num táxi com hálito a alho, os taxistas coçam-se todos e afastam a cara (mas isto também acontece nos autocarros, nos cafés, nos acontecimentos sociais em geral). Enfim, ao que parece, eles conspiram para que toda a estrada seja uma grande via de bus, incluindo auto-estradas, e para que mais ninguém possa andar nas estradas a não ser que seja taxista. Ah!, mais uma coisinha, se apanharem um táxi e se depararem com uma foto do Robert de Niro em tronco nu e de moicana, é sinal que esse taxista pertence a um dos graus superiores da hierarquia taxista.

terça-feira, 4 de julho de 2006

Post que sai do registo de engraçadinho do autor e demonstra a centelha romântica do mesmo aproveitando a euforia futebolística:

Resumo de Amor e Futebol
Os teus olhos fintam-me os sentidos
E desmarco da roupa os teus ombros caídos
Centro para a pequena área dos teus lábios
E remato, marcando Beijo!
Numa jogada estudada, planeio um livre
Directo ao teu coração
Passo as mãos pela cara
Ajeito a camisola e o calção
Remato um carinho
Para te sentir na minha mão
Jogo com os sentidos a defender em linha
Atento aos teus foras de jogo
(Marco-te falta, de cartão em punho, se não te quiseres minha)
Nas bancadas, gritam por mim,
Que ataco agora.
Estamos empatados em número de beijos
E já está quase na hora
Entramos nos descontos
E eu marco um canto com a sobriedade
Que ainda me resta
Falho o beijo que me faria vencedor
Adiando a esperada festa
No tempo extra, marcas um beijo
E eu outro
E, extasiados já,
Continuamos empatados até ao final.
Na sorte dos penalties nos lançamos
Almejando a vitória neste amor que jogamos
Terminou o jogo e ganhaste tu
(quer dizer, ambos ganhámos)
Nada é perder por 4-3 em beijos
Havemos de nos cruzar noutra jornada
Fazendo de árbitro os nossos desejos.

terça-feira, 20 de junho de 2006

Post Poema Paródia: O Português Suave

Do Português Suave
O que vou dizer
Não é grave

Não se apoquentem os olhos mais pátrios
Que isto de assembleias e de repúblicas
Ou são brincadeiras de putos nos pátios
Ou enrabadelas económico-lúdicas

Abram alas para o jocoso, malandro, Chico esperto
Mandrião, peralvilho, guloso e canastrão
Deixem passar o Português Suave, anti desperto,
Que veio de Abril com o remote control na mão

(Deixem-no ir a mudar de canal
Escolher o espectáculo onde não é artista
Canta canário, dorme canário, muito trabalho, pouco salário
Ai que está caro, o alpista!)

Aí está o Português Suave, ronceiro, cheio de esperança
Na Justiça que tarda a vir na lotaria
Prefere a aproximação à sorte grande na balança
Prefere não dar troco aos que comem em demasia

Os que comem em demasia, também em demasia falam
E é assim a democracia, não há bela sem senão
O Português Suave discute, sim!, mas na mesa da cervejaria
E vai para casa, atravessado, crendo que tem opinião!

P.S. – Se nada disto fizer sentido
Dou o dito por não dito
Calo-me, abstendo-me
Do que vejo e acredito

domingo, 4 de junho de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio em capítulos - Cap. III

Finalmente o Mendes chegou à conclusão de que com o Tó Marmeleiro não faria dinheiro. Quanto muito faria farinha com a Belinha, moradora de Vila Bela. Mas só lhe restava fermentar-lhe a imaginação com umas quantas antologias poéticas e outros tantos romances de cordel para sobremesa do primo Manel. O meio era rural, mas não tão arcaico que se chegasse a vias de facto de duelos e coisas que tal, e Belinha acatava, pacata, o Conselho Familiar que, encabeçado pelo tio Fragata, deliberava a propósito da sua futura descendência. Vila Bela situava-se longe do mar e o tio era Fragata só de alcunha, pois na realidade era caçador, e apreciava nos machos mais a capacidade de recolecção do Neolítico que o fraseado do Romantismo. Indicava o primo Manel, salientando as suas qualidades de varejador na apanha da azeitona mas, adivinhando a predilecção da Belinha pelo palavroso Mendes, murmurava para o compadre Marmeleiro:


- Tenhamos a perdiz, depois se tratará do molho


by Gui

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Maria de Lurdes Rodrigues sugere Escolas Chinês?!


Numa declaração ao Ventoinha, feita muito à pressa na casa de banho do Tavares Rico e enquanto ajeitava a cinta, Maria de Lurdes Rodrigues sugeriu um modelo que vai revolucionar o Ensino em Portugal. Na tentativa de lutar contra o famigerado insucesso escolar e contra os elevados custos do material didáctico, a ministra sugere que se crie um protocolo com fornecedores, e alguns, se não todos, professores chineses, dando origem à criação, dentro das escolas, de lojas do Chinês. A ideia fundamental, deste projecto Escola Chinês, é utilizar manuais em chinês, lápis e borrachas produzidos por meninas alimentadas a arroz, salas da morte para as faltas disciplinares (mas com cores garridas e posters dos D’ZRT e do Mao), carregadores para telemóveis, sais de banho, chao min de barata, fichas triplas e uma edição Rosa Deluxe do “Livro Vermelho”, tudo a um preço reduzido. As associações de pais já se fizeram ouvir e concordam, pois, como chegou a afirmar Juvenal Barrasco: “O ensino está muito caro!”
Este protocolo, que vai ser apresentado em assembleia quando o João Almeida atingir a puberdade, vai ainda contar com a participação de Badaró, que se mostrou tão entusiasmado que chegou a gritar “Eu eispilico voceis só compilicam!” em plenos pulmões, tendo sido imediatamente transportado para as urgências do Hospital de Santa Maria por lhe ter rebentado a aorta.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio em capítulos - Cap. II

Como não há regra sem excepção, não é assim tão exacto dizer que toda a gente por essas terras evitava o Mendes e dele fugia como do diabo. Em Vila Bela o Mendes tinha uma cliente fidelíssima, tão bela de seu nome como a vila, que era a Belinha da retrosaria. A Belinha manifestara desde criança uma forte apetência para a leitura, mas infelizmente não houvera dinheiro na família para ela poder ir estudar para a Cidade Grande. O pai, o Tó Marmeleiro, que era alfaiate, até costumava dizer: "Tomara eu que a miúda não gostasse tantos dos livros, que havia de tornar-se uma bela costureira".
Foi assim que Belinha começou a trabalhar na retrosaria familiar e enquanto enrolava carrinhos de linhas e desfiava meadas, sonhava-se a tecer o manto do Tempo com as ninfas gregas. Grande parte do seu salário destinava-se à mercadoria da carripana do Mendes. Ele trazia-lhe livros por encomenda, desdobrava-se em ofertas de revistas e atenções. Tó Marmeleiro começou a desconfiar das constantes aparições do Mendes e do seu palavreado complicado, via como a Belinha se derretia ao ponto de falar com voz de mel e um dia, à hora de fechar a retrosaria, chamou-a à parte e disse-lhe:

- Podes casar com quem quiseres contanto que cases com o primo Manel.

by Gui

sábado, 20 de maio de 2006

Proverbios Provados :: Proverbio em capitulos

Desde tenra idade conhecido por "filho do Mendes", a dada altura passaram a chamá-lo apenas Mendes, tal como seu pai e o seu avô antes dele. Estranhamente, nenhum tinha realmente por apelido Mendes, mas esse era um costume antigo de Vila Bela. Já o seu melhor amigo e companheiro de brincadeiras de infância era conhecido por Zé Sapateiro, negócio que nunca prosperou na família, que detinha há várias gerações uma taberna. O verdadeiro nome do Mendes na verdade não nos interessa.
O Mendes vendia enciclopédias por toda a concelhia na sua velha carrinha. Tarefa ingrata, a do Mendes, vender palavras a retalho a gentes mais habituadas às pedras e à lavoura. Nem mesmo os livros de orações e de culinária, nem sequer os mapas das colheitas, conseguiam entusiasmar a clientela. Ficavam a olhá-lo em silêncio, coçando a cabeça hesitantes, enquanto o Mendes explicava a importância das obras numa torrente de frases. Não lhes passava pela ideia gastar dinheiro naquilo e o desconforto era enorme por não perceberem o palavreado. Por isso, evitavam-no. Quando se sentia pelas aldeias o troar da carripana, logo se estendia a notícia e os largos das igrejas esvaziavam-se como que por encanto... E não fosse a proximidade com os santos, quase se poderia dizer que aparecera o diabo em forma de gente. Os homens abandonavam os baralhos e os copos três e as mulheres corriam a fechar janelas e portas, mesmo se em hora de aleluias.



- Falai no Mendes e à porta o tendes

by Gui

terça-feira, 16 de maio de 2006

Caixa de correio - estou maravilhado!

Eu confesso que estou maravilhado com os últimos mails que temos recebido na caixa de correio do Ventoinha. Há de tudo, mas este merece ser divulgado. E juro que não recebo qualquer comissão - mas devia! Ah, não tive coragem de entrar no site... Peço que atentem na espécie de P.S.

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Que a paz do Senhor Jesus Cristo seja sobre sua vida!
Anunciamos a chegada de um material inédito:
- Um CD contendo um acervo de 2.780 estudos e esboços evangélicos da Palavra de Deus, para auxílio nos estudos, além de diversos outros recursos: Biblia Sagrada para instalação no computador, papéis de parede, centenas de louvores cifrados, hinos cristãos e um brinde especial.
É a ferramenta ideal para os estudantes da Palavra de Deus, pois o material do CD é extremamente organizado. Uma verdadeira "biblioteca digital".
Para todas as informações, por favor acesse o site: www.cadernocristao.com

No amor de Cristo,
Cadernocristao.com - contato@cadernocristao.com

Nota: PREZADO USUÁRIO: SE NOSSO E-MAIL O OFENDEU OU PREJUDICOU DE ALGUMA FORMA, PEDIMOS SINCERAS DESCULPAS. PARA CANCELÁ-LO, POR FAVOR REPLIQUE ESTE E-MAIL COM O TÍTULO "CANCELAR" E JAMAIS ENVIAREMOS EMAILS NOVAMENTE. OBRIGADO PELA COMPREENSÃO!!!

Exclusivo Ventoinha: Charcutaria no Vaticano bate-se pelo preservativo

“Corremos tudo a salpicão!”, foi assim que Giulliano Mortadella, dono da "Charcutaria Apóstolo", se manifestou durante a tarde de ontem devido à relutância do clero em aprovar o uso do preservativo na embalagem de enchidos. “Não há direito! Estes abatinados, que passam a vida a encher chouriços, não deixarem um homem embalar o salpicão. Súcia de fiambres da pá, é o que são”, continuou, visivelmente indignado, Mortadella. Segundo consta nos anais do Vaticano, o preservativo não é muito bem visto, pois provoca algum mal-estar e desconforto, podendo chegar à alergia, se mal aplicado nas práticas menos católicas dos espíritos mais católicos. Mortadella, que até aqui só desejava embalar o salpicão, até porque arranjou preservativos de orégãos que dão um sabor extraordinário ao enchido (opinião imediatamente secundada por Desiderosa della Mortadella, sua mulher), só pede a Deus que esta relutância do clero não resulte numa censura à laia da Inquisição, o que, segundo diz o próprio Mortadella: “Seria forçado a embalar no mercado negro, e isso a mim, e à minha Desiderosa, vai custar um bocadinho mais…”

segunda-feira, 15 de maio de 2006

A Maravilhosa Adolescência de Raul, o Lobo Preto

Raul era moço novo.
Tinha dezoito anos feitos há coisa de duas semanas quando decidiu brincar com o seu sexo. A educação, que tivera até então, nunca lhe havia permitido tal comportamento; tinha sido criado num colégio interno cujo governo pertencia a uma ordem religiosa. Raul tinha antecedentes, uns zunzuns nos corredores do colégio incriminavam o pobre rapaz. Dizia-se que era fanático por lingerie eclesiástica, mas, tal nunca se provou. Ainda na sua vida de reclusão, começou a ganhar interesse pelas práticas de Lúcifer, o homem que trabalhava no talho e que todas as manhãs levava carne fresquinha para o colégio. Raul sentava-se numa cadeira em frente à janela, todos os dias por volta das sete e meia da manhã, para ver Lúcifer chegar com as mãos cheias de sangue. Raul vibrava. Começou a sacrificar baratas e outros pequenos insectos que encontrava no dormitório, ambicionando tornar-se Lúcifer, ou como ele. Na ânsia de vir a ser tão grande como o homem do talho, decidiu adoptar um nome: Raul, o Lobo das Trevas que Sacrifica Tudo o que Mexe em Nome de Lúcifer, mas este nome era muito comprido, nem sequer cabia nas t-shirts que fazia, nem no logótipo que havia imaginado. Como gostava da lua cheia e porque ganhara o hábito de matar galinhas e passarinhos, dissecando-os, por puro gozo e para aprender a desmanchar peças, adoptou então um nome mais simples: Raul, o Lobo Preto. Foi gozado no colégio até fazer os seus dezoito anos.
É importante referir que o nascimento dos primeiros pelos púbicos, bem como toda a adolescência de Raul, que deveria ter sido passada a explorar-se, redundaram numa grande alergia ao plástico, pois tentou, vezes sem conta, cortar os pulsos com facas de piquenique e peças mais pontiagudas dos Playmobil. Não admira que só tenha brincado com o seu sexo com a idade de dezoito.
Hoje, com as tecnologias da informação cada vez mais acessíveis (até um homem do talho que se veste de preto e tem a mania que os Moonspell vão mandar no mundo um dia destes manda e-mails sem imaginação), recebemos uma mensagem de Raul que, entretanto, com a liberalização e internacionalização do mercado das carnes, passou de Lobo Preto para Black Wolf, esse grande amante das trevas que após a sua habitual purga uiva coisas sem pés nem cabeça.
Fica prometido, em exclusivo para o Black Wolf, um calendário das luas para pessoas aluadas!

domingo, 14 de maio de 2006

Prémio longevidade para cronista-provérbio

A pedido dos nossos leitores, e por nossa própria vontade, serve este singelo post para homenagear a nossa cronista-provérbio, Gui! Pois é, parece que foi ontem, mas já lá vão 20 semanas com novos provérbios. Quanto à qualidade, é melhor não falar muito, senão qualquer dia esta histórica rubrica ainda passa para o blog do Pacheco Pereira. Depois, uma homenagem já que a Gui foi a única cronista que se aguentou e que continua a querer aturar-nos. E, por fim, porque os provérbios e a escrita dela são magníficos. Estes provérbios ainda vão ser famosos, oiçam o que vos digo!

Numa espécie de emissão Ventoinha Memória, fica aqui o anúncio à nova cronista, a 6 de Dezembro de 2005:

Caros ouvintes e telespectadores, entramos agora em directo, com dois carros de exteriores e um repórter a cada 100 metros deste blog para fazer um anúncio que vai mexer com o mundo Ventoinha. E como o mundo lá fora é feito de sinergias, decidimos importá-las para aqui, mas só as que são boas. Garantimos não despedir ninguém, muito pelo contrário. E pronto... agora que está despachada a parte para os anunciantes (estamos em negociações com os Talhos 24), passemos ao que é realmente importante.
Por forma a dinamizar ainda mais este nosso espaço, temos a honra de anunciar:
A partir da próxima sexta-feira (dia 9 de Dezembro), inauguramos uma secção de crónicas semanais. Não pretendemos competir com o Público ou a Visão, mas os nossos cronistas serão bastante melhores. E a estreia está a cargo da Gui, do Coisas que tal, que terá o seu espaço, designado tatarata: Provérbios provados. Nas palavras da brilhante escriba: "Escolherei um por semana e tentarei prová-lo (case study portanto hehehe) por a+b, aliás w+k ou algo assim bem esquisito". Promete! Todas as sextas, por w+k.
Depois, o histórico dos provérbios, em links, que estarão sempre disponíveis ali na barra ao lado (do mais novo para o mais velho).

Obrigado Gui!

Caixa de correio

Bom, e entre os muitos e-mails que recebemos na caixa de correio, estava um curioso. Além dos "enlarge your penis", recebemos uma mensagem sui generis, do Black Wolf. E reza assim:

"Ó Ventoinha, faz-me um filho, quero dizer, faz-me um bico..."

Alguém arrisca uma análise?

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Provérbio Provado :: Provérbio Familiar

A minha sobrinha veio trazer à minha vida um arco-íris de alegrias. Podia falar-vos da beleza e da simpatia da Catarina, e da vontade de viver com que acorda a cada manhã, capaz de fazer corar de vergonha qualquer pessimista empedernido. Podia falar-vos do enorme amor que existe entre nós, o mais especial que já alguma vez senti. Quando ela corre na minha direcção com sorrisos de orelha a orelha, sei que me devota um amor incondicional, todo feito de adoração, que nem suspeita da minha imperfeição. Mas venho falar-vos dos esforços da minha sobrinha no uso da linguagem; a Catarina está a aprender a falar e, por preguiça ou falta de necessidade, exprime-se em poucas palavras, sendo o "não" a preferida, repetida incessantemente ao longo do dia, para praticamente todas as situações. Falar em palavras é só um modo de dizer, já que o discurso é mais uma profusão de ditongos e algumas consoantes, cujas definições não vêm em nenhum dicionário. Já constrói frases incompletas, algumas a terminar em tom interrogativo, que me dão trabalho a descodificar e a tentar responder com a maior simplicidade e a quase ausência de adjectivos. O uso dos verbos é pobre, resume-se às formas "é", "tem", "góta" e pouco mais, nunca lhe ouvi o verbo querer. Outro dia, observando-a, pensei em como é bom viver neste estado rudimentar da linguagem.

Tenho vontade de te explicar isto, Catarina, mas sei que não vais perceber. Vais aprender muitas mais palavras, sabes, uma nova todos os dias, e chegarás a perceber que existe mais do que uma palavra para a mesma coisa. E depois irás para a escola e saberás que as letras que estão nos livros têm significados, e aprenderás a juntá-las formando frases que poderás ler e desenhar. E perceberás que as palavras não são todas iguais porque são classificadas em grupos, mediante definem uma acção, uma coisa ou uma característica. Tanto trabalho, Catarina, para um dia teres um discurso completo e elaborado, recheado de sinónimos, definições e estados de alma. Para constatares, algures na idade adulta, que muitas vezes mais vale estares calada. Todo o esforço te fará um caminho inverso no regresso ao silêncio, quando compreenderes que o vento leva mesmo as palavras como se diz, que muitas não encontram eco a não ser dentro da tua cabeça, que os ouvidos dos outros estão sem paciência. E terás saudades deste tempo onde agora te vejo, Catarina, na perfeita dimensão da palavra saudade, que é a de se querer reaver algo de que nem temos lembrança. Goza este momento de simplicidade, era o que te diria se conseguisses perceber. A Mi vai ensinar-te mais palavras...

 
- O silêncio é de ouro, a palavra é de prata


by Gui

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Exclusivo Ventoinha: Miró pintou obra relativa ao crescimento económico português

Vários cientistas anónimos de um instituto, que tem um edifício muito bonito, e um crítico de arte bastante conceituado no planeta Namek descobriram no decorrer desta semana que Joan Miró pintou um quadro alusivo ao crescimento económico português do fim da década de noventa em diante. A magnífica obra terá sido concebida durante um transe premonitório que ocorreu num jantar entre amigos e que meteu café e lampreia de ovos (pelo menos foi o que disse, ao Ventoinha, o crítico de arte, por causa das cores e assim). Segundo os cientistas, corroborados pelo crítico de arte: “ O quadro pretende representar um gráfico, tendo como pano de fundo a confusão, um cabeçudo, uma maioria absoluta, um desempregado, duas senhoras a discutir no Minipreço por causa da última lata de feijão encarnado das mais baratas e uma tímida azeitona descaroçada”. José Sócrates gostou do quadro e afirmou que já sabia da sua existência, assim como sabe que Portugal vai vencer, e acabou a dizer: “Se o Miró fosse vivo, encomendava-lhe o mural do aeroporto, mas nunca sem lhe dar primeiro um tapinha na cara por causa do gosto horrível que tem na escolha das cores”.
Eis a obra:

terça-feira, 9 de maio de 2006

Notícia Ventoinha: Última Hora

Na emergência das políticas de natalidade o Ventoinha sabe, em primeiríssima mão, que o executivo de José Sócrates vai lançar uma grande campanha.
Esta nova campanha, que dá pelo nome "Engravidar Portugal!", foi imaginada na totalidade pelo brilhante executivo português e vai contar com Pedro Santana Lopes para desflorar virgens e esfrangalhar mulheres adultas, desde que em idade fértil. Pedro mostrou-se bastante entusiasmado. Sócrates teme pelos seus comportamentos, assim como Paulo Portas e Cláudio Ramos, não vá o diabo tecê-las e temos o Santana a amarinhar pelas costas destes três marinheiros de açude. Mesmo correndo estes riscos, e com vista a rejuvenescer a população, José Sócrates está disposto a pagar a Santana Lopes uma quantia proporcional à quantidade de esperma por centímetro quadrado. Estando o esperma de Santana Lopes – e isto segundo o Nasdaq – ao preço de um SMS por colher de chá, desconfiamos que vai enriquecer. Mas, as medidas não ficam por aqui. Para que este Sandokan da Figueira da Foz (ou Tigre do Oeste Lusitano) dê mais rendimento que os pais das Doze Tribos de Israel, José Sócrates mandou construir uma mansão “a la Playboy”, onde Santana poderá fazer as acrobacias sexuais que aprendeu no “Doces Frios sem Açúcar”, obra de Manuel Luís Goucha que prima pelo possibilidade no impossível, qual Santana com uma cenoura, um chicote, duas latas de chantilly e algumas meninas.
Assim, por este andar, não é necessário andar a fazer contas! É Simplex.

P.S. – As outras possibilidades para levar a cabo esta campanha eram: Tony Carreira, Toy, Camilo de Oliveira, Telmo Correia e Sá Pinto.

domingo, 7 de maio de 2006

Post que demonstra que ao cabo e ao resto o autor até tem razão quando diz que o mundo anda às avessas

Eu só estava a ler a revista, a Vidas, que sai com o Correio da Manhã ao sábado. Na capa da revista vem @ filh@ (isto não é preconceituoso, é puro gozo!) do Nené a beijar o namorado na boca. Isto não tem nada de extraordinário. É uma mulher a beijar o seu homem, uma fêmea a beijar o seu macho. Neste caso, só uma coisa é diferente, é que @ filh@ do Nené só agora descobriu o amor, dantes ele estava muito escondido.
No registo de normalidade que até aqui se vem mantendo nada há que salte à vista. Mas, e para que o autor não passe por embirrento que por qualquer picuinha levanta logo um pé-de-vento, eis que chega o que a mim muito me surpreende e me dá razão quando digo que o mundo anda às avessas. O namorado d@ filh@ do Nené tem filmes favoritos. Toda a gente tem filmes favoritos, é óbvio, mas, no caso deste rapazola, os filmes favoritos são todos sobre como funciona a cabeça das mulheres, a revista Vidas até dá três títulos: “Alfie e as mulheres”, “Hitch”e “O que as mulheres querem”. Muito bem.
Eis o que me faz confusão: se ele é um gajo cujos filmes favoritos são sobre como funciona a cabeça das mulheres e o engate, como é que foi acabar com uma rapariga que já foi rapaz?
Deixo à vossa consideração. Eu já desisti de tentar compreender...

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio com nome de canção

Migalhas de pão invadindo a toalha de piquenique, aquela aos quadrados vermelhos e laranja que não saía do porta bagagens durante as férias de Verão. A avó protestava, franzindo o nariz, querendo ver-nos compostos e arranjadinhos, como se sentados à mesa com pratos e talheres num Domingo de Páscoa. A tia Joana, a solteira, trazia sempre as mesmas sandes de pasta de atum, e a mãe fazia as saladas – a de tomate à parte porque o pai não gostava – e descascava a fruta. O tio Alfredo chegava, ruidoso, o fogareiro debaixo de um braço e a geleira com as cervejas no outro. A barriga proeminente do tio manifestava a constante preocupação com o tema: será que o pão chega para todos? é que febra não falta!, apontando a tia Filomena que aparecia carregada de sacos, em passos lentos e ar infeliz, pronta a dar notícia dos mais recentes achaques.

Guardo no cantinho das memórias felizes estes Verões, na época em que fazíamos piqueniques e eu era tão pequeno que nem me lembro onde ficava o pinhal. O meu irmão João era ainda mais pequeno e ainda não tinham nascido os primos, as criaturas distantes com quem não brincámos em crianças nem em adultos. Outro dia perguntei ao João se se lembrava do pinhal mas ele não, e no entanto recordo-me de jogarmos às escondidas, do pai pegar na bola e desenhar balizas com pedras quando se fartava de ouvir a mãe dizer que o tomate fazia bem à próstata. Não te lembras, João, ficávamos horas a jogar à bola com o pai, às vezes a tia Joana, se cansada das conversas das doenças e dos filhos por parir, e o tio Alfredo a fazer de árbitro, afundado na rede que atava às árvores quando se esvaziava a geleira. Alguma vez agarraste nos teus filhos, João, e no automóvel caro, e carregaste cestas de piquenique num pinhal?

 
- Recordar é viver


by Gui

domingo, 30 de abril de 2006

Ventoinha SMS

Jovem, queres revoltar-te e não encontraste maneira? Sr. Sindicalista quer protestar e não sabe como? Sr. Funcionário Público quer manifestar-se sem ter de preencher formulários? O Ventoinha tem a solução!
Envie um SMS para 6009 e aprenda a revolucionar-se à medida das suas necessidades com os pacotes *:
Ghandi: para manifestações pacifistas que acabem em vigília, nós temos a solução!

Fidel: para revoluções armadas onde acabe por ser o rei da cocada preta, nós sabemos como!

Beatles: para revoluções musicais que resultem em cortes de cabelo ridículos, pergunte-nos!

Estes e mais géneros de revoluções estão à sua espera: envie um SMS para 6009, seguido do nome do pacote que desejar e seja um revolucionário à sua medida!

Ventoinha, uma Revolução de 3ª Geração!

*Por cada SMS recebe um manifesto, um MMS como os melhores momentos de cada género de revolução e ainda, para ser um revolucionário a sério, o toque polifónico da Internacional em russo. Cada SMS tem um custo de 0,60€ + Iva. No caso de ser estudante, este valor é descontado no valor das propinas.

Post do trinta e um

Chica do Russo, lá do bairro a mais vaidosa, anda metida em prantos, e para ela vai esta prosa.
Pois que o Russo, seu marido, empertigado taxista, tinha emprenhado pelo ouvido que havia no bairro artista. Oh, se só artista fosse!
Era o Antunes do Bica d’Ouro, o café lá da esquina, que por ter no burgo um tasco se armava aos cucos com a menina.
Ora, a Chica, que até era formosa, também se julgou com virtude, mas dando trela ao Antunes, danava o Russo amiúde.
A dada altura, estando eles no Bica d’Ouro, o Antunes vá de fazer olhos à menina. O Russo foi-se ao Antunes e pregou-lhe uma lamparina. Para além do “trinta e um” que ali se armou, veio o sogro do Antunes e ao Russo se mandou, e foi-se a ele como gatos a bofe e deu-lhe tantas ou tão poucas que nem cabem nesta estrofe.
Pois é… não estivesse lá a vesga de seu nome Julieta, que alarga d’ombros quando lhe dá a veneta, estava o caldo entornado e o Russo na sarjeta.
Com a Chica não se passou nada, escondeu-se ao pé do bilhar, mas no outro lado da sala era só mobília a voar. Vá de mesas e cadeiras, e a Julieta pelo meio, o Antunes meio tonto e o sogro sem freio. O Russo, coitadinho, que vestiu muita porrada, andava p’rali aos tombos sem poder fazer mais nada.
Nisto, e para que fique na história, aparece a mãe do Russo, a florista Vitória. Ora… a Vitória viu o filho naqueles cuidados, só não chamou santos ao que estavam e fê-los em bocados: foi o sogro, foi o Antunes, só sobrou a Julieta, porque estava na mesma equipa, tudo o resto que ali estava levou porrada de três em pipa.
“Ah, mulher valente!”, gritou o Amândio engraxador, “Se bates assim em tanta gente, dá-me a mim o teu amor!”.

Ó Chica!, queres lá tu ver, acabaste com o teu casório e nasceu outro sem querer…

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Post sobre uma frase que irrita profundamente o autor por acabar abruptamente com várias conversas

- Então, tudo bem?
- Sim, tudo bem. E tu, pá, que tens feito que ninguém te vê?
- Oh, tou a bulir, agora. Aquilo até não é mau, o patrão é simpático, os meus colegas é que são lixados, pá! Entro às 8.00, saio às 5.00, mas faz-se bem.
- Sim, mas tás a bulir em quê?
- Pá, tou numa empresa de distribuição de sacos de plástico. Foi a minha mulher que me arranjou, através de um amigo. Mas não sei pá, eu tenho algumas regalias, mas também tenho de trabalhar que nem um cão!
- Pá, ISSO É COMO TUDO!
- ...................................

Provérbios Provados :: Provérbio com nome de imperador

César não acreditava no amor, apesar do seu nascimento ter tido origem numa paixão avassaladora. O pai fugira do fascismo em direcção ao Maio de 68 e deixara-o a germinar na barriga da mãe, com a promessa de um bilhete de avião. Nem o bilhete nem qualquer notícia chegaram nunca na volta do correio, e a mãe aos poucos foi perdendo a esperança e secando as lágrimas. No dia em que César fez 5 anos recebeu um triciclo e um pai novo. Lembra-se bem desse triciclo que resistiu durante muito tempo, empanado e ferrugento, mais anos do que durou o homem que lhe pôs o nome Martins na certidão. Deu-lhe o apelido mas levou-lhe a herança da avó Maria na bagagem e, ainda não tinha César terminado a instrução primária, já lhe entrava outro padrasto porta dentro. O Matos era um tipo bonacheirão que gargalhava avinhado de cada vez que a mãe lhe suplicava ajuda para pagar as contas. César recorda-se de passar tardes inteiras em silêncio, a olhar os patos no jardim da Estrela ao lado do avô viúvo, na mesma altura em que chegou a notícia da prisão do Matos, que se tinha envolvido numa rixa num tasco em Santa Apolónia. A adolescência trouxe pontualmente outros homens, mas a mãe tornara-se céptica e não os queria a viver lá em casa, recusava-se a passar a ferro camisas de homem que não pertencessem ao filho. Houve o Mendes, um ascensorista sonhador, que partira lavado em lágrimas quando a mãe recusou acompanhá-lo numa nova vida no Brasil; depois apareceu o Marques que era casado, tinha bigode e trazia presentes caros, e ainda o Morais, um empresário duvidoso que era um polvo asfixiante, tal era o amor que destilava. Nesse mesmo ano César entrou para a faculdade, muito mais descansado por a mãe se ter conseguido finalmente libertar dos tentáculos do Morais. Quando se formou, já a mãe o espreitava dum cantinho das estrelas, recebeu uma carta do pai, o pai verdadeiro, um texto de fazer chorar as pedras da calçada, acompanhado de um bilhete para Paris, convidando-o ao encontro da família Mateus. César iniciou a sua vida de trabalho e nunca respondeu ao pai, e nunca respondeu ao amor. Teve apenas duas mulheres, a primeira apenas por curiosidade e necessidade, mas com a segunda chegou a sair durante quase um mês, ao ponto de meter sessão de cinema e de conservar memória das suas feições. Era um tipo egoísta e insensível quando conheceu Matilde, que lhe fez acender no peito uma sensação desconhecida. Andou feliz durante largos meses e muitos cinemas, e depois de umas férias de Verão, à beira dos quarenta e já míope dos livros de contabilidade, pediu Matilde em casamento, assegurando, claro está, a devida separação de bens.


- A César o que é de César


P.S. – Post livre de preconceitos de tradição, e quiçá anunciando o fim do post scriptum do provérbio, provado que não é lido pois ninguém participou no passatempo da passada semana.


by Gui

quinta-feira, 27 de abril de 2006

A moda pegou...

À expressão ‘se a moda pega…’ eu respondo: Pois pegou! Então não é que os malucos da Pizza Hut lançaram uma OPA à Telepizza (!!!) Tá tudo louco? A seguir temos o quê, uma OPA hostil do Café ‘Manduka’ ao Snack-bar ‘Os Três Macacos’?

Quer enriquecer numa semana? Pergunte-me como

Ontem fui, pela primeira vez, ao novo Casino Lisboa. O edifício está lindo e o ambiente é formidável, bom gosto, boa música e muito glamour. Um sítio aprazível onde se passa um bom tempo. E até o podemos tornar útil. Primeiro se não nos pusermos feitos viciados a gastar tudo o que temos e o que não temos em fichazinhas ridículas. Troca-se 10 euros e tens tipo 20 fichas. Uma miséria. E, depois, encontrei a melhor forma de enriquecer sem esforço. Basta para isso engatar uma das 198 mil velhas jarretas que não largam as máquinas e que ao contrário de mim que, o máximo de crédito que consegui foram 220, tinham para cima de 2000, além dos copinhos cheios de fichas. Ficam ali, uma tarde/noite inteiras sentadas em frente á máquina, a carregar no botão de aposta máxima. É sempre a facturar. O segredo está em sentar-se ao lado de uma delas, gastar pouco dinheiro e ir dando conversa. Aquilo há-de chegar a um ponto em que a vertente maníaco-depressiva dá lugar a um rol de desabafos que nos tornará quase íntimos. Daí até ela nos pagar uma bebida é um instante. E daí até estarmos a sacar as fichas do copo dela é só mais uns minutos. Posto isto, quando ela já tiver 40000 créditos e trocar pelo título que dá depois direito ao dinheiro acompanhamo-la à caixa. Depois oferecemo-nos para conduzir o Mercedes SLK até casa enquanto ela vai o caminho todo a chorar pela vida miserável que leva. Deixamo-la em casa e levamos o SLK conosco. Daí a uma semana já temos carro, apartamento, conta bancária choruda, acções da PT e cartão Gold do Casino, tudo em nosso nome. Depois é só dar um tchauzinho e pomo-nos na alheta. Depois repetimos todo o ritual até termos a fortuna que achamos justa por aturar velhas jarretas cheias de dinheiro. Atenção que esta receita não implica qualquer contacto físico mais íntimo, mas apenas palavras carinhosas, mentiras piedosas e valorização pessoal de outrém.

Nota: As meninas também podem fazer o mesmo aos velhos jarretas. Mas cuidado que eles são bem mais agressivos a carregar no botão da aposta máxima.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

A entrevista EXCLUSIVA. Não sei se já referi mas foi EXCLUSIVA. Ou seja, a TVI teve uma entrevista EXCLUSIVA com o Bibi. EXCLUSIVA!

Ontem vi uns 5 minutos da entrevista do Dr. Carlos Silvino, EM EXCLUSIVO, à TVI. O quê? Dizem-me agora que ele não é doutor, mas que é pedófilo. Disfarça bem. E isto de se ser pedófilo tem algumas vantagens, já que antes de ser descoberto andava com o mesmo fato de treino um mês inteirinho e agora que é pedófilo mediático anda de fato e gravata e até dá entrevistas na tv. Aliás, parece-me que o "nome de pila" — como dizem os espanhóis — Bibi é um dos mais escritos de sempre na imprensa e mais dito na tv e rádio pirata. O quê? Peço desculpa por mais uma interrupção mas dizem-me novamente que o Carlos Silvino não é pedófilo e que apenas "deu boleia a uns miúdos a quem pede muitas desculpas com a lágrima no canto do olho". Além disso, nem sabia o que estava dentro dos envelopes que entregava aos miúdos, mas "devia ser dinheiro". Ainda para mais "era tudo para eles, eu não recebia nada". A dita entrevista, EXCLUSIVA claro está, fez-me ver que afinal, de facto, o Bibi não é pedófilo. Primeiro porque só deu boleia e depois porque não recebeu um tostão. Parece-me que há fundo legal para o próprio pedir uma grande indemnização...

Nota: É favor colocar a palavra alegadamente antes de qualquer vocábulo aqui escrito em cima. Como não queria fazer a figura dos jornais de "referência" nacionais e colocar 300 mil vezes a palavra alegadamente, optei por fazer esta nota de rodapé.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Ventoinha Financial Times

Fecho do PSIcho21, índice de cotações da Bolsa de Valores Ventoinha:
Com a abertura em Abril de 74, e com as variações registadas no subsequente Novembro de 75, registam-se, ao fim destes 32 anos, as seguintes cotações:

A Paz: começou com as acções ao preço da chuva, mas tem vindo a registar uma subida enorme, registando no fecho uma subida no preço de 300,05%. Neste sentido, e no próximo ano, poderão registar-se vendas de Paz. O mercado poderá ficar inundado, mas ninguém quer correr esse risco!
O Pão: foi prometido de graça, foi cantado ao preço da chuva, mas no fecho regista uma subida de 1000%. É mais difícil comprar Pão do que uma casita. O que nos leva a acreditar que se revelará uma mais valia para quem o tiver na mão.
A Educação: facho de luz da Democracia, começou também com as acções muito baixas, mas encontra-se agora nas ruas da amargura. A oferta é pouca, o que leva a um aumento dos preços, na ordem dos 3000000%, sendo que a procura diminui, pois nem todos podem. E, quem não pode, arreia!
A Saúde: com a Educação, é a que regista uma das maiores subidas. Começando por ser demasiado pública, cedo se privaram os doentes de serem curados. Regista, no fecho, uma subida de 350000000%. A Saúde aumenta assim o seu valor e fica à mercê de uma ou outra patente, para aumentar ainda mais. Quem tem a Saúde já tem muito!
A Habitação: é a que se tem mantido igual a si mesma. O betão continua a crescer do solo à guisa de árvore. Desde Abril, o poder autárquico tem contribuído imenso, com a injecção de Fundos de Favor e outras ajudas, cedidos gentilmente por autarcas: parentes dos parentes dos parentes. A Habitação é um negócio tão bom que regista pouca flutuação. No fecho, mostra-se um negócio familiar que subiu na ordem dos 999%.

Foi o Ventoinha Financial Times. Boa noite.

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio Dividido - Provérbio que é um link

Esta semana os Provérbios Provados oferecem um instante lúdico; especialmente dedicado aos leitores que vêm acompanhando esta "crónica", que já vai na sua 19ª edição (!), e que para mim se tornou numa filha prestes a nascer a cada sexta-feira. A cada semana um provérbio diferente: umas vezes me dá para parir umas ficções com a mania das grandezas, outras só me dá para escrever umas quaisquer linhas amedrontadas, outras vezes é mais fácil ler os ditados noutros lábios. Pretende, se é que lhe merece a pretensão, ser sobretudo um espaço variado, livre, ecléctico (como está na moda dizer); provando que os provérbios são um mundo diversificado e "multi-interpretativo". Desconfio que muitos provérbios nem tinham existência... até serem só uma historia que alguém algures imaginou.

Siga então o jogo do alinhavo do provérbio, para todos a quem o Euromilhares não sorriu:

http://guida.querido.net/jogos/portug/prover-7.htm


P.S. – Post livre de preconceitos egoístas, e quiçá propondo aos leitores a escolha do provérbio da semana próxima.


by Gui

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Post que demonstra que o autor andou a espreitar outros blogs para ter ideias para compor o textinho que a seguir se lê e que fala do medo

Bem, começo por dizer que, quem tem cu tem medo: a Jennifer Lopez tem muuuuito medo! (e ainda bem, diga-se!)
Eu, por exemplo, tenho um cuzinho proporcional, maneirinho, um cuzinho, portanto. Nem é grande, nem é pequeno, é um cuzinho de tamanho médio, que muito me apraz. No que toca a fazer o que ninguém faz por mim, não me tem falhado (aqui foi a morte do artista, era escusado falar nisto, matei a estética do meu cuzinho!)
Ora, eu, como o meu cuzinho é de tamanho médio, tenho um medo médio também. Mas, e eis o busílis desta questão, eu às vezes tenho mais medo do que tenho cu, e, parece-me a mim, o cu devia crescer quando o medo é maior que o tamanho do cu que se tem. Afinal, acho eu, o medo não pode ser uma coisa sem controlo, tem de ser, e agora aplica-se a terminologia correcta, cu medido, caso contrário controla-nos. Mas, e eis mais uma questão pertinente, eu tenho algum medo – bem, medo não é, é mais receio – de incomodar as pessoas. Se o medo fizesse aumentar o tamanho do cu e, às tantas, um gajo ia sentar-se no autocarro e tinha receio de incomodar as pessoas, o cu crescia desalmadamente! E aí, tanto era o receio a crescer como o cu. Depois, acaba por não se aplicar o provérbio, pois quem tinha cu tinha medo, mas o medo aumentava e já não havia cu que aguentasse tanto medo. O que levaria a um cu enorme e a uma fobia, na melhor das hipóteses.
Depois deste raciocínio, quase brilhante, já estou mesmo a imaginar os homossexuais masculinos a assustarem-se uns aos outros! Upa, upa!

domingo, 16 de abril de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio nocturno

O Alberto era professor de português mas amava secretamente os requintes de tudo o que era francês. Além da nouvelle cuisine e das lutas políticas, tinha um fétiche voraz por lingerie. O apetite era tal que inventava idas à casa de banho em casa de amigas e familiares para uma pesquisa febril ao cesto da roupa suja. Marília, uma das cunhadas, era visita frequente das suas noites de vigília, trajando certas cuecas vermelhas com a bóina preta por cima de uma peruca de caracóis louros. Apareciam-lhe imagens de várias mulheres do quotidiano: a D. Lurdes, quarentona de quarentena na secretaria da escola, e também a empregada de rabo de cavalo do café do Silva, e outras mais fugazes como a morena no comboio, que lhe alimentavam sonhos de ménage. Habituou-se a não usar pijama, até no Inverno, pois ardia de desejo e despertava encharcado. De manhã, exibia olheiras profundas das insónias povoadas de rendas e meias de liga. A primeira aula era um suplício, Alberto confundia o sujeito com o predicado e os complementos eram todos indirectos. Os alunos bichanavam, tentando adivinhar o que levaria este professor de ar desmazelado a passar as noites em claro...

- Noites alegres, manhãs tristes

P.S. – Post livre de preconceitos de inconsequência, e quiçá revelando que primeiro escrevi a história e depois não atinava com o provérbio para a provar.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Vitaminas & Companhia

Ir almoçar ao Vitaminas & Companhia tem piada e até dava um bom estudo sociológico ou, pelo menos, nutricional. Entramos e tudo é colorido, apetitoso, com muita luz e com ar muito limpinho. Ao entrar pensamos “estou-me a portar tão bem, hoje vou comer algo saudável”. E na caixa começam as perguntas. Dizemos qual a salada desejada e escolhemos base de massa, de alface ou mista. Ok, vamos ser minimamente saudáveis e pedimos mista. Depois, a massa é normal ou integral? Ok, já que é massa então que seja integral. Quanto à bebida, é um sumo multivitaminas, carregado de bom aspecto. A salada é preparada e no final, já com o prato a abarrotar de coisas saudáveis até ao topo, somos confrontados com nova pergunta: “Quer molho cocktail, maionese ou maionese e ervas?”. Com esta é que nos lixam porque se até aqui podíamos escolher entre uma coisa saudável e outra menos saudável, agora ou é molho ou é molho. Com coragem sai a resposta: Sem molho! E agarramos no tabuleiro e sentamo-nos confortavelmente no nosso cantinho a ler o jornal do dia enquanto vamos espetando o garfo de plástico nos mais diversos ingredientes. Mas olhamos para o lado e é só gente a chafurdar em pratos submersos de molhos. Literalmente a chafurdar. E de repente, no Vitaminas & Companhia é só gente gorda a comer. E assim, deixem-me que vos diga, não vão longe. Depois chegam a casa e dizem: “Há dois meses que só como saladas ao almoço, não percebo como ainda não emagreci”. Realmente é difícil de perceber... chamem o CSI!

Estereotipo do indivíduo que diz tudo o que lhe vem à cabeça, mas quando confrontado com a pergunta-chave se esquiva ou a força da palavra crítica

Jornalista – Qual a sua opinião sobre o desempenho do bastonário da Ordem dos Advogados?
Indivíduo – Bom, o sr. bastonário tem tido um papel ziguezagueante à frente da Ordem. Não lhe conheço uma única medida positiva ou que tenha contribuido para a boa imagem dos advogados. Não sabe o que faz e prejudica toda uma classe.
Jornalista – O Bastonário tem condições para continuar?
Indivíduo – Se ele tivesse dignidade teria já apresentado a sua demissão há muito tempo, uma vez que só está na Ordem para se servir a ele próprio e não para servir os outros. É o pior Bastonário da história e mancha uma instituição que, até aqui, era credível. É um biénio para esquecer.
Jornalista – Isso é uma crítica ao Bastonário?
Indivíduo – Crítica? Não, não. Trata-se apenas de uma ideia minha, nada de pessoal contra o sr. Bastonário, que até é muito boa pessoa…

segunda-feira, 10 de abril de 2006

O que levou ao anúncio das purpurinas

O verdadeiro anúncio do Oni Vox, que foi usado como fonte de inspiração para o anúncio das purpurinas, que no caso verdadeiro era outra coisa, tmabém ela fútil. O Ventoinha, em mais um rigoroso exclusivo, conta toda a verdade sobre a conversa que foi gravada e depois adulterada para o que passa na tv.

Lili Caneças linha a Cinha Jardim – “Alô Ci, tá boa? Você já sabe que a Bibá pôs botox na orelha esquerda?
Cinha – Horrores de giro. Tou possidónia. Vou já ligar à Elsa.
Cinha liga a Elsa Raposo – Olá loira, sabe que a Bibá pôs botox na orelha a esquerda?
Elsa – Que máximo, a esquerda é de que lado?
Cinha – Ouça, não é a direita, é a outra, tá?
Elsa – Tá tá, vou já contar à Betty!
Elsa liga à Lady Betty – ´Tsou, Betty?
Betty - …
Elsa – Betty, está-me a ouvir, rica?
Betty - …
José Castelo Branco – Está lá, quem fala?
Elsa – Olá bicha, é a Elsa, está tudo bem com o a Lady?
Castelo Branco – Está, mas o último implante ainda não cicatrizou bem e ela não consegue falar. O qué que quer sua tonta?
Elsa – Você sabe que a Bibá pôs botox na orelha…
Castelo Branco – Mas qual orelha?
Elsa – Ai esqueci-me, pá. Vou ligar à Cinha.
Elsa liga a Cinha – Tá tá, qual foi a orelha do botox?
Cinha – Foi a esquerda sua burrrrrrrrrrrrrrra!
Elsa – Opá, possas pá. Vou contar ao Zé.
Elsa liga a Castelo Branco – Zé, foi na orelha esquerda.
Castelo Branco – Ai essa pindérica. Então foi ela que me passou à frente. E eu aqui com o lábio horroroso. Vou já ligar-lhe.
Castelo Branco liga a Bibá Pitta – Ouça lá sua pindérica, quem é que lhe mandou passar-me à frente na lista de espera para colocar botox, ainda por cima na orelha esquerda… Bichaaaaaaa
Bibá – Ó sua anta, foi na orelha direita, que a esquerda tá linda!
Castelo Branco – Jure? Então vou já ligar à Lili…

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio Canino II

O Zé Maria era um conquistador nato. Junto dos amigos, dissertava longamente sobre as armas da sua sedução e enumerava as várias histórias de cambalhotas, actualizadas com regularidade e recheadas de pormenores picantes. Enchia o peito de ar enquanto falava das suas conquistas, remexendo os dedos pela popa num tique muito particular. Gostava de fazer papel de professor, ensinando aos amigos os truques chave da arte de bem seduzir, com frases do género:

- Mas tu julgas que chegas ao pé da gaja e dizes tipo "és muita linda" ou "és boa que se farta"? Não, pá! Aí é que estás redondamente enganado... Tens de saber dizer palavras bonitas, são música para os ouvidos das gajas, pá! Aproximas-te e dizes, por exemplo, " estou impressionado com tanta beleza", coisas assim, frases destas, percebes? E depois, sacas logo do lume de cada vez que ela puxa dum cigarro e pagas-lhe um ou dois copos... e estás garantido!

No grupo de amigos, pouca ou nenhuma importância se dava a estas conversas, já que o tema privilegiado era normalmente o derby da jornada. Mas alguns amigos desconfiavam que todas aquelas histórias eram peta... e um deles, que conhecia palavras bonitas, achava até que o Zé Maria era um mitómano. Nunca se lhe conheciam namoradas, nem sequer vestígios delas. Uma noite caiu-lhe de pára-quedas uma amiga da Sónia a quem patrocinou uma bebedeira mas, fora esse flagrante, tudo o resto parecia semeado numa fértil imaginação. E chegou-se mesmo a comentar, à boca pequena, que a Sónia tinha dito à Mariana que a amiga tinha dito que aquilo com o Zé Maria não tinha desenvolvido porque ele o tinha pequeno e fininho.

 
* Cão que ladra não morde.

 
P.S. – Post livre de preconceitos masturbatórios, e quiçá confidenciando que o Zé Maria frequentava salões de jogos porque gostava de jogar bilhar de bolso.

by Gui

quarta-feira, 5 de abril de 2006

José Sócrates: “O Simplex 2006 vai reduzir a Bíblia para apenas alguns livros e vai introduzir algumas alterações…»

Em declarações ao Ventoinha, José Sócrates tinha avisado: «Um dia destes, ainda visto tons salmão!», ninguém quis acreditar, e assim aconteceu… agora, a verdadeira notícia: o executivo português, liderado pelo senhor que teve a coragem de vestir salmão, decidiu aplicar o Simplex 2006 ao livro sagrado de todos nós. José Sócrates, que até aqui se tinha mostrado laico e desconhecedor das matérias da fé, teve um discurso bastante razoável quando esta medida foi anunciada na Assembleia da República: «O Simplex é e vai ser a salvação dos portugueses. É tempo do Governo deixar de ser cobarde e passar a assumir que até existem alguns incompetentes no meio político, aliás, basta olhar para o Sr. Deputado Bernardino Soares e ver como ele come aquele donut, já para não falar naquele puto que está sentado na bancada laranja; para além disto, Portugal não precisa de uma Bíblia tão grande, porque, exceptuando o espírito visionário e quase messiânico deste Governo, nada há que salve Portugal. Assim, a medida nº 334 aponta para um replanificação estrutural do livro sagrado, onde se salvaguardam apenas, do Antigo Testamento e na sua total integridade, o Livro dos Salmos, o Livro de Job e no Novo Testamento eliminam-se os Actos dos Apóstolos, as Cartas de São Paulo e o Apocalipse; quanto aos Evangelhos: misturam-se todos e dá-se um toque mais moderno a Jesus, com outros tons, menos garridos e sem aquela coroa de espinho que lhe fica tão mal…»
Pedimos desculpas aos leitores por não conseguir revelar o resto da apresentação… é que, Marques Mendes, quando se apercebeu que o gravador digital era mais pequeno que ele, nunca mais nos largou.

Exclusivo - Fátima Felgueiras no Colombo

No Domingo passado a autarca Fátima Felgueiras foi vista por fontes fidedignas (desculpem-me a imodéstia, mas fui eu mesmo e sim sou fidedigno) no Centro Comercial Colombo. Ao lado seguia a sua sombra (ou direi fotocópia), a filha Sandra. As duas seguiam emproadamente e faziam questão de olhar nos olhos das pessoas. Assim é fácil serem reconhecidas. Eu também se for na rua e olhar nos olhos para quem se cruza comigo é normal que essa pessoa olhe também para mim. E aí pronto, vou pensar: "Olha aquele também me conhece". Mas, voltando ao exclusivo, a Fatinha levava na mão um saco azul! É verídico. E tenho para mim que as letras a dizer Massimo Duti eram só para disfarçar. Mas a mim não me enganam, porque eu sei que o saco ia cheio de moedas para jogar nas máquinas do Play Center!

terça-feira, 4 de abril de 2006

Quando é que se percebe que o jornalismo já não é o que era...

... quando, em dois anos, o número da minha carteira profissional baixa 3332 números. Uns morreram e outros tiveram cabeça e conseguiram largar a droga.

domingo, 2 de abril de 2006

Sugestão: Escapadinha Ventoinha

Nas imediações de um ausente Cais das Colunas, remanescente da epopeia portuguesa, encontra-se um dos mais exóticos habitats deste nosso jardim rectangular que se chama Portugal. É, à semelhança do país, um jardim à beira mar plantado, um Éden. A Escapadinha Ventoinha propõe então, uma visita a um lugar deslumbrante que redunda da feitura de magnificas obras e enoja de tanta beleza. Naquele espaço, para regalo dos cinco sentidos, podemos usufruir do cheiro nauseabundo das lamas e outros lixos, misturados num belo açude, onde o verde coabita, daninho; um regalo para o olho atreito às maravilhas da fauna e da flora. Neste pacote Escapadinha Ventoinha, há ainda a possibilidade de se juntar a especialistas no estudo da tainha, esse peixe tão visto, mas tão desconhecido. Venha ver com os seus próprios olhos este lugar magnífico, onde uma garrafa de plástico vagueia num pequeno riacho, que desagua na pequena e deslumbrante barragem, e partilha o seu espaço com outras espécies conhecidas da modernidade: a lata de refrigerante e o saco plástico. Venha ao lugar onde as gaivotas se banqueteiam e onde as ratazanas saltitam de satisfação, por entre escombros de edificações que ainda estão para ser. Vale a pena dar a Escapadinha…

Escapadinha Ventoinha inclui:

Passeio no 28
Passeio pela Praça do Comércio
Visita ao magnífico açude
Passeio de cacilheiro (opcional)
Tudo isto por apenas 100€ (não inclui despesas dos transportes)

Ventoinha Simplex 2006 II

Eis que me assalta a dúvida!

Então o Shôr Sócrates, engenheiro das engenharias, aprova um programa que na sua maioria pretende fazer uso das chamadas tecnologias de informação, com uma catrefada de formulários on-line; e sabe ele, talvez, que somos o país que tem o serviço de Internet mais caro e, para além disso, temos infra-estruturas algo precárias a nível da rede de cabo/adsl? Desburocratize, sim senhor!, mas com respeito…

Já houve quem dissesse algo deste género: “Estes romanos estão loucos!”

Dassss, este até parece um post sério!

Ventoinha Simplex 2006

O Simplex é um programa preocupado com os pormenores…


M137 –
Disponibilizar, no sítio Internet do Ministério das Finanças,
formulário electrónico para os pedidos de vigilância de
importação de calçado da China
e produtos siderúrgicos.


Não tem nada de extraordinário…

sexta-feira, 31 de março de 2006

Provérbio Provado :: Provérbio canino

Era uma segunda-feira de manhã, essa hora amaldiçoada para quem vem com a embalagem de sono do fim de semana. Pedro acordou meia hora depois do despertador e, ainda meio a dormir, cuidou rapidamente da higiene diária. Quando estava prestes a sair correndo para o trabalho, atravessa-se-lhe no caminho Tintin, o cão, de focinho em súplica para o levar à rua. Normalmente até lhe sabia bem o passeio matinal com o primeiro cigarro do dia e o cão farejando os vestígios de presenças nocturnas.... mas hoje o Tintin tinha de ir numa pata e voltar na outra. Pedro desceu carregado que nem um ovo, abriu a porta do prédio ao cão e dirigiu-se ao porta bagagens para empacotar a reunião da manhã. Um minuto depois ouviu um grito e viu, perplexo, um polícia com o Tintin pendurado num braço. De um salto tentou soltar a dentadura canídea do braço do polícia que já perguntava:

- É seu, o cão? Este cão é um perigo! Devia ser era abatido! Não sabem educá-los é o que é! – ofegava, furioso – Ora deixe cá ver os documentos e o seguro do cão.

- Estão no carro...

Tintin mijava copiosamente uma roda do carro com os nervos. Pedro espreitou o relógio enquanto procurava os papéis, a reunião devia estar quase a começar. O polícia mirou-os com agressividade:

- Pedro Antunes, é senhor? Ora deixe cá ver a sua identificação. Mas o cão não está registado na mesma morada. Porquê, hein? O cão tem as vacinas em dia? Eh lá, há aqui uma que já passou da validade!

Já devia ter ido no mês passado ao veterinário, lembrou-se Pedro enquanto via o polícia a espumar cada vez mais colérico. A situação suava a problema por todos os poros e o Tintin resolve dar-lhe um desfecho, presenteando o sapato do polícia com as suas fezes sem a vacina da raiva em dia
- Mas qu’esta merda ? Isto é demais ! Acompanhe-me já à esquadra !

Pedro Antunes foi presente a juiz na terça-feira de manhã, acusado do seu cão não cumprir as normas de higiene e segurança e por desrespeito à autoridade. Apanhou pena suspensa com cinco meses de serviço comunitário e pagou uma multa de 640 euros. Quando finalmente chegou a casa, os olhos cansados de ver o sol nascer quadrado, olhou para Tintin com as lágrimas nos olhos. Este cão sempre tinha sido um caso singular de desobediência, e ainda mais desde que a Alice, a ex-namorada que o tinha trazido, os abandonara por um baterista de doom metal que tinha dois gatos pretos. Era impossível continuar a mantê-lo, depois da pior noite da sua vida e agora sem dinheiro. Havia uma possibilidade de juntar o útil ao agradável, pensou Pedro, entregar Tintin num canil e aí mesmo propôr-se a prestar o serviço comunitário. Meu dito meu feito, lá foram eles ao canil da paróquia onde foram recebidos por uma simpática senhora de carrapito. Pedro relatou-lhe toda a história que já conhecemos e ela entreteve-os lentamente pelas instalações, depois de um telefonema em surdina. Tudo parecia correr de feição, quando irrompeu pela recepção o polícia de ontem, ainda apresentando sintomas de raiva:

- Fui aqui chamado por abandono flagrante de cão por dono!... Olhó Sr.Antunes ! Ora cá nos encontramos outra vez...

 
* Preso por ter cão, preso por não ter
 

P.S. – Post livre de preconceitos métricos, e quiçá perdoando-me os ouvintes por o verbo ser demasiado extenso.


by Gui

quinta-feira, 30 de março de 2006

Post que dá umas luzes sobre o próximo blockbuster do cinema português: “Bela, a Adormecida”

“Se ela dormir outra vez, como-lhe a prima e mato o irmão mais novo”… eis o argumento principal de um filme que pretende arrancar “O Crime do Padre Amaro” do top das bilheteiras nacionais. “Bela, a Adormecida”, filme escrito e dirigido pelas equipas do Correio da Manhã e da LUX, conta a história de um amor, que podia ter acontecido, entre uma rapariga que dorme nos transportes públicos quando vai para o trabalho e um rapaz que ninguém come por otário.
Belinha, a Adormecida, moça castiça que trabalha no refeitório de uma escola na Ajuda, apanha o 60, e aí conhece João Ricardo, mais conhecido na zona de Alcântara pela alcunha de Trigo Limpo, pois são sobejamente conhecidos os homicídios que cometeu por causa de jogos na máquina de flippers. João é um rapaz esclarecido, gosta da sua mini; Belinha sonhava ser atleta nos Jogos sem Fronteiras, quis a sorte, nas suas tropelias, que apanhasse uma doença do sono, deitando assim por terra as suas aspirações. No obliterar do bilhete e no barulhinho irritante dos leitores do Lisboa Viva, esconde-se o Amor. João é meio vesgo, uma navalhada que levou nos santos quase lhe cegou a vista, e a marca ainda lá está; o olhar de Bela é tão ou mais pungente que o fio da navalha, aquela graduação dos óculos dá-lhe arzinho de toupeira, e o buço também faz das suas. João sorri, ao obliterar. Belinha tem passe.
Passada a cena quente, em que a chispa do Amor não foi mais que um curto-circuito no leitor dos cartões, os dois ocupam os seus lugares; João fica em pé, atrás dos lugares individuais, entre um sovaco e o olhar de uma velha de naftalina; Belinha, que não é deficiente mas anda com um atestado médico dobrado e desbotado dentro da mala, para provar a tal história da doença do sono, aproveita-se dos lugares vermelhos, reprovada, claro está, pelos olhares inquisidores e pelas raivinhas quotidianas sussurradas; ele há idosos com saúde. João entoa o tema de “Streets of Fire” num assobio assaz melodioso, um brilharete conseguido devido a uma falha que tem nos dentes, mais uma mão que lhe havia caído em cima num dia de festa. No êxtase do refrão, João assobia mais alto, olhando “à matador” para Belinha; o clímax de tão bela performance deu-se já ia o 60 no Calvário e a Belinha já tinha adormecido, com o saco dos tupperwares entre as pernas…

Quem viu a ante estreia garante que a frase: “Se ela dormir outra vez, como-lhe a prima e mato o irmão mais novo” é o momento mais alto do filme.
O Ventoinha entrou hoje em conversações para ver se há possibilidade de transcrever a história na íntegra.

quarta-feira, 29 de março de 2006

Oi???

Um colega meu guineense ligou para o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para saber como estava o pedido de nacionalidade portuguesa dele e atendeu uma brasileira... (??!)

Meme (ou lá o que é)

Ora bem, finalmente vou responder ao Meme, que ainda não percebi muito bem de onde surgiu nem para onde vai, mas então cá vai. Também já não sei quem me mandou, porque já foram bastantes e não me lembro quem foi o primeiro. Assim, para os que me desafiaram e para todos os leitores:

1 – Tenho a mania de só comprar (todos os) livros da Cavalo de Ferro.
2 - Tenho a mania de comer pizza de fora para dentro e quando são individuais comer em espiral desde a parte de fora até ao centro. No fundo, tenho a mania de deixar o melhor para o fim, em quase tudo.
3 – Tenho a mania que sou capaz de fazer 30 mil coisas ao mesmo tempo e que me posso meter em tudo o que aparece à frente. Será sempre assim, mas com o tempo tenho-me apercebido muito mais rápido o que tenho de deixar para trás. Mas não me desafiem, porque digo sempre que sim… até perceber que é impossível, mesmo causando algumas desilusões a algumas pessoas.
4- Tenho a mania de combinar a roupa com os tenis (não me perdoavam se não escrevesse esta).
5- Tenho a mania que um dia vou ter um emprego formidável (isso já tenho) e ganhar dinheiro suficiente para cometer algumas loucuras (viajar, comprar mais livros, viajar, dar prendas, viajar, experimentar metade do catálogo da Vida é Bela, viajar, fazer muitas festas e jantaradas com os amigos e viajar).

«Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do ‘recrutamento’. Ademais, cada participante deve reproduzir este ‘regulamento’ no seu blog.»
Agora tenho de indicar cinco pessoas de outros blogs, mas tenho a certeza que a maioria já respondeu ao Meme. Vou tentar escolher quem ainda não tenha sido desafiado. Se já tiverem sido, temos pena! Venham mais cinco:

1. Margarida aqui do Ventoinha
2. Joana do Olhares que Sonham
3. Oliveira e Gui do Coisas que Tal
4. Patita do Sexo e o Bairro
5. Koto dos Polacos

Ventoinha Solidária

Caros leitores do Ventoinha, encontro-me convosco para promover uma das causas que mais mexeu comigo, passo a expressão, nos últimos tempos… Abençoada sejas, Manuela Moura Guedes.
Pedimos, com todo o coração e mais louvadas entranhas que tenham, que contribuam para a perpetuação de um conto infantil até à eternidade, que, segundo se diz, não conhece principio:
- Comunicado do Agrupamento Musical Ventoinha da Charanga das Cinco Velocidades (ou mais…):
Solicita-se aos leitores, visto que o flagelo do H5N1 nos afecta a todos, que contribuam para “A Causa do Patinho Feio”. O Vírus do Patinho Feio provoca uma imensa gripe nos neurónios responsáveis pela #%&= da imaginação, de modo que, através desta nobre causa, venho solicitar a todos vós que se unam, numa só conta bancária, e que, como foi dito pelo autor, “contribuam para a perpetuação de um conto infantil”. O Patinho Feio está a morrer, para mal de todos nós, encontra-se às portas da morte e, não indo desta para melhor, vai de ténis (com certeza, o São Pedro, tão bom segurança que é, não o vai deixar entrar…); por esta e por mais mil razões, que só o flagelo do H5N1 conhece, solicito-vos, de coração aberto, que, com um pequeno contributo, ajudem a salvar o Patinho Feio.
Basta fazer o seu donativo num qualquer posto MB, vai ver que não custa nada. O NIB do Patinho Feio é: 00021300114300104. Obrigado.

P.S.1 – A mãe do Patinho Feio, que tão mal o tratou, e até chegou a discriminá-lo, agradece. O Ventoinha sabe que ela tem uma ninhada para sustentar… Ajudem, por favor.

terça-feira, 28 de março de 2006

Quando é que se percebe que o grupo musical contratado para animar um casamento está completamente perdido?

- Quando de repente começam a perguntar quem é o do Benfica, do Sporting e do Porto e começam a tocar os hinos.
- Quando passam a noite toda a tocar música brasileira e, de repente, metem lá o Quim Barreiros no meio
- Quando repetem uma música que perceberam que a malta gostou
- Quando salta um brasileiro com um apito a fazer coreografias 200% mais ritmadas que a música

segunda-feira, 27 de março de 2006

Notícia Ventoinha: Última Hora

Francisco George, director-geral de Saúde, garantiu hoje ao Ventoinha que Portugal corre sérios riscos de perder a identidade por causa da Gripe das Aves. Segundo o director-geral de Saúde, devido ao risco de contaminação do Galo de Barcelos, Portugal pode vir a padecer de uma crise iconográfica de nível Universal (cá, nunca se faz por menos!). “O Galo de Barcelos contaminado é uma catástrofe, é uma perda sem precedentes. A nível de cultura nacional equivaleria ao Paulo Portas sair com uma mulher que não fosse a sua mãe; ou ainda, ao Camilo de Oliveira, de um momento para o outro, passar a ter piada”, disse quase a chorar (a entrevista foi na cozinha dele e ele estava a preparar um Franguinho à Maricas; a cebola para o refogado encarregou-se dos efeitos especiais).
Na verdade, porque o acima escrito é a gente na galhofa, Francisco George confessou ao Ventoinha que, por causa do H5N1, o Galo de Barcelos pode vir a desbotar, perdendo todos aqueles tons e aquelas pintas, ficando negro; "Sem toda aquela cor deixará de ter aquela graça de ser tão português, correndo também o risco de ser adoptado pela Unita", afirmou. Aqui, no Ventoinha, teme-se o pior!
Mais desenvolvimento assim que se justificar e logo, mas logo, que o autor tenha tempo…

sexta-feira, 24 de março de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio Provado num poema atrevido

«Primeiro é abraçá-la e apalpá-la,

e num instante com beijos entretê-la.

Primeiro é provocá-la e encendê-la,

depois lutar com ela e derrubá-la.

Primeiro é insistir e arregaçá-la,

as pernas pondo entre as pernas dela.

Primeiro é acabar isto com ela,

depois vem o deleite de gozá-la.

Não fazer, como soem os casados,

mais que chegar e achá-la preparada:

de tão doce dá fome verdadeira.

Hão-de ser os deleites desejados;

se não, não dão prazer nem valem nada,

pois não há quem o barato comprar queira


Anónimo ( Séc. XVI )

Jardim de Poesias Eróticas do Siglo de Oro


P.S. – Post
livre de preconceitos moralistas, e quiçá assinando-se anónimo para não ser lançado à fogueira junto com o verso.



by Gui

quinta-feira, 23 de março de 2006

Piadão Ventoinha que apesar de não ter piada foi chamado de Piadão por falta de criatividade do autor e acaba com uma pergunta

Uma pessoa meia doente só precisa de meia vacina, de meio medicamento, de meio tempo de tratamento. Se tal pessoa está meio doente significa que há um dos lados que não está, pois só está doente até meio; neste caso, será negligência médica dar a vacina no lado errado?

2 Piadões Ventoinha que mostram alguma falta de auto estima do autor mas de certa forma fazem publicidade enganosa através da ironia

1.
Eu sou tão girinho, mas tão bonitinho que, nas fotografias de família, fico sempre por detrás da máquina

2.
Eu sou tão bonitinho que a única pessoa que me disse que eu era lindo de morrer ainda está bem viva. Essa pessoa é a minha avó e disse-me isso num dia em que lhe fiz um recado.

terça-feira, 21 de março de 2006

Post que sem meter piadinha emprega uma outra expressão idiomática em duas situações distintas sendo uma delas sugerida por um comentário

Situação 1:
Questionar o cirurgião francês sobre a possibilidade de a operação correr mal. O cirurgião responder: “Eu nunca erro, mas, no máximo dos máximos, o menino pode ficar com uma mão à frente e outra atrás.”;

Situação 2:
Questionar o cirurgião sobre o deleite ergonómico de um par de mamas nas costas. O cirurgião responder: “Você é muito curtinho de vistas. Pois, se a mulher tem um par de mamas nas costas, você pode muito bem ter uma mão à frente e outra atrás que nunca perde. Embora seja uma invenção de mestre, não queira usufruir só do par de mamas nas costas. Há que pensar na coluna da mulher, não é?”.

segunda-feira, 20 de março de 2006

Post que sem fazer pouco faz menção a uma expressão idiomática e no mesmo parágrafo mostra que há uma cura para o que a expressão enuncia

Um rapaz cujo nome não vale a pena mencionar porque preferiu manter-se anónimo e que, na verdade, pode ser qualquer um de nós, meteu os pés pelas mãos. Ora isto, se fosse aí há uns anitos, seria um grande mal, pois estava visto que não tinha cura. Hoje não é bem assim, existem cirurgias plásticas e todo o mal que resulte de pôr os pés pelas mãos pode ser curado através de uma simples cirurgia. Foi isto que concluiu um cirurgião experiente e francês – apenas nas horas vagas, porque se comporta como um alemão a maior parte do tempo. Segundo este cirurgião, cujo nome não vale a pena mencionar por ser apanascado e comprido, “meter os pés pelas mãos é perfeitamente natural e eu achei a cura, nada mais. O que não é natural é a forma como as pessoas lidam com isso; às vezes parece que lidamos com essas pessoas como se fossem deficientes” – disse o cirurgião que é francês em part-time. Bem, na opinião do Ventoinha, que é sempre uma boa opinião, uma pessoa que tenha os pés trocados com as mãos não deve ser muito normal e, para além disso, deve andar de uma forma muito estranha.
Este procedimento cirúrgico vai começar a ser aplicado em casos reais e “qualquer dia vai ser possível ter seios nas costas sem se ser considerada marreca”, revelou-nos entre sorrisos o cirurgião que é francês em part-time.

sábado, 18 de março de 2006

Provérbio Provado :: Provérbio Francês

Provérbio que introduz a categoria Provérbios Estrangeiros, importado do filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", da cena de diálogo entre a amiga e o apaixonado da Amélie num jardim. A amiga faz-lhe um inquérito cerrado de provérbios para descobrir se ele é merecedor da Amélie, pois já dizia seu pai que quem conhece provérbios é boa pessoa. E eu escolhi o que tem a sonoridade mais bonita:

* Couer qui soupire n'a pas ce qu'il désire

P.S. – Post livre de preconceitos linguísticos, e quiçá apresentando a tradução para a língua mãe: Coração que suspira não tem o que deseja.


by Gui

quinta-feira, 16 de março de 2006

Post Colonial

É, pois, no dia 28 de Março, deste ano de Nosso Senhor, que as águias defrontam a equipa catalã do Barcelona, num embate de Titãs, para gáudio do excelentíssimo Presidente do Concelho Dr. Oliveira Salazar. Como será de esperar, e para regozijo de toda a nação ultramarina, pois também os nossos irmãos africanos nos apoiam através da Casa do Benfica de Lourenço Marques, e restantes casas fundadas pelos excelsos descobridores, a equipa da Luz contará com o apoio incondicional de todos os portugueses, que foram já tão grandes lutadores na grande Batalha de Aljubarrota. Assim, o treinador dos encarnados, um excelentíssimo senhor alto e maduro, de tez pálida e um olhar de conquistador tingido de azul celeste, um extraordinário exemplo da figura masculina, qual Adónis destes tempos sem fé, contará, como treinadora adjunta, com a Nossa Senhora, tendo Amália, voz desta grande nação, como directora desportiva.
No alinhamento inicial teremos, para regozijo deste país de conquistadores, D. Afonso Henriques, na baliza; D. Sebastião, a lateral esquerdo; D. Nuno Álvares Pereira e D. Dinis, a fazer dupla de centrais; Jacinto Marto, revelação deste Anno Domini, a lateral esquerdo; a médio ala esquerdo, D. Sancho I; no centro, entalado entre a defesa e o ataque, Martim Moniz, que faz dupla com Brites de Almeida, padeira de Aljubarrota; no lado direito do meio campo vamos ter D. João V, muito bom nos cruzamentos e nas bolas paradas; mas, o poder desta equipa reside no ataque, onde teremos, numa dupla formidável, D. João I e Marquês de Pombal, que marcou dois golos aos Távoras na semana passada. No banco ficarão, para desgosto de alguns: Vasco da Gama, irmã Lúcia, o Padre António Vieira, o Cardeal Cerejeira, Camões e o guarda-redes Pedro Álvares Cabral.
Viva a nossa Nação! Na Luz como em Aljubarrota!

Em Junho próximo, “Anita” é novela da TVI

Tozé Martinho, o Balzac do horário nobre português, vai escrever uma novela baseada nas aventuras de Anita, a pudica criança que tinha um canito e que andava sempre metida em aventuras muito giras e cheias de animação. A versão de Tozé, segundo o próprio, vai ser um bocadinho mais virada para a exploração dramática do personagem. Na criação de Tozé Martinho, o papel principal vai ser representado por Carla Matadinho, uma inocente cachopa que tem um problema na zona do peito, mais conhecido por mal de caixa-de-ar, um mal tão grande que lhe cresce ali alguma coisa de muito estranho; há males que vêm por bem. Carla Matadinho vai fazer de Anita, como, portanto, já se entendeu; vai viver vários romances conforme a estação do ano e o grau de parentesco, roçando o assédio sexual no local de trabalho. O episódio piloto mostrado ao Ventoinha – num exclusivo de nível universal – que se intitula: «Anita na casa da prima que tem uma apetência sexual alternativa a pontos de gostar de arroz de grelos», conta uma aventura em que, Anita, ao passar no Jardim Zoológico e ao ter de ir às compras, se encontra de repente na casa da prima em cima de um aparelho parecido com… o resto… na sua estação favorita, a partir de Junho!

terça-feira, 14 de março de 2006

“Meme” (como quem diz, com sotaque algarvio, “é meme iss!”)

«Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do ‘recrutamento’. Ademais, cada participante deve reproduzir este ‘regulamento’ no seu blog.»

Dou a conhecer então as minhas cinco manias, da menos importante para a mais importante:

5- Tenho a mania de estar apaixonado por tudo e por todos (ah maluco!)
4- Tenho a mania de dizer que é mau ter a mania
3- Tenho a mania das bolachas Maria com iogurte (huum, nham!!)
2- Tenho a mania das bombocas, uma é sempre pouco, e muitas nunca são demais
1- Tenho a mania de querer mudar o mundo (de que os cágados voam, portanto)

5 Blogs:
Zastraspasnotwar: do Agostinho
2+2=5: do Carapinha
Editoracantoescuro: do Vítor
Borrasdecafé: da Joana
Coresdoglobo: da associação Cores do Globo

Post que tenta provar que um acidente de viação pode reacender o ódio que a esquerda tem ao capital sem deixar de sugerir traição

Francisco Louçã, como qualquer outro mortal, pode morrer atropelado por uma carrinha de transporte de valores conduzida por um senhor parecidíssimo com o Estaline.

segunda-feira, 13 de março de 2006

Ventoinha da Conspiração

No dia em que Sá Carneiro faleceu, “assacidentado”, o presidente da Junta de Freguesia de Camarate (se é que há uma, mas dá jeito agora que haja) ficou puto da vida… O mistério prolonga-se já há uns anitos, não gostasse o povinho de uma bela novela. Mas, não é isto que aqui me trás. Para além de dever algo aos leitores, deste blog de coisas bonitas, sinto-me na obrigação de fazer denúncia, reportando a abstrusa calamidade de que me apercebi, numa profunda leitura da História. Acreditem-me! Sá Carneiro foi “assacidentado” por causa de um Werther’s Original, que terá dado a Cavaco na penúltima noite da sua vida. Espantem-se! O mesmo Werther’s Original foi passado a Marques Mendes durante o serão do celebérrimo dia da tomada de posse. O que quer isto dizer? Absolutamente, nada! Certo é que, Marques Mendes acabou a noite a partilhar o rebuçado com, nada mais, nada menos, José Sócrates. Mário Soares, que não foi ao jantar por ter ficado preso no pulmão artificial, desconfiou deste rude golpe, desferido, sem dó nem piedade, à jugular da Democracia portuguesa. Tirando isto, Mário Soares só comeu mais um bolinho sortido, sorveu o chá das 21:00 e deitou-se, tendo Maria Barroso o trabalho de lhe ir despejar a arrastadeira. O quererá isto dizer? Só pode significar uma coisa: Maria Cavaco deixou de poder contar com o seu “Stallion de Boliqueime”; porque, Presidente da República, não pode assim tanto, e, se não pode assim tanto, é meio potente; se é meio potente, é, claro está, meio impotente. E mais não digo… Esta conspiração já dá pano para mangas…

sexta-feira, 10 de março de 2006

Provérbio Provado :: Provérbio Circense

Depois do boicote descarado levado a cabo na Feira de Santo António da Charneca, o Zé dos Frangos resolveu mandar às urtigas o Rei das Farturas e a Lena do Churro e decidiu mudar de profissão. Repescou à linha na memória umbilical o seu mais antigo sonho de criança e, pondo um sorriso de orelha a orelha que não mais lhe abandonou o maxilar, comprou umas meias de riscas largas roxas e pretas e dirigiu-se ao Chapitô. Aí chegado pediu para fazer um estágio de palhaço, já que não sabia ler em estrangeiro e as palavras workshop e atelier não lhe diziam nada. Ser palhaço, eis o seu sonho de criança, um pouco antes de querer ser deputado em São Bento, que até são sonhos que dormem de mão dadas... No Chapitô, o agora Zé Palhaço, sentia-se feliz; começou por ensinar na cozinha uma nova receita de frango enquanto aprendia malabarismo com laranjas, primeiro três, depois duas na mesma mão, até conseguir com quatro e até com cinco. Após as bolas, as massas de fogo e os bonecos feitos de balões, quis testar o equilíbrio em cima de umas andas e chegou mesmo a tentar uma perninha no trapézio. Foi então que outro palhaço o convidou para o primeiro espectáculo a sério, embora teimasse estranhamente em chamar-lhe acção de rua. O Zé pegou nas andas e num chapéu amarelo e juntou-se entusiasmado à centena de jovens que na Baixa erguiam cartazes e gritavam e cantavam e dançavam. Sentiu-se de novo criança, e pensava no bom que era não ter escolhido enveredar pela política, até ao momento em que descobriu, do cimo das suas andas, um palhaço de São Bento encabeçando o teatro. Uma lágrima correu-lhe pela face pintada quando um transeunte lá em baixo lhe espetou um dedo e a frase:


* Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és

P.S. – Post livre de preconceitos políticos, e quiçá subornando o porteiro para me deixar sentar no círculo esquerdo da assembleia a assistir ao espectáculo.


by Gui

terça-feira, 7 de março de 2006

Ventoinha Financial Times: OPA pode levar a fecho da Feira de Santo António da Charneca

Já desde a passada segunda-feira que o medo se instalou no seio dos investidores. O Rei das Farturas, reputado feirante, decidiu lançar uma OPA à Lena do Churro, provocando assim uma tremenda flutuação no valor das acções desta última. Multinacional reputada no fabrico de doces à base de farinha de trigo, o empreendimento Rei das Farturas larga assim mão da operadora de pipocas e algodão doce, negócio do filho, para investir numa hipotética sinergia que assimilará por completo um dos ramos mais rentáveis de Lena, a venda a retalho de torrão de Alicante. Quim do Tremoço, um dos maiores accionistas da Lena's Churres & Fartures Holding & Something With a Very Important Name (nome inglês!), chega mesmo a afirmar: "As acções perderão valor se o obstinado Rei das Farturas levar a OPA avante".O Reis das Farturas, apesar da reputação, é acusado pelos accionistas da Lena's como sendo um porco que não lava as frigideiras. Ao ficar provado que sim, que de facto não lava as frigideiras, o Rei das Farturas, não só não conseguirá a OPA, como perderá clientes.A realização desta OPA põe assim em risco a realização da Feira de Santo António da Charneca, isto por causa da Alta Autoridade para a Concorrência se mostrar relutante em ter apenas um operador a dominar o mercado dos churros, farturas, algodão doce e, quiçá, torrão de Alicante.

sexta-feira, 3 de março de 2006

Crónica :: Provérbio Provado :: Provérbio Provado no post scriptum

Especula-se tanto na Lusitânia sobre o facto de as mulheres irem à casa de banho aos pares, quando acontece precisamente o mesmo com o sexo oposto. A explicação é bem simples e a prova está, como não podia deixar de ser, num provérbio...

 

P.S. – Post livre de preconceitos diuréticos, e quiçá lembrando que:

- Quando mija um português, mijam logo dois ou três.


by Gui

quarta-feira, 1 de março de 2006

Provérbio-pergunta sobre o negócio entre a Sonae e a PT

Ladrão que compra ladrão tem 100 anos de perdão?

Gui, perdoa-me a intromisão na tua especialidade, mas foi mais forte que eu.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Crónica :: Provérbios Provados :: Provérbio suburbano

São 11 da manhã e o Manel Zé conta os parcos trocos que sacou da algibeira. Hoje já chegou tarde à estação e não apanhou a leva dos passageiros que tomam o comboio para os seus trabalhos. No entanto continua de pedra e cal junto às máquinas dos bilhetes no habitual peditório matinal. Desde que foi corrido dos estacionamentos mais próximos pela concorrência desleal, Manel Zé adoptou as máquinas verdes como suas e não arreda pé. Gosta mais destes companheiros de pedinchice que o acolheram num dia de chuva sem perguntas: a velhota que traz o banquinho e a manta e pede num lamento que podia ser o da sua avó, o rapaz da prótese na perna que se senta nas escadas ao lado das muletas, o velho de barbas brancas e sempre o mesmo fato preto que arrasta em passinhos muito lentos, as ciganas romenas que rogam em voz rouca com toda a emoção de um teatro e o pai de todos, o cauteleiro, que, nos dias em que o pregão vende mais sonhos de prémios na lotaria, oferece sopa a todos eles. Aqui está encostado à máquina à espera de uns cêntimos e pensando em como a tarde será complicada dadas as recentes rusgas e apreensões no bairro das compras, quando vê passar o Quim Tó e logo o chama, abrindo a boca no seu sorriso de dentes podres. O Quim Tó traz o ar de quem já matou a ressaca, e diz-lhe generoso:

- Então, ‘tá a render ou nem por isso? Huum...’tava tudo com pressa pr’apanhar o comboio, já vi!. Deixa lá isso pá, e nem penses em ir pós lados da casa do Jardas, a fonte ‘tá seca e aquilo ‘tá cheio de mona. Anda lá comigo, eu consegui orientar-me... mas olha que não é grande espingarda, já te aviso...

- Epá obrigado, que não mora guito no bolso, e mesmo não sendo do bom, sempre ouvi dizer que

* A cavalo dado não se olha o dente.


P.S. – Post livre de preconceitos odontológicos, e quiçá tomando um analgésico porque fui hoje desvitalizar um dente.


by Gui

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

Crónica :: Provérbio Provado :: (In)provérbio

Esta semana não há provérbio provado. Vou agora para a terrinha onde não há internet e por preguiça, e por falta de inspiração, não escrevi a "crónica" a tempo. Na próxima sexta aí estará sem falta. É caso para dizer que:

- Nem todos os dias são dias de feira

P.S. – Post completamente livre de preconceitos.


by Gui

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Caricatura de Luís Filipe Vieira provoca aumento da violência doméstica

No decorrer desta semana, determinado jornal desportivo publicou uma caricatura do presidente do SLB, Luís Filipe Vieira. O que a princípio não passou de uma brincadeira traduziu-se num aumento do fluxo de chamadas para a APAV. O tema das chamadas rondava sempre os mesmos assuntos, «o meu marido não come, chora, queima jornais e galhardetes da colectividade, vira-se para a Luz e reza e dá-me porrada de meia-noite». Uma pessoa, da APAV, da qual não posso referir o nome, por causa de ameaças da Máfia chinesa que domina a instituição supra citada, disse ao Ventoinha que, se a violência se continuar a espalhar pelos lares à mesma velocidade do fluxo de chamadas, é mesmo impossível parar o Benfica. Este surto de violência doméstica é o culminar de resultados menos felizes do Benfica aliados à caricatura horrenda publicada no jornal. Isto faz lembrar qualquer coisa.

Uma piada da Manuela por dia dá saúde e alegria

A Manuela tem uma boca tão grande que quando o José Eduardo Moniz a quer beijar tem de chamar os amigos todos para o ajudar.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Crónica :: Provérbios Provados :: Provérbio Pessoano

« (...)

É humano querer o que nos é preciso, e é humano desejar o que não nos é preciso, mas é para nós desejável. O que é doença é desejar com igual intensidade o que é preciso e o que é desejável, e sofrer por não ser perfeito como se se sofresse por não ter pão. O mal romântico é este: é querer a lua como se houvesse maneira de a obter.

"Não se pode comer um bolo sem o perder."

(...)»

in O Livro do Desassossego

 
P.S. – Post livre de preconceitos heteronímicos, e quiçá convocando os outros todos que também habitavam nos planetas do Fernando Pessoa.


by Gui

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Pub - A influência de uma boa bilha

O Jonas é um recém-adulto, com 20 anos, matreiro, preguiçoso, que gosta de aproveitar a vida e, como ele diz, de gajas. Muitas gajas. No intervalo do episódio dos Morangos com Açúcar, onde delira com as mini-saias das meninas, viu um anúncio da Galp a anunciar as novas bilhas, umas tais de Pluma. E, literalmente, babou-se com a polaca boazona do anúncio. Ficou maravilhado e disse para si próprio que tinha de ver mais perto aquele símbolo da Galp no bolso traseiro dos calções. Apesar de ter gás natural em casa, isso não impediu que fosse rapidamente à Internet ver o número das encomendas das bilhas de gás. Telefonou, encomendou uma Pluma e pediu urgência na entrega porque tinha ficado sem gás em casa. Ficou então marcado para a manhã seguinte. Os pais nem desconfiaram. De manhã, levantou-se cedo, baldou-se às aulas e convidou cinco amigos para virem lá a casa ver a bilha e a Pluma. Baldaram-se todos às aulas e, mais ou menos á hora marcada para a entrega, foram chegando. E lá estavam, todos sentados no sofá à espera que a campainha tocasse. A excitação era mais que muita e, quando a campainha finalmente soou, o sangue parou-lhes nas veias. Risos histéricos, excitados e nervosos e lá vai o Jonas a correr para a porta, com o seu ar de engatatão e de rapazolas sem vergonha.
- Quem é?
- É o Círculo de Leitores…