domingo, 14 de dezembro de 2003

Contas BIF

Realmente compreendo. Vinha no outro dia a pé, calma e atentamente a subir uma rua lisboeta quando dei de caras com uma realidade que até então me tinha escapado. Fiquei algum tempo a olhar e realmente compreendo. Um imponente edifício, não muito bonito, que no topo ostenta:

Banco Internacional do Funchal

Ora, se a Caixa Geral de Depósitos é CGD; o Crédito Predial Português é CPP e o Banco Internacional de Crédito é BIC... porque é que o Banco Internacional do Funchal não é BIF? Realmente compreendo. Dificilmente alguém fazia uma Conta Poupança BIF, ou uma Conta BIF de Habitação, ou mesmo um Planode Reforma BIF. Realmente compreendo porque se chama BANIF.

Saddam capturado... ou não!

O anúncio foi feito hoje. Festa, foguetes, alívio. O Durão Barroso deve estar radiante pelo contributo que deu à Humanidade, afinal Portugal teve um papel-chave em tudo isto. Não fosse o nosso apoio e andava ainda o Saddam por aí aos caídos a tentar achar as armas de destruição maciça primeiro que os americanos. Não sou um especialista em geopolítca, geoestratégia, geocomentário e muito menos geoilusões. Saddam foi capturado com vida, não ofereceu resistência e até tinha barbas, imagine-se! Tão calmo e bem comportado. Comovente.

Deixo duas perguntas da boca para fora:

- Era mesmo o Saddam Hussein? Parecia ele, de facto. Lá parecer, parecia...

- E o mais pertinente, quantos outros "Saddam´s" haverá pelo Iraque (e arredores), ou muito piores que ele?

Dá que pensar... aliás, vai dar que pensar, talvez em breve.

Um sumo de laranja ou...

Por que é que um sumo de laranja natural custa mais num café/restaurante/bar/tasca/esplanada do que um quilo de laranjas no supermercado?

... dê-me antes o copo, que eu compro as laranjas!

quinta-feira, 27 de novembro de 2003

Autocarro "engolido" em Campolide rebocado até às Amoreiras

Estava eu, com o meu bloco de notas, a tentar tirar dados do acidente, com um cenário caricato ao fundo: um autocarro dos TST totalmente na vertical, enfiado numa cratera de 20 metros de profundidade e sete de diâmetro. Ora, versões oficiais para aqui e menos oficiais para ali, apurámos um dado que ainda ninguém noticiou. Por isso, em primeira mão a Ventoinha sabe que o referido autocarro foi rebocado... mas para as Amoreiras. Ao que se sabe, a ordem partiu de Santana Lopes, depois de várias reuniões com engenheiros e peritos. Ainda em data incerta, o trânsito vai ser totalmente cortado no sentido descendente da Rua Joaquim Augusto Aguiar, onde estará estacionada a viatura. O efeito pretendido é em tudo semelhante ao de Campolide, mas para abrir o Túnel do Maquês. De acordo com peritos contactados esta é uma forma "muito mais barata de fazer a obra". E, por isso vai mesmo avançar. Santana Lopes congratulou-se com a experiência em Campolide, "que correu muito bem, mas que passou um pouco o pretendido em termos de diâmetro e profundidade". Por outro lado, o autarca garante que "tudo correrá melhor no Marquês, já que o autocarro ficou parcialmente desfeito na parte dianteira e por isso ficou muito mais leve". Santana confia ainda que o Túnel "estará operacional a tempo do Euro 2004". O edil absteve-se foi de comentar os honorários aos TST e fechou-se num lacónico "o autocarro já era bastante velho...!

segunda-feira, 24 de novembro de 2003

Escolhas difíceis...

- "Bom dia, dê-me um ice tea, por favor"

- "Limão, Pêssego ou Manga?"

- "Pode ser limão"

- "De lata ou pressão"?

- "Lata, por favor"

- "Fresco ou natural?"

- "Fresco"

- "Quer copo ou palhinha?"

-"Copo!"

- "Era pêssego ou limão?"

Espelho para quê?

Quem costuma frequentar cabeleireiros ou barbeiros sabe que é prática corrente. Mas, no meu caso é estranho. Chego ao barbeiro, aqueles de bairro onde se fala de gajas e de futebol em português vernáculo, e, quando não tenho que esperar e ler uma revista, sento-me numa cadeira ultra-moderna. Essa é outra, porque é que num barbeiro, supostamente para Homens (a maiúscula é propositada, para dar ideia de machos latinos dominadores), há a "Tv Guia", "Tv 7 Dias", "Caras" ou a "Lux"? Interrogo-me várias vezes, mas até hoje não tive coragem para perguntar ao barbeiro o porquê da sua opção. Talvez uma "Men´s Health", a "Turbo" ou mesmo a "Playboy" refundida no meio dos jornais desportivos. Não sei, sou eu a divagar. O que é certo é que, por exemplo, descubro que a Marisa Cruz "tem um namorado" (de referir que assim a expressão torna-se intemporal, e não corro o risco de estragar alguma "bomba" de uma qualquer revista). Mas o que é certo é que leio, porque lá está. Confesso que me custa chegar e sentar logo na cadeira, antes de fazer uma breve revista de "imprensa". Mas vamos realmente ao que interessa.

Eu chego ao barbeiro, já saltei toda esta parte das leituras, e é como no café: "o costume". Lá vem a máquina, pente 3. No fim daquilo tudo, que é basicamente passar a máquina indiscriminadamente sobre a cabeça vem a parte que me intriga. Isto já depois do pó de talco e de aparar as patilhas. Como dizia, vem aquela parte em que o barbeiro (ou qualquer outra variante) agarra no espelho e mostra-me como ficou atrás.

-"Gosta? Tá bom?"

Mas para quê, já está feito!!!

domingo, 9 de novembro de 2003

A Tv de Domingo à tarde

Já tinha reparado muitas vezes. Mas hoje reparei novamente como é limitada a programação dos domingos à tarde das nossas televisões. Num dos canais um filme com um miúdo e um cão, no outro canal eram 5 miúdos e um cão, e no outro 3 miúdos e 2 cães. Não era com esta precisão, o importante são os miúdos e os cães. Os programadores proporcionam tardes de emoções, de inocência, muita sensibilidade, com aquela receita que a maioria gosta. O pior são os que (dizem) não gostam. Ao fim dos primeiros cinco minutos (porque não outras opções) já estamos todos derretidos a ver o miúdo fazer festas ao cão, a jogarem basket (?) juntos e até a conversarem (??!!?) sobre uma qualquer banalidade. É uma receita gasta, mas continua a funcionar... até para os que... não gosto!

segunda-feira, 20 de outubro de 2003

Alguém me explica?

Decorre neste momento um programa na RTP1 sobre a campanha publicitária que agora macha os maços de tabaco. Ora, mesmo sem ter estatísticas aqui à  frente, não posso deixar de fazer uma pergunta (ou duas):

- Será que o alcool não é tão ou mais perigoso para a saúde como o tabaco?
- Porque é que as garrafas de cerveja, por exemplo, não têm um sticker a dizer: "A ingestão de alcool pode matar na estrada"? Ou "A ingestão de alcool em grandes quantidades pode desencadear maus tratos"? Por exemplo.... alguém me explica?

E já agora, ainda relacionado com estas campanhas, porque não também nos livros da Margarida Rebelo Pinto? Do género: "A leitura deste livro provoca atraso cultural" ou "A cor desta capa provoca problemas visuais". Não sei... alguém me explica?

Campanha de Santana sobre rodas

Há poucos dias foi entregue no Parlamento o Orçamento de Estado para 2004. Entre muitos cd-rom de informação está uma medida interessante para Santana Lopes. A Carris, até agora tutelada pelo Estado, vai passar para as mãos da Câmara Municipal de Lisboa. Argumentos a favor e contra, desunem especialistas. Mas a verdadeira questão está na grande arma que Santana conquistou. A sua vasta equipa, estuda já algumas mudanças. A saber:

- Todos os autocarros amarelos vão ser pintados de laranja
- Todos os carros passam a andar nas faixas "Bus" e os autocarros passam para as vias normais
- Os autocarros passam a circular apenas durante a noite

Ao que se sabe, Santana Lopes pôs já os seus assessores a tratar de novas campanhas publicitárias. Entre elas estará um cartaz em todos os autocarros com o slogan: "Sr automobolisita, Este era o único sítio onde este autocarro podia passar. Pedimos desculpa pelo incómodo". Para irritar a oposição Santana Lopes pediu já cerca de 800 cartazes (um para cada autocarro), a convidar os lisboetas a visitar ruas fechadas ao trânsito para obras, a informar os cidadãos de obras que não se sabe se avançam, entre outros cartazes ainda no segredo dos deuses.

Porém, foi já descoberto um novo cartaz... que estará nas faces de alguns autocarros:

"Já reparou que este autocarro também passa em Belém?"

domingo, 19 de outubro de 2003

Conversas de café

Desde que Paulo Pedroso foi libertado que tomei mais atenção às conversas de café. E reparei num fenómeno interessante: a Casa Pia consegue actualmente ter mais "audiência" no café que o futebol. Recordo-me que, sempre que ia ao café aqui do bairro, havia uma série de pessoas a discutir futebol:

- Epá, o teu Benfica não tá a jogar nada!
- Com árbitros assim, é impossível jogar alguma coisa! No Domingo, aquele gajo não teve critérios iguais. Devia ter expulso o xxxx logo no início do jogo...
- Deixa-te de tretas, o árbitro é que sabe!


As discussões acabavam por ser saudáveis. Mas, sempre em torno do árbitro, juíz máximo da partida.
Ora, e já que falo em juíz, constatei que as conversas mudaram de tema, mas a fórmula é a mesma (com as devidas diferenças legais). A Casa Pia é agora o centro das atenções:

- Viste o gajo [Paulo Pedroso] sempre saiu!
- Epá, mas não percebo aquele juíz, primeiro prende e depois solta, quando as provas são as mesmas?
- Ele lá saberá o que faz, vamos ver é se não os solta a todos!


O fenómeno é interessante e assim se prova como a justiça e o futebol não estão assim tão distantes. A grande diferença está agora, no café do meu bairro, na programação das televisões nos cafés. A dependência da Sport Tv passou claramente para as transmissões dos jogos (perdão, das libertações) em directo na Sic Notícias. Uma questão de grelha.

Porquê?

O blog surge porque sim, e também para que sim