quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Zé João, o Tampinhas - parte IX

Mais uma garrafa de água consumida no Café Central, mais uma tampa que Zé João guarda. Por um lado, só bebe água engarrafada de há três meses para cá, quando a Manuela Moura Guedes (MMG)revelou uma análise muito negativa às águas que chegam a casa dos portugueses, através das torneiras; por outro lado, Zé João aumentou ainda mais a consideração que tem para com MMG. No final do Jornal Nacional, algures no mês de Outubro, Zé João ficou a saber que as tampas das garrafas se podiam trocar por cadeiras de rodas. Ficou sensibilizado com a história da Lúcia, que aos 9 anos ficou paraplégica a fazer os trabalhos de casa de Matemática.

Desde então que não mais conseguiu andar pelo seu pé. A reportagem da TVI contava a história como só eles sabem e como o Zé João gosta que lhe contem as coisas, sem medo do ridículo e com emoção a rodos. Também o filho do padeiro teve recentemente um problema na coluna, enquanto assobiava a duas jeitosas raparigas que passavam à frente da obra. O assobio foi tão forte que lhe deslocou algo na coluna que Zé João nem imagina o que é. O padeiro teve bastantes dificuldades em comprar a cadeira de rodas para o filho, tendo para isso aumentado três cêntimos cada papo-seco e juntar mais 10 cêntimos em cada pão de quilo. Mas entretanto, todos os habitantes de Sassoeiros, comandados por Zé João, se entregaram a um esforço sem precedentes, juntando tampas suficientes para trocar por uma cadeira de rodas eléctrica. Ao fim de dois meses e de muito boa vontade, a cadeira de rodas chegava, a bordo de uma carrinha da Chronopost. Foi um dos dias mais emocionantes da história recente de Sassoeiros, que saiu à rua para ver o filho do padeira brincar com o joystick da cadeira de rodas e andar, parar, girar. Toda a gente queria testemunhar o fruto das muitas paletes de água que haviam comprado.

Durante esses dois meses, as mães até deixavam os miúdos beber Coca-Cola só para juntar mais tampas. Chegava-se mesmo ao cúmulo de comprar qualquer bebida que tivesse tampa. Mas apesar do esforço, a cadeira de rodas estava operacional. Zé João continua a juntar tampas de todas as garrafas que apanha, depositando-as dentro de um garrafão vazio. Quando está cheio leva-o ao Café Central, que se tornou o ponto de referência da solidariedade de Sassoeiros. E Zé João tenta sempre convencer mais alguém a juntar tampas. Até agora, o zeloso munícipe conseguiu juntar tampas suficientes para 20 cadeiras de rodas. E fica orgulhoso disso, do alto do seu fundamentalismo solidário. Chega mesmo, sem ninguém reparar, a tirar as tampas das garrafas que vê no lixo ou no chão da rua. Zé João, já conhecido em Sassoeiros como o “Zé Tampinhas” continua a juntar tampas, e o padeiro nunca mais baixou o preço do pão.

O resto da história em:

- A saga do Zé João que só queria retrorreflectir
- A saga de Zé João, parte II
- Zé João aventura-se na Vasco da Gama
- Zé João volta à estrada
- A imagem de Zé João pelas ruas da amargura
- Zé João: a carta velha que ajudou Manela
- Zé João, campeão de sueca de Sassoeiros
- Zé João vai ao Prontoxe

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Reflexão Ventoinha: A dimensão ontológica ou Discurso sobre o Ser do Esquizotuga

Para uma compreensão da dimensão ontológica de Esquizotuga é preciso entender quatro conceitos fundamentais, são eles: Espaço, Revolta, Imediatismo e Idade dos Porquês?
Nesta reflexão Ventoinha, proponho que estes conceitos sejam entendidos da seguinte forma: Espaço = Paragem do autocarro/ Barco parado a meio do rio; Revolta = Isto é sempre o mesmo/ Eles são todos iguais; Imediatismo = Preciso mesmo/ Depois não há/ É uma pechincha/ É quase dado; Cegueira = Ota o quê? / Não entro ali porquê? / Orçamento do quê? 25 de quê? Votar em quem? Democracia o quê? Governo de quem? Greve de quê?
Após a explanação dos conceitos, isto é, a forma como se pretende que sejam entendidos neste contexto, limito-me a ilustrar uma situação: Paragem de autocarro. Chuva. Autocarro nº 60 demora um bocadinho a chegar. Está a chover, muito. Senhora de meia-idade, à guisa de um Lenine do Lisboa Viva: “Pagamos passe e é o que se vê, revoltemo-nos! Eles são todos iguais!”.
Serve a situação anterior para demonstrar apenas o seguinte, a revolta de Esquizotuga é local, confinada a espaços muito pequenos, onde se possa ter protagonismo, se não mediático, pelo menos para o grupo de gente que nunca mais se vai ver na vida mas que apanha o mesmo autocarro naquela altura e que talvez se venha a encontrar num centro comercial construído à pressa. Nesta situação só ficaram demonstrados dois dos conceitos fundamentais da ontologia do Esquizotuga, o Espaço e a Revolta.
Numa próxima Reflexão Ventoinha, que tem aqui o primeiro “capítulo”, colocaremos os dois últimos conceitos em situações práticas. Tudo isto para compreendermos a totalidade do Ser que é o Esquizotuga.

Notícia Ventoinha: Última Hora

A histeria, por causa da Gripe das Aves, não conhece limites. Na China, na madrugada de hoje, um indivíduo foi apedrejado até à morte por causa de uma corrente de ar e de uma história arrepiante. Ao que parece, o executado terá proferido a seguinte frase, “Até fico com pele de galinha”, mas em chinês. Foi o bastante para o amigo, contador da história de arrepiar, o denunciar.

domingo, 27 de novembro de 2005

Uma piada da Manuela por dia dá saúde e alegria

A Manuela tem uma boca tão grande que... a convidaram para fazer de gruta no presépio da Câmara Municipal do Montijo

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É com muito gosto que colocamos mais uma piada da Manuela, desta vez enviada pelo participativo Rui Ventoinha. É bom ver que, quando nos empenhamos numa causa, há pessoas que se juntam a nós. Um grande bem-haja à Manuela, que sem a boca dela nada disto seria possível!

Leitor 5809 - Cuidado com o capacete

Mais um post do Rui Ventoinha, a saber:

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Eu sou motociclista. Existem só dois tipos de motociclista: os que já cairam, e os que ainda vão cair.Uma coisa muito importante a saber em caso de queda, é que nunca se deve tirar o capacete. Há inclusivé autocolantes para meter nos capacetes, com este dizer: -Em caso de acidente, não me tirem o capacete.Eu quero ver se arranjo espaço no meu capacete para meter um autocolante com esse dizer, mas mais completo.-Em caso de acidente, não me tirem o capacete... nem me levem as chaves, nem a carteira, nem o dinheiro!

"O" Vontoinha
P.S.- Não sei se já vos disse, mas eu fui ao Esquadrão G..."

Leitor 5809 - A história da Raquel

A cautela 5809 já saiu e foi parar ao click do Rui Ventoinha, que, para quem não sabe, participou no Esquadrão G. E, para comemorar esse feito e, ao mesmo tempo, um dia de trabalho muito pouco produtivo (mas só em termos de trabalho mesmo), o Rui escreve não um, não dois, mas três posts para nós. Digamos que é como um quadro dividido por três telas. Não é, mas podia ser. Então cá ficam, com um agradecimento de ventoinha para ventoinha.

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Depois de 2 refreshs e de limpar os cookies do PC, por mera sorte e conveniência do Destino, fui então o leitor 5809 (isto de um gajo saber mexer nestas máquinas esquisitas que foram inventadas para resolver problemas que não existiriam se não existissem estas máquinas esquisitas afinal serve para alguma coisa...).

Andava eu a pesquisar na net para ver se via alguma coisa sobre mim, quando me deparei com este blog, e pensei cá para com os meus botões (das calças, porque na altura ainda não usava camisas): "Cum camandro! (Obrigado Gato Fedorento, por terem reintroduzido no vocabulário corriqueiro português este vocábulo que há muito estava esquecido, e que tanto jeito nos dá). Afinal eu existo, e até tenho um blog!" Mas não. Era uma cambada de gajos (e gajas) ainda mais malucos que eu (ou talvez não) que se haviam apropriado da nomenclatura (também sei usar palavras caras). Não faz mal, fazem concerteza um trabalho melhor que eu faria (acham que estou a usar os parêntesis muitas vezes, não?)

Pensei muito no que haveria de escrever práqui, e achei que a história da minha vida ia entediar as gentes daqui ao ponto de as fazer pensar que engolir uma bomba termonuclear seguida de um fósforo aceso seria uma boa ideia.

Assim sendo, deixo-vos a história da Raquel.

A Raquel era daquelas colegas da escola que faziam com que um gajo não chumbasse por faltas. Por ela, valia a pena ir às aulas. Não era só pelas suas glândulas mamárias demasiado desenvolvidas para a idade ou pelo facto de ela ser muito calorenta (unica razão que eu encontro para que em pleno Inverno ela usasse saias que mais pareciam coleiras e tops com decotes até aos dedos dos pés). Era principalmente pelas pérolas que eram as suas intervenções nas aulas, que resultavam invariavelmente em gargalhadas gerais e no corpo docente a entrar em desespero e/ou a tentar combinar com ela sessões de explicações em privado, conforme o prof fosse uma ela ou um ele. Parafraseando um cliché, tinha o cérebro descaído para o peito. Mas era sempre muito interventiva, e nunca se calava, para nosso deleite.

Numa visita de estudo a uma fábrica qualquer, enquanto naturalmente o resto da turma se entretinha a fazer charros ou a carregar em tudo o que era botão naquelas máquinas, os nerds iam perguntando ao guia o que é que fazia e para que servia esta ou aquela máquina.

Até que finalmente se soltou a pérola. Ela pôs o dedo no ar, e tudo se calou, para a ouvir.
"E aquela máquinazinha tão gira ali em cima, com uma luz roxa, serve para quê?"

Pausa por um breve momento.

Resposta do guia: "Serve para matar moscas...
"Pois...

"O" Ventoinha
P.S. - Eu estive no Esquadrão G, não sei se sabiam...

Post infantil

O post que se segue é dedicado ao José Barata Moura e a um socialista anónimo.

O socialista foi à hOta
Comê uma búuota
O Cavinho tamém
Quis iri
E fecháam-le a casota
É bem feita puque o Cavinho
Tem a mania que é espetinho

Este post foi cantado pelos putos da reciclagem e não pelo Miguel Ângelo, dos Delfins, como muita gente está a pensar.

sábado, 26 de novembro de 2005

Rádio Ventoinha

A Rádio Ventoinha está a captar em nova sintonia. Desta vez, substituimos uma música do primeiro album das Coco Rosie por uma música do novo, com a participação do Antony and the Johnsons. Muito boa. Quanto à música em português, é mais uma pérola do baú da margarida. Ambas são para ouvir alto :) Aguardam-se opiniões...

Fátima Felgueiras ouvida de novo.

Fátima Felgueiras foi de novo interrogada, por causa do caso do saco azul. Novas suspeitas recaem sobre a autarca, desta vez trata-se de um desvio de dinheiro na ordem dos 10 euros, para trocar por moedas de 50 escudos para jogar matrecos. O dono da tasca onde Fátima gasta dinheiro todas as noites disse não ter nada a ver, considerando-a até como uma freguesa normal, que bebe e paga a horas, «Nem come muito tremoço!», exclamou o Sr. Albino.
A brigada que apanhou a “Fatinha do Boneco” (nome de guerra nos salões de jogos e tascas de Felgueiras) agarrada aos matrecos é a mesma que foi a casa de Jorge Coelho à procura de um tabuleiro de xadrez, há cerca de duas semanas. O Ventoinha sabe, de fonte segura, que esta brigada não é para brincadeiras; nas últimas semanas descobriram que foi oferecido a José Sócrates um jogo, o “Tabu”, e que em casa de Paula Rego foi encontrado um “Pictionary”.

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

O secador de mãos

Todos os dias ele ia, pelo menos, quatro vezes á casa de banho no emprego. E todos os dias fazia as suas necessidades, lavando prontamente as mãos. O gesto era mecânico. Abria a torneira, molhava as mãos, carregava na saboneteira líquida e esfregava tranquilamente as mãos com aquele líquido cor de rosa. Fechava a torneira e limpava as mãos a umas toalhitas de papel. o problema é que as toalhitas estavam colocadas mesmo por baixo do secador de mãos e, cada vez que ele retirava uma toalhita, o sensor disparava e ligava o secador. Nos primeiros dias, com vergonha, acabava por secar as mãos de forma automática, mas o que ele gostava mesmo era de usar as toalhitas de papel. Porém, a cada lavagem das mãos, accionava involuntariamente o secador. E ele até tentou mudar as toalhitas de sítio, mas quando pegava nelas para as colocar mais acima, o secador disparava. E no dia seguinte, alguém voltava a colocá-las mesmo por baixo do aparelho. Ontem ele esperou que saisse toda a gente e deu um pontapé no secador. Serviu-se das toalhitas á vontade e ficou satisfeito. Hoje chegou à casa de banho e não havia toalhitas.

Uma piada da Manuela por dia dá saúde e alegria

A Manuela tem uma boca tão grande que as seguradoras se recusam a fazer-lhe um seguro contra terceiros

O Baloiço

Este é mais um post de saudade. Tenho saudades do Baloiço. De lá ir lanchar e pagar um balurdio por um chá de limão e uma torrada, depois de estar meia-hora á espera que um dos simpáticos e bem educados empregados fizesse o favor de me atender. Depois de esbracejar até mais não, para pedir um pouco de atenção. Depois de me arrepender 30 vezes de lá ter ido, mas continuar a ir. Tenho saudades da virilidade daqueles empregados, todos muito machos, mas que tentam provar qual sabe mais, qual é mais engraçadinho e, ás vezes, qual manda mais. E tenho saudades de lá ir, por vezes, almoçar à pressa ao balcão, em pé. E, dentro do balcão. três ou quatro empregados, que gritam uns com os outros e que tentam sempre achar algo que o outro tenha mal feito. E fazem questão de o gritar bem alto para que os clientes percebam que, AQUELE colega fez porcaria. Entrando no espírito, torna-se bastante engraçado. E tenho saudades do meu eco. De pedir um café e de ouvir, com meros segundos de intervalo, o empregado a pedir o meu café a outro colega que, por sua vez, o tira, entrega-o ao colega que o pediu para, por fim, me chegar às mãos. E tenho saudades de pedir uma sandes e ouvir um berro "sai um mafra ao embrulho". E depois há sempre aquelas camisas azul baloiço. E 1/3 dos empregados têm bigode, sendo que 2/3 tem pulseira ou fio de ouro. Pelo menos dois tinham a unha do dedo mínimo grande... talvez para servir melhor os bolos ou as sandes. E tenho também saudades de ir almoçar ao snack, nome pomposo para uma cave quente e cheia de gente à procura de um almoço barato. Saudades de comer sopa aguada e de ver a minha comida chegar por um intermédio de um elevador com um apito irritante, depois de ouvir chegar a sopa, o prato e a sobremesa. Tenho saudades do empregado do snack chamar o meu nome aos berros á entrada e à saída, tentando eu que ninguém percebesse que ia ali almoçar em vez de ir ao Sete Mares. Tenho saudades do Baloiço e nunca mais tive coragem de lá entrar. Tenho medo que ainda me reconheçam.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Leitora 5353 - Post à borla

O prometido e ansiado post está aqui. A nossa querida leitora 5353, a Gui, do Coisas que tal, esmerou-se e escreveu uma deliciosa história onde entra o Ventoinha. Leiam que está muito bom, e, meramente no campo pessoal, coloco este post no top dos meus favoritos. Muito obrigado Gui. O prazer é nosso e, acredito, de todos os leitores. E para torná-lo ainda mais inédito, vai com a introdução da autora e tudo, um exclusivo para o mundo ventoinha. E podes postar o post na tua televisão ;) cá vai então:
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Este é o meu post para o arejado mundo Ventoinha. Deverá ser ser assim um post amplo como o céu. E optimista também, nada próprio de invernos nem de mares fundos. Pode muito bem não ter ponta por onde se lhe pegue, ser hostil, pode falar do tempo, da juventude... Escrever um post para este ventoso blog pode ser uma grande responsabilidade. E pode também tentar ser uma história que começa assim:

É o final de uma tarde muito quente de Agosto. No escritório, Carlos espreita o relógio: falta uma hora para terminar o expediente. Está sozinho. Os patrões nem lá puseram os pés hoje; imagina-os refastelados numa qualquer espreguiçadeira na sombra de um pinhal. Os reposteiros estão corridos mas mesmo assim o calor penetra pelas paredes tornando mais saturada a atmosfera. A campainha do telefone trina, Carlos atende: Escritório de Advogados Bento, Filho & Associados Limitada boa tarde, mas do outro lado desligam de imediato. Serão os patrões a confirmar a sua presença?, e abana a cabeça não acreditando. Agora é a campainha da porta soando por sua vez. É o amigo Ventoinha. Traz como de costume os cabelos ao ar num reboliço, mesmo num dia como hoje em que não corre uma aragem.

- Acaba lá com isso e vem tomar um café ao Chiado. Quero passar ao Grandela e ver de um presente para uma tia minha...

E pisca-lhe o olho, divertido. Carlos garante que não pode sair já. Mas que ele faça horas, que terá o maior prazer em o acompanhar ao Chiado.

- Tu és muito amedrontado. Então tu crês que os teus patrões te andariam a espiar? Que disparate pegado! Eu sim, ando a ser seguido... mas anda daí à Brasileira que já te conto tudo.
Passam primeiro nos Armazéns do Grandela. Ventoinha vê luvas, chapéus, sombrinhas, meias finas mas nada lhe agrada, a tudo torce o nariz contrariado.

Gostava de dar algo com mais chique à minha tia. Ela é muito moderna.

E pisca-lhe mais uma vez o olho, com uma gargalhada. Seguem então para a Brasileira a tomar o café. E o Ventoinha começa a soprar a sua história:

Vês tu aquele indivíduo, à esquina da Bertrand, a espreitar para aqui? (Não olhes agora.) Já não o via há algum tempo e hoje... zás, lá o topei de novo. Tirou a gabardina e rapou o bigode, deve ser do calor.

E realmente lá está um fulano de ar suspeito que os olha. Imagina logo o Ventoinha muito mais metido na política do que parece; é certo que conversam em sussurro muitas vezes contra o regime, mas daí à conspiração vai um longo passo. Pensa que lhe apanharam folhetos, livros ou o apanharam em alguma reunião suspeita, está visto é que o apanharam!

Tu estás a pensar que é um pide, não é meu pobre Carlos? Mas é alguém acima deles. Eu inventei uma coisa que se chama blog. É um diário do futuro. Tu bates palavras numa máquina de escrever que não faz barulho e, no minuto seguinte, qualquer pessoa no mundo lê na televisão tudo o que escreveste. E isto é uma máquina muito perigosa, claro está! Por isso é que eles andam atrás de mim...

Carlos fica desorientado com a revelação. Pensa que o querido amigo Ventoinha endoidou de vez. Mas ainda lhe pergunta que tipo de coisas escreve nesse ‘bloque’...

Coisas, pá ! Coisas que tal.

Uma piada da Manuela por dia dá saúde e alegria

A Manuela tem uma boca tão grande que no check-in mandam-lhe a mala para a cabine de passageiros e a boca para o porão!

Próxima vítima: leitor 5809

Mais uma voltinha, mais uma viagem. O próximo contemplado terá a cautela com o número 5809. Fiquem atentos!

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Ventoinha: Caso da Vida

Roberto estava em casa, no seu quarto. A mãe, que estava na sala, começou a ouvir uns barulhos muito estranhos vindos do quarto do filho. Os barulhos eram na verdade pancadas secas, compassadas. Os olhos da mãe brilharam «O meu filho, agora na puberdade, já consegue… (muito Shakespeariana) oooooh, virginal deleite… o meu filho já brinca com o seu verde sexo!». Começou a andar, em direcção ao quarto, e ouviu as pancadas secas a aumentar, de velocidade e intensidade. Sorriu, com a satisfação de uma Marta Crawford. Roberto, que estava de costas para a porta quando a mãe a escancarou, foi apanhado desprevenido. Roberto assustou-se, deixou cair o teclado no chão. «Mãe, não consigo teclar! Olha para isto…». A mãe de Roberto caiu na dura realidade. O teclado nunca esteve avariado e Roberto nunca brincara com o seu “verde sexo”. Roberto era maneta.

Uma piada da Manuela por dia dá saúde e alegria

A Manuela tem uma boca tão grande que não consegue passar nas portagens das auto-estradas

Elogio do urinol

Hoje, enquanto estava na casa-de-banho, naqueles relaxantes minutos em que uma pessoa está a verter águas, dei comigo a olhar para a loiça sanitária (que bonito), também conhecida como "orinol" e a pensar no importante avanço higiénico que representa. É um descanso poder mijar para um buraco, ali num nível entre a cintura e os joelhos, sem ver o chão e a sanita todos salpicados. E ao sair (obviamente já com as mãos lavadas), passei à porta do wc feminino e pensei como é bom ser homem e não ter que me sentar para mijar (apesar de já exisirem alguns gadgets para mijar de pé), no mesmo sítio onde se sentaram centenas de mulheres com as mais diversas doenças e faltas de higiene. Como é bom não ter que andar a forrar a sanita de papel higiénico para que o mal-estar não seja tão grande. E como é bom não ter que mijar com o rabo suspenso para não tocar na sanita, mas ter que fazer pontaria para não sujar o chão. Como é bom ser homem numa casa-de-banho. E tudo graças ao urinol, que acaba de ganhar, por minha vontade, um prémio Ventoinha.

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Autobiografia de Cavaco pode vir a ser animada

Na passada sexta feira, na localidade de Boliqueime, terra mãe de Cavaco Silva, a Marvel fez-se representar por um porta-voz, para comprar os direitos da obra autobiográfica do candidato à Presidência da República. Segundo o porta-voz da Marvel, «Cavaco Silva está ao nível de um Capitão América e até, quiçá, de um Super-Homem, mas numa versão constitucional e mais moderna, estamos, sem margem para qualquer dúvida, interessados na vida deste grande senhor. Entrará para os quadros da Marvel, conhecido por Homem do Diz que não Disse e Calou-se, por outras palavras, o super herói, Duas Fases, não é ainda o nome definitivo». A Marvel, segundo o porta-voz, ficou especialmente interessada na vida de Cavaco após ter lido a badana da autobiografia.

Advertência Ventoinha

O IOLTalki não funciona se @ seu/sua namorad@ for surdo mudo.

domingo, 20 de novembro de 2005

Da Velhice

Mário Soares deu entrada no hospital de São José, onde há mais não sei quê que não sei quê, lá sabem os políticos. Uma situação que podia ter sido resolvida em casa teve o pior dos resultados, levando o candidato à cama de um hospital. Mário Soares engasgou-se com um Compesan. Estava mal do estômago. Perguntas que lhe caíram mal, diz-se.

sábado, 19 de novembro de 2005

Uma piada da Manuela por dia dá saúde e alegria

Os lábios da Manuela são tão grandes que já são considerados a maior obra de engenharia da Somague.

Ele há coisas verdes que não se percebem

Há coisas que são, de facto, inexplicáveis. Uma delas é a faixa da Via Verde na Ponte 25 de Abril. Ora todas as manhãs, na chamada hora de ponta, uma pessoa segue pela A2, sempre naquela ansiedade de a fila não estar no fogueteiro ou na baixa de Corroios e lá chega ao pára-arranca entre as duas pontes do Feijó. É coisa rápida, quase nem se dá por ela, mas depois, encostados à faixa da esquerda, que dá acesso à faixa exclusiva Via Verde (e sublinho o exclusiva), tudo se complica. Porque o trânsito pára, mas pára mesmo. E os outros senhores, que não têm Via Verde seguem todos contentes, pagam a sua portagenzita e seguem airosamente enquanto nós ainda temos uns 15 carros até à portagem. O que eu pergunto é: A Via Verde foi inventada para a pessoa passar sem ter que parar, certo? Na Ponte 25 de Abril, há 4 faixas Via Verde, certo? Essas faixas são exclusivas para quem tem o aparelhómetro colado ao vidro, certo?

Então por que raio é que parar para pagar, andar à procura de moedas, deixar cair uma delas e ter que sair do carro, esperar o talão, que abra a cancela, voltar a meter o cinto, engrenar a primeira e arrancar lentamente, demora menos tempo que passar na estúpida da Via Verde?

Nota: Foi apenas um desabafo, não que eu fique assim tão irritado no trânsito (sai daí ó palhaço), porque não fico. Foi só um desabafo (passa por cima c%$##)!

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Ventoinha: Caso da Vida (tipicamente português?)

Arnaldo foi à Worten comprar uns headphones. Comprou uns de uma marca chinesa, pensando que eram os melhores. Arnaldo entristeceu, quando chegou a casa e percebeu que estavam avariados e não tinham garantia. Arnaldo foi de novo à Worten, desta vez, comprou uns headphones de uma marca indiana. Arnaldo ficou deprimido, quando chegou a casa e percebeu que estes também estavam avariados e também não tinham garantia. Arnaldo foi de novo à Worten, num ir e “wortar” cada vez mais triste. Comprou uns headphones da Sony. Arnaldo sabia que estes iam funcionar, não podiam estar avariados porque eram da Sony. Os headphones da Sony não funcionaram, mas tinham garantia e no papel da garantia dizia: “Garantia não aplicável a casos de surdez congénita”. Arnaldo processou a Worten.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Sugestão Genérica Ventoinha: Kit Progresso

Uma boa defesa em tribunal custa muito dinheiro, pois bem, acredito. Um advogado custa mais que um barril de petróleo, é certo, acredito. Nós, aqui no Ventoinha, abraçamos o progresso, queremos ver o futuro através dos óculos dourados da solidariedade social, acreditamos que podemos mudar o mundo, acreditamos muito a sério. Somos, enfim, pela democratização de todos os bens essenciais.
Por que motivo continuam os advogados a ser vendidos nos escritórios de advocacia? O Ventoinha sugere que passem a ser vendidos em supermercados, para democratizar e baixar os preços, estando sujeitos a taxas de IVA. Mais do que isto, sugere o Ventoinha que se criem Advogados Genéricos e Juízes também, a qualidade mantém-se, mas são muito mais baratos.
A pensar na população mais carenciada e com o peso do 25 de Abril sobre os ombros, o Ventoinha sugere que, cada advogado vendido no supermercado traga – como parte de um “kit progresso” pensado pelo marketing & business senior manager & holding guy – uma carcaça, ou papo-seco, consoante a localidade, um pacote de arroz Cigala, um pacote de farinha Branca de Neve, 1kg de açúcar, um livro da “Anita” subordinado ao tema “Vai à Escola”, um kit de montar, em cartão, do TGV, uma carteira de aspirinas e um telemóvel Nokia 3310 (desbloqueado a todas as redes).
O Ventoinha acompanha o progresso e também sabe o que é a esquerda moderna!
Porque o lema deixou de ser, a Paz, o Pão, a Saúde e a Educação, passando a ser, a Paz o Pão, a Saúde, a Educação, a Justiça, o Comer para o Pássaro, o Aspegic, o Saldo do Telemóvel, o 3G, o OE e as dores de cabeça.

Contra indicações do “kit progresso”: As aspirinas fornecidas não chegam para tanto princípio de solidariedade social!

Atenção ao leitor número 5353... está mesmo a rebentar

Uma piada da Manuela por dia dá saúde e alegria

A Manuela tem uma boca tão grande que o José Eduardo Moniz tem medo de lhe dar um beijo e nunca mais encontrar o caminho de volta

terça-feira, 15 de novembro de 2005

Ventoinha: Caso da Vida

Orlando, ladrão mudo, tentou roubar um chinês fazendo uso de linguagem gestual. Não foi muito feliz. O chinês, julgando tratar-se de uma técnica shaolin, deu-lhe uma carga de porrada e chamou-lhe um clepe. Orlando, ladrão mudo, não consegue assaltar ninguém, vive triste no seu silêncio. Orlando tenta assaltar com linguagem gestual e não consegue, porque ninguém entende linguagem gestual. Orlando, ladrão mudo, é triste e precisa de um intérprete. Orlando é amigo do seu amigo e tem as cordas vocais ainda novas, dão um bom dinheirinho no mercado negro. Orlando merece uma oportunidade.

Dica Ventoinha para melhor usufruto do seu "Sport Gear"

O quadro de uma BMX não é um trombone!

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Dica Ventoinha para melhor usufruto dos seus electrodomésticos.

Não ponham DVD’s a correr na tostadeira; mesmo que a luz acenda e isso signifique que está pronta a utilizar.

Post que tenta fazer uma piadinha rebuscada demonstrando que há um que merece realmente ser presidente muito mais que outro

Mário Soares não gosta de dobrada, mas, por estar em digressão, diz: “Eu gosto de dobrada, o Dr. Cavaco não gosta. Aliás, ele faz o jogo do silêncio para não se saber que não gosta de dobrada!”. Mário Soares faz ainda pior: “Por favor, o Dr. Cavaco nem gosta de churros, muito menos de farturas. Pergunto: como pode um homem destes ser presidente de Portugal, se as pessoas têm memória deste e de outros acontecimentos tristes?!”

domingo, 13 de novembro de 2005

Comunidade Ucrânia, SA ganha concurso público para novo negócio

A Comunidade Ucrânia, SA (joint-venture entre imigrantes romenos e ucranianos em Portugal), que comanda actualmente o franchising dos arrumadores de carros, vendedores de Borda d´Água e técnicos pedinchas de trocos, lança-se a um novo nicho de mercado. Depois de várias negociações e análise de diversas propostas, assinaram um contrato com um fornecedor indonésio de penas de pombo infectado com gripe das aves. O novo negócio passa por abordar pessoas na rua e assaltá-las educadamente (bon tarde, paza para ca o diniero). Gentilmente dão duas oportunidades ao transeunte. Se este se recusar a ofertar tudo o que tem em sua posse os senhores ucrânia calçam umas luvas e tiram uma das penas infectadas do bolso, tocando o senhor teimoso na ponta do nariz. E depois fogem com a saúde do espertinho que tem a mania que é macho. Tenham cuidado e passem esta informação a 982 pessoas, senão teremos que adicionar a sua morada à base de dados da Comunidade Ucrânia, SA.

Próxima vítima - Leitor 5353

E o sucesso continua no Ventoinha. Os nossos leitores são os maiores. E mais um nos dará o prazer de enviar um post para publicar. O próximo contemplado (prémio que coloca o euromilhões a um canto. Ou mesmo dois), será o leitor 5353. Fiquem atentos que ele está mesmo a chegar.

Rádio Ventoinha

Ora então aproveitamos a porcaria de dia que teve hoje para lançar uma nova música na Rádio Ventoinha. A das CocoRosie continua devido ao seu sucesso, depois de várias pessoas terem ido sacar as músicas da net e outras (como eu) terem comprado o cd. A renovação vem pelo também recentemente adquirido cd do Quinteto Tati. Espero que gostem. Vamos sempre tentar ter uma música em português e outra internacional.

sábado, 12 de novembro de 2005

Nova lei anti-tabagista, ou não…

Ficou provado, na manifestação da CGTP, que passa a ser proibido fumar durante as manifestações. Devido aos motins em França, as autoridades decidiram pensar esta lei para evitar isqueiros e fósforos nas mãos de manifestantes, pode dar problemas. Após os incidentes, na manifestação do passado dia dez, em que dois manifestantes foram brutalmente espancados por causa de um isqueiro bic, dos pequenos, e dois SG Filtro, temem as autoridades pelo pior. Segundo a polícia de segurança pública, após este espancamento, dois tractores foram incendiados e um veículo de tracção animal ficou completamente destruído pela raiva dos manifestantes. Como se não bastasse a proibição de fumar, quem tiver, pelo menos, punho esquerdo, ou uma mão esquerda, fica também proibido de pôr os pés em manifestações, segundo indicações do comissário Silva. Não percebo, a sério que não percebo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Leitor 5003 - As compras de Natal

Aproxima-se aquela famigerada altura do ano em que todos nós sacrificamos as nossas carteiras ao ritual capitalista do consumismo desenfreado das compras Natalícias. Quanto mais a época se vai aproximando, mais alta e febril é a loucura que se vive nas lojas. Nos dias 23 e 24 então, torna-se mais fácil sobreviver a uma tarde passada na companhia de uma família de canibais (mesmo ostentando uma maçã na boca), do que a uma tarde passada às compras numa grande superfície comercial. Quem, como eu, deixa habitualmente as compras para essa altura, sabe bem o prazer que daí advém. Nenhum.
E de quem é a culpa?
Dos Reis Magos.
Esses pelintras.
Se algum dos camelos que os transportavam tivesse tido um furo no casco, impedindo-os de levarem as suas oferendas ao menino Jesus, ou mesmo se em vez de irem até Belém, tivessem resolvido ir ao “Abdul’s” petiscar uma caçarola de dromedário, a paz reinaria em Dezembro desde então. Mas nããããoo…
Mais, tenho que admitir que acho duvidoso o facto de três indivíduos desconhecidos terem viajado distâncias longínquas pelo deserto fora, montados em camelos, só para ofertar ouro, incenso e mirra a um recém-nascido, do qual nem familiares eram, sem pedirem nada em troca. É um tudo-nada dúbio. Acho que devia ser feito um apelo geral a Alexandra Solnado no sentido dela estabelecer um diálogo com Nosso Senhor e esclarecer esta história duma vez
por todas.
Quem sabe se uma das grandes crises da actual sociedade consumista não ficaria assim sanada?


Quando as luzes de natal já preenchem por completo as ruas das cidades e as montras ostentam gordos bonecos pai natal, o nosso leitor 5003 deixa-nos uma profunda reflexão. Por isso, só temos a agradecer ao Inútil, do blog com o mesmo nome.

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Alegre enganou-se na candidatura?

Ter-se-á, Manuel Alegre, enganado na candidatura? Segundo consta, aquilo que, aparentemente, era simples, ele complicou. Mediante fontes seguras, chegámos à conclusão que ele terá apresentado a candidatura à presidência da república a Piet-Hein Bakker, responsável pelos candidatos, é certo, mas… à 1ª Companhia. Segundo o senhor Endemol, Manuel Alegre terá, de facto, querido juntar-se à 1ª Companhia, isto porque era a única possibilidade de ele aprender algumas técnicas próximas das de guerra de guerrilha. Já Manuel insiste que é um erro tremendo e que se enganou na apresentação da candidatura, embora não fosse de mau tom ir para a 1ª Companhia para ganhar alguma notoriedade; afirmou ainda que Piet-Hein Bakker é um papa túlipas glutão capitalista e devorador de shares. Afinal, de quem partiu o engano? O Ventoinha vai investigar.

Proposta Ventoinha: Desenvolvimento

Com o que se passa em França, muito pouca gente consegue lidar. Ponto assente. O Ventoinha tem uma proposta para o governo português – mais uma vez, discutida na sala de reuniões. Após a decisão do Ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, de expulsar os estrangeiros do país por causa dos distúrbios, o C.C.P.V. (Comité Central do Partido Ventoinha) chegou à conclusão que passamos a citar:
“Os distúrbios provocados em França são, na sua maior parte, carácter incendiário. O governo português sabe muito bem do que estamos a falar, quando falamos em incêndios. Em Portugal há uma Época de Incêndios, e, até já há uma festa para os bombeiros. Partindo do princípio que uma Época de Incêndios é tão importante como a Época Balnear, são necessários, para além dos meios de combate aos incêndios, profissionais capazes de fazer estragos com carta profissional, uma vez que, no ramo do turismo também há profissionais. O Comité Central do Partido Ventoinha faz, desta humilde forma, um apelo à consideração do Governo para que todos os estrangeiros que Sarkozy expulsar venham para Portugal incendiar como deve de ser. Para que haja coesão social e para que se veja o desenvolvimento do país, consideramos de extrema importância termos incendiários com licença para incendiar, e que, para além disso, saibam de facto o que estão a fazer. Não se admite que, num país tão desenvolvido como o nosso, não haja pelo menos um ou outro incendiário profissional. Julgamos que, dado o historial de incêndios que temos, merecemos um pouco melhor que isto. Com os melhores votos.”

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Apologia dos carros incendiados

Os portugueses só são atrasados para o que lhe convém. Os franceses começaram a incendiar carros, os belgas seguiram-lhes o exemplo e os tugas, apesar de apenas 13 dias depois, toca de incendiar dois carros na zona da Pontinha. É um começo. Eu continuo é a não perceber como é que se perde tanto tempo com coisas inúteis. Para quê incendiar carros e autocarros sem qualquer estratégia? Eu sou apologista, mesmo correndo o risco do ministro do Interior francês me chamar escumalha, do puxar fogo apenas aos carros que me incomodem. Dou um exemplo. De manhã, o trânsito na Ponte 25 de Abril é caótico. O que é que aconteceria a, pelo menos, 2/3 dos carros que por lá cruzam e que me fazem esperar minutos a fio? Obviamente, estão mesmo a pedir um cocktailzito molotov, só para começar bem o dia. Eu seria uma pessoa muito mais feliz. Bastaria esta atitude durante uma semanita para o pessoal deixar de se aventurar com o carro pela ponte. Mas eu não sou radical. Por exemplo, os carros que optam pela Vasco da Gama ficariam intactos. Não me fazem mal nenhum. Assim como os da A5 e do IC19, que não me incomodam em nada. Por enquanto... porque se me apetecer passar por lá levo sempre a bagageira carregada de fósforos. Agora, como é óbvio, eu não sou parvo, apesar de nunca ter ido ao Media Markt. Eu já disse cavalinho branco infinituuuuus e por isso ninguém pode incendiar o meu carro. Ah, e acrescentei "não salva ninguém!"

Ventoinha post stress

Vinte e três horas e oito minutos. Paragem terminal de autocarros no Cais do Sodré. Algumas pessoas esperam o autocarro número trinta e seis. Entre elas, eu. Uma senhora vê o autocarro a começar a marcha. O motorista não se preocupou em passar para a faixa mais próxima da paragem. Os restantes caminharam para a porta do autocarro. A senhora disse: Mas qué iiiiisto?! Não é aííííí! É aqui! Apontando freneticamente para o local em frente à paragem, saiu de si. Devia ter estado a trabalhar até àquelas horas e ainda tinha cabeça para se exaltar. Já vi motins a começar por menos.

terça-feira, 8 de novembro de 2005

Atenção ao número. Leitor 4999 está mesmo a chegar...

Mariquinhas...

Pergunta de um polícia francês para o outro:

- O recolher obrigatório também é para nós?

Conversa entre dois arruaceiros franceses

A próxima conversa passa-se nos arredores de Paris, entre dois amigos arruaceiros, com a devida tradução do calão.

arruaceiro 1 - Epá, e agora?
arruaceiro 2 - A porcaria do Governo decretou o recolher obrigatório.
1 - Ó Jaq, eu assim tenho medo.
2 - Medo de quê, Jean?
1 - E se eles nos apanham na rua?
2 - Não sejas mariquinhas.
1 - Olha, eu assim não brinco mais, depois ainda vão dizer à minha mãe que ando a incendiar carros e hospitais e ela bate-me com um pau!
2 - Achas? Epá se calhar também não brinco mais.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Notícia Ventoinha: Última Hora

Em França, durante o tumulto de ontem à noite, um emigrante português matou três polícias. Segundo testemunhas oculares, o emigrante português, cujo o nome, João Pedro Silva, é agora Jean Pierre Silvá, terá morto um dos polícias com golpes de unhaca, outro terá sido estrangulado com um fio de ouro e o terceiro terá levado com um chispe na cabeça. Atreito que ficou a esta onda de terrorismo, fez ainda rebentar um cocktail molotov feito de um garrafão de vinho Teobar, que terá levado para um piquenique nos jardins de Versailles. O Ventoinha vai continuar a acompanhar o caso.

P.S. – Segundo as mesmas testemunhas, o português terá praticado os crimes a ouvir Marante, o genial cançonetista. Marante vai ser interrogado sobre o conteúdo das letras.

Publicidade manhãs +

Eu gosto de marcha-atrás. De empurrão é que é bom. Eu gosto é quando a temperatura aumenta. Para mim, é no banco de trás que está a virtude. Eu gosto em andamento. O óleo faz toda a diferença. Eu não sou esquisita, tem é que ser de manhã.

Precision manhãs +

Descontos até 50% entre as 10 e as 12 horas.

Manu - Mais um par de Miguel Vieira na prateleira

A noite no restaurante afrodisíaco não lhe sai da cabeça. Manu ainda não conseguiu superar o trauma e, desde aquele fatídico dia que não factura com a sua Sheila. Os amigos não precisam de fazer um grande esforço para perceber quando Manu está deprimido. Basta olhar-lhe para os pés. O sinal é dado quando arruma os Miguel Vieira no roupeiro e os troca por uns tenis entre o atleta e o casual. Esta manhã, ao acordar, a primeira coisa que fez foi abrir o dito roupeiro, onde, em duas prateleiras enormes, guada os seus 15 pares de Miguel Vieira. Depois, olhou para o espelho e fez uma introspecção: "Atão man, tás-te a passar?". E esta pergunta simples mas profunda, mudou-lhe o estado de espírito. Vestiu-se rapidamente para ir trabalhar e passou o dia na Precision a pensar na noite. Mal saiu foi a correr para casa e, no entretanto, ligou para a Sheila. Combinou ir ter com ela, curiosamente sozinha em casa, depois do jantar. Tomou banho, passou vários cremes na cara e no corpo, perfumou-se e vestiu a roupa mais nova que tinha. Os sapatos foram, como não podia deixar de ser, os Miguel Vieira. Mas estes ainda embrulhados dentro da caixa. Passou no Colombo e comprou umas flores. Como o jeito para essas coisas é escasso, escolheu um ramo que já estava preparado, com 12 rosas. Voou até casa de Sheila, que ficou completamente derretida com as flores. Tanto que apenas deu um beijo rápido a Manu e foi tratar de por as flores em água, na única jarra que tinha em casa. E ficou pelo menos 10 minutos a contemplar as rosas, enquanto Manu desesperava no sofá, já todo aceso. Finalmente Sheila começou a chegar-se a Manu e agradeceu-lhe com um longo beijo e um apalpão no rabo, o que o deixou todo excitadinho. Nesta ânsia de facturar levantou-se de repente e bateu com o cotovelo na jarra, o suficiente para cair, partir-se e mutilar mais de metade das rosas. Foi o fim. Sheila chamou-lhe tudo o que lhe veio à cabeça num tom capaz de acordar os vizinhos no prédio ao lado. Teve que se despedir com um frio "boa noite", sem resposta e seguir para casa. Quando chegou, a primeira coisa que fez foi guardar os Miguel Vieira na caixa, ao lado dos que usou na noite do afrodisíaco. Estavam já na prateleira do azar, encostados.

Restaurantes (pouco) afrodisíacos

domingo, 6 de novembro de 2005

Post que só é trágico dependendo do ponto de vista e explora as potencialidades de dois produtos extraordinários em mais uma tentativa de fazer humor

Zé Milho, personagem dos Morangos com Açúcar, morreu de forma trágica. Tudo aponta para que seja mais uma vítima da famigerada gripe das aves. Segundo os colegas, Zé Milho terá sido bicado até à morte por um grupo de galinhas equivalente em número aos episódios da série. Tudo se passou após uma discussão, entre ele e outro rapaz bonito, onde se fez ouvir a frase: “Fogo, tu pá, que porcaria de ténis”. Há quem suspeite de suicídio.

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Íamos os dois, naquela carruagem vazia. Quando ele entrou eu já lá estava e foi uma sensação arrepiante quando, com tantos lugres, ele se sentou mesmo em frente a mim. Esbocei um leve sorriso, muito envergonhado. Ele vestia uma t-shirt branca com thief estampado a caracteres pretos. O comboio deslizava pela linha, estação após estação e eu só pensava em qual delas ele iria sair. Até que o meu telemóvel tocou, fiquei em suspenso. Atendi e era engano. Voltei a colocá-lo na mala. Chegámos ao fim da linha e eu levantei-me, primeiro do que ele, e saí, com passo lento. A estação estava deserta. Senti os passos dele atrás de mim, e esbocei novamente um tímido sorriso. De repente, ele puxa a minha mala, começa a correr e nunca mais o vejo. Já na rua, encontro a minha mala, com tudo menos o telemóvel. Não devia ter atendido a merda do telemóvel. Vive o momento.

Now

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Rua Prof. Qualquer Coisa

Ir à procura de uma rua em Telheiras pode tornar-se num grave caso de desespero. Vamos então tentar procurar a rua Prof. Carlos Teixeira. Ao início tudo parece fácil, os pontos de referência são uns prédios altos. E estamos, de facto, junto de prédios altos. Mas, inexplicavelmente, a rua não é a que procuramos e chama-se Prof. Qualquer Coisa. Mas tem prédios altos! Continuamos então e, ao lado, temos a rua Prof. Ah e Tal. E também tem prédios altos. Depois de umas 20 voltas nas redondezas, as coisas começam a complicar-se, do ponto de vista da sanidade mental. A solução nestes casos é perguntar a quem passa. Vários locais acedera, a responder coisas tão animadoras como: "Aqui todas as ruas são Prof. qualquer coisa, mas eu só sei o nome da minha". Obrigado. O polícia: "Ah, eu não sou daqui, mas pergunte ali no café". Ok. Obrigado. No café: "Epá, pelo nomeé difícil, não tem mais pontos de referência?". Prédios altos e, depois de mais um telefonema, um restaurante chinês. Gargalhada pronta. "Aqui na zona há cinco restaurantes chineses, fora as lojas". Ainda bem que ninguém na Rua Prof. Carlos Teixeira precisou de uma ambulância...

Próxima vítima: leitor 4999

Ora então suba suba cavalheiro, mais uma voltinha, mais uma viagem neste carrossel Ventoinha. Esta viagem é para si e para todos os seus amigos. Suba suba e no fim, volte a subir. O carrossel Ventoinha anda por si!

Depois desta locução num sistema de som fanhoso com uma música dos ABBA a servir de tom, numa qualqueira feira deste Portugal, anunciamos que o próximo leitor premiado é o número 4999. Estejam atentos. E, aliás, agora até podem estar mais antentos, porque depois de algumas sugestões de que o contador só estava no fim da página e que havia quem não fizesse scroll até lá abaixo, mudámos o contador de sítio. Agora fica aqui mesmo ao lado, e em cima do anúncio de quem será a próxima vítima. Ficamos à espera!

Ventoinha, até já!

sábado, 5 de novembro de 2005

Leitor 4747 - Viva o Terramoto!

31 de Outubro de 2005, 17 horas, Praça do Comércio. Cheio de pressa à espera do 100 para o meu refúgio lisboeta do Campo Mártires da Pátria. Tenho de fazer umas mudanças, carregar móveis para cima e para baixo, mas para já distraio-me a ler A Bola, o orgão oficial do SLB, como diria o amigo Manuel Fernandes. O tempo passa. Passa. Apercebo-me que já lí três vezes a reportagem do empate 0-0 do Barreirense com o Beira-Mar, e começo-me a preocupar, afinal o 100 até é um autocarro que passa com frequência regular, e costuma cumprir a tabela. Decido esperar. Leio o pasquim de uma ponta a outra, quando dou por mim estou pespegado numa reportagem sobre as novas esperanças portuguesas da natação. Calma lá! Algo aqui está mal. Decido investigar. Como tenho um cértodo método, dirijo-me à paragem anterior, no Corpo Santo. E eis que surje a luz: na Praça do Município o trânsito está cortado, a banda da GNR toca em fanfarra: Prará, pratí, pratchi, paraaaaá; e logo atrás outra banda, esta da gloriosa Marinha Portuguesa, aguarda a sua vez. Á janela da Câmara, shôr Carmona acena ufano à multidão. Por trás da festa, três autocarros 100 aguardam autorização para passar. Não podem incomodar suas excelências, muito menos interromper a magnífica música que sai das cornetas da banda da GNR: Prará, pratí, pratchi, paraaaaá.... Sou um tipo curioso, resolvo perguntar a um polícia a razão deste meu constrangimento. A resposta é óbvia, como é que eu não me lembrava desta? Estão a comemorar o terramoto. Desisto, isto é demais para mim, que se lixem os móveis e as mudanças, estou esmagado por esta demonstração de patriotismo, o terramoto é nosso, e afinal desde 1755 que somos periféricos (com uma breve excepção entre Abril de 74 e Novembro de 75). Vou mas é também comemorar o terramoto! No British Bar, evidentemente, que está mesmo alí à mão, com uma cervejinha bem fresca e um pratinho de amendoins.


Mais um leitor Ventoinha que nos brinda com o dedilhar do seu teclado (bonito!). Desta vez, o nosso agradecimento vai para o André Carapinha, do 2+2=5.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Restaurantes (pouco) afrodisíacos

O Manu, um caboverdiano metrossexual de 25 anos, que só veste roupa de marca e calça sapatos Miguel Vieira, frequenta o ginásio duas horas por dia, logo pela manhã e trabalha numa oficina Precision, decidiu levar a namorada ao restaurante afrodisíaco. A ideia parecia-lhe bastante promissora. Entraram, sentaram-se e, a partir daí, tudo tenta despertar os sentidos. O Manu escolhe o menu Prazer para ele e o excitação para a namorada, a Sheila. Entre os dois acontece uma troca de olhares mais intensa e sensual enquanto aguardam pela ementa, ao som de uma música parecida conversas de golfinhos.

A comida, independentemente do menu, são três pedaços de qualquer coisa dentro de um prato enorme e com um molho vermelho. Saboroso. Umas macacadas afrodisíacas pelo meio, com umas bailarinas a dançar de forma sensual, e, no final da refeição, um cigarro indiano para ele e uma mensagem caliente para ela. Todos os sentidos estão mais que despertos e a pedir mais. E quando tudo já parece azul bebé e cor-de-rosa e todas essas paneleirices, chega a conta! Não há tempero ou erva afrodisíaca que valha a Manu. Depois de quase duas horas no restaurante, a conta arrasa uma noite que seria inesquecível.

É então que Manu pensa para ele:
"Esta porcaria devia ter quartos dentro do restaurante. Ao menos ainda se aproveitava os efeitos da comida enquanto o clima ainda estava de pé. E no fim, que chegasse a conta, que ao menos já tinha facturado".



Nota: Este post não é autobiográfico, uma vez que ainda não consegui resolver a rivalidade entre a curiosidade e a carteira.

Onde está o leitor 4747???

É impressão minha ou o leitor 4747 não se quer acusar??? Vá, cheguem-se à frente... também é válido para o 4748, o 4749 e o 4750.

Confissões de uma assassina com fixação por contos infantis

Sempre gostei tanto da história do Patinho Feio que ontem à noite, ao lembrar-me dela, fui até ao Jardim Botânico de Lisboa e matei todos os cisnes que por lá se deambulavam. Maus. A gozarem com o pequenito...não se faz.

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Numa altura em que se fala tanto de presidenciais...

... onde anda o Garcia Pereira???

Preocupações Ventoinha: Fashion Post

O Ventoinha considera que Cavaco Silva pode ter algumas dificuldades nas eleições por causa do penteado. O penteado de Cavaco Silva é dos anos 80, um misto de Grace Jones e Billy Idol, mas com um toque conservador, a cor. Não se vislumbra ali, naquele cabelo, uma pontinha de actualidade. Para chegarmos a esta conclusão, passámos horas sem dormir a discutir na sala de reuniões Ventoinha. Apesar de o blog ter este nome, nessa sala nem sequer há ar condicionado, é doloroso. Chegámos a outras conclusões, para além desta, Cavaco Silva tem de ter um penteado que junte inovação e experimentação, sem cair no trivial. Queremos que Cavaco seja moderno. Enviámos, para o gabinete de assessoria, algumas fotos de Penteados Morangos com Açúcar, porque Cavaco vai ser presidente de todos nós e não pode continuar com aquele penteado. Vamos também fazer seguir um abaixo-assinado, para promover melhores penteados na política portuguesa. Cavaco é apenas a ponta de um icebergue de crimes estéticos. O Ventoinha vai continuar esta luta! Porque é necessário lutar pelos interesses do povo.

terça-feira, 1 de novembro de 2005

A Criação: Parte I

Que Deus criou o Jardim do Éden, mais o primeiro homem e a primeira mulher e todos os animais, já sabemos. Que o primeiro homem e a primeira mulher comeram da árvore do Bem e do Mal, é outra história. Isto é o que a Bíblia nos conta e não o que realmente se passou. Só o Ventoinha detém esta chave teológica (rói-te de inveja, Dan Brown!).
Deus criou o homem e a mulher porque se lhe acabaram as ideias, tinha tanta coisa com que brincar, mas nada o satisfazia, lembrou-se criar alguém para poder brincar às escondidas, isto é a verdade, o problema é o seguinte: o tempo do Homem e o tempo de Deus são muito diferentes, e Deus já está escondido há uma eternidade, para o Homem é uma brincadeira de mau gosto.
Mas, no princípio não era assim, Deus andava bem juntinho de Adão e de Eva. Estes dois, por sua vez, quando Deus não estava por perto, andavam despidos e não nus, como muita gente julga. Despido e nu, embora se digam do mesmo estado, não são a mesma coisa; quem está despido já esteve vestido, quem está nu, está, simplesmente. No caso de Adão e Eva, eles andavam sempre a apanhar fruta, uma pouca-vergonha. Não admira, por isso, o equívoco da maçã. Tantas vezes que Deus disse a Adão: “A tua mulher quer é fruta!”, Adão não queria crer.
A única criatura que sabia que Eva queria fruta, e da madura, era o macaco, e não a cobra, como se conta. Irra, como a história está mal contada! Adiante. O macaco andava sempre à espreita, e Deus, que conhecia bem todas as criaturas, sabia disso perfeitamente, disse a Adão: “Cuidado com o macaquinho!”, Adão, para variar, com a sua ignorância de princípio dos tempos, não quis crer.
O Ventoinha sabe o que aconteceu a Adão e a Eva, sabe que um macaco pode dar muito trabalho, especialmente se for acabadinho de criar. O que o Ventoinha sabe, vai ter de ficar por mais algum tempo no segredo… entenda-se que; roubar documentos do Vaticano não é fácil, e, traduzi-los para português, mais difícil é. Por estas questões, e pela pressão exercida pelo Clero sobre nós… continua num próximo post.