domingo, 30 de abril de 2006

Ventoinha SMS

Jovem, queres revoltar-te e não encontraste maneira? Sr. Sindicalista quer protestar e não sabe como? Sr. Funcionário Público quer manifestar-se sem ter de preencher formulários? O Ventoinha tem a solução!
Envie um SMS para 6009 e aprenda a revolucionar-se à medida das suas necessidades com os pacotes *:
Ghandi: para manifestações pacifistas que acabem em vigília, nós temos a solução!

Fidel: para revoluções armadas onde acabe por ser o rei da cocada preta, nós sabemos como!

Beatles: para revoluções musicais que resultem em cortes de cabelo ridículos, pergunte-nos!

Estes e mais géneros de revoluções estão à sua espera: envie um SMS para 6009, seguido do nome do pacote que desejar e seja um revolucionário à sua medida!

Ventoinha, uma Revolução de 3ª Geração!

*Por cada SMS recebe um manifesto, um MMS como os melhores momentos de cada género de revolução e ainda, para ser um revolucionário a sério, o toque polifónico da Internacional em russo. Cada SMS tem um custo de 0,60€ + Iva. No caso de ser estudante, este valor é descontado no valor das propinas.

Post do trinta e um

Chica do Russo, lá do bairro a mais vaidosa, anda metida em prantos, e para ela vai esta prosa.
Pois que o Russo, seu marido, empertigado taxista, tinha emprenhado pelo ouvido que havia no bairro artista. Oh, se só artista fosse!
Era o Antunes do Bica d’Ouro, o café lá da esquina, que por ter no burgo um tasco se armava aos cucos com a menina.
Ora, a Chica, que até era formosa, também se julgou com virtude, mas dando trela ao Antunes, danava o Russo amiúde.
A dada altura, estando eles no Bica d’Ouro, o Antunes vá de fazer olhos à menina. O Russo foi-se ao Antunes e pregou-lhe uma lamparina. Para além do “trinta e um” que ali se armou, veio o sogro do Antunes e ao Russo se mandou, e foi-se a ele como gatos a bofe e deu-lhe tantas ou tão poucas que nem cabem nesta estrofe.
Pois é… não estivesse lá a vesga de seu nome Julieta, que alarga d’ombros quando lhe dá a veneta, estava o caldo entornado e o Russo na sarjeta.
Com a Chica não se passou nada, escondeu-se ao pé do bilhar, mas no outro lado da sala era só mobília a voar. Vá de mesas e cadeiras, e a Julieta pelo meio, o Antunes meio tonto e o sogro sem freio. O Russo, coitadinho, que vestiu muita porrada, andava p’rali aos tombos sem poder fazer mais nada.
Nisto, e para que fique na história, aparece a mãe do Russo, a florista Vitória. Ora… a Vitória viu o filho naqueles cuidados, só não chamou santos ao que estavam e fê-los em bocados: foi o sogro, foi o Antunes, só sobrou a Julieta, porque estava na mesma equipa, tudo o resto que ali estava levou porrada de três em pipa.
“Ah, mulher valente!”, gritou o Amândio engraxador, “Se bates assim em tanta gente, dá-me a mim o teu amor!”.

Ó Chica!, queres lá tu ver, acabaste com o teu casório e nasceu outro sem querer…

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Post sobre uma frase que irrita profundamente o autor por acabar abruptamente com várias conversas

- Então, tudo bem?
- Sim, tudo bem. E tu, pá, que tens feito que ninguém te vê?
- Oh, tou a bulir, agora. Aquilo até não é mau, o patrão é simpático, os meus colegas é que são lixados, pá! Entro às 8.00, saio às 5.00, mas faz-se bem.
- Sim, mas tás a bulir em quê?
- Pá, tou numa empresa de distribuição de sacos de plástico. Foi a minha mulher que me arranjou, através de um amigo. Mas não sei pá, eu tenho algumas regalias, mas também tenho de trabalhar que nem um cão!
- Pá, ISSO É COMO TUDO!
- ...................................

Provérbios Provados :: Provérbio com nome de imperador

César não acreditava no amor, apesar do seu nascimento ter tido origem numa paixão avassaladora. O pai fugira do fascismo em direcção ao Maio de 68 e deixara-o a germinar na barriga da mãe, com a promessa de um bilhete de avião. Nem o bilhete nem qualquer notícia chegaram nunca na volta do correio, e a mãe aos poucos foi perdendo a esperança e secando as lágrimas. No dia em que César fez 5 anos recebeu um triciclo e um pai novo. Lembra-se bem desse triciclo que resistiu durante muito tempo, empanado e ferrugento, mais anos do que durou o homem que lhe pôs o nome Martins na certidão. Deu-lhe o apelido mas levou-lhe a herança da avó Maria na bagagem e, ainda não tinha César terminado a instrução primária, já lhe entrava outro padrasto porta dentro. O Matos era um tipo bonacheirão que gargalhava avinhado de cada vez que a mãe lhe suplicava ajuda para pagar as contas. César recorda-se de passar tardes inteiras em silêncio, a olhar os patos no jardim da Estrela ao lado do avô viúvo, na mesma altura em que chegou a notícia da prisão do Matos, que se tinha envolvido numa rixa num tasco em Santa Apolónia. A adolescência trouxe pontualmente outros homens, mas a mãe tornara-se céptica e não os queria a viver lá em casa, recusava-se a passar a ferro camisas de homem que não pertencessem ao filho. Houve o Mendes, um ascensorista sonhador, que partira lavado em lágrimas quando a mãe recusou acompanhá-lo numa nova vida no Brasil; depois apareceu o Marques que era casado, tinha bigode e trazia presentes caros, e ainda o Morais, um empresário duvidoso que era um polvo asfixiante, tal era o amor que destilava. Nesse mesmo ano César entrou para a faculdade, muito mais descansado por a mãe se ter conseguido finalmente libertar dos tentáculos do Morais. Quando se formou, já a mãe o espreitava dum cantinho das estrelas, recebeu uma carta do pai, o pai verdadeiro, um texto de fazer chorar as pedras da calçada, acompanhado de um bilhete para Paris, convidando-o ao encontro da família Mateus. César iniciou a sua vida de trabalho e nunca respondeu ao pai, e nunca respondeu ao amor. Teve apenas duas mulheres, a primeira apenas por curiosidade e necessidade, mas com a segunda chegou a sair durante quase um mês, ao ponto de meter sessão de cinema e de conservar memória das suas feições. Era um tipo egoísta e insensível quando conheceu Matilde, que lhe fez acender no peito uma sensação desconhecida. Andou feliz durante largos meses e muitos cinemas, e depois de umas férias de Verão, à beira dos quarenta e já míope dos livros de contabilidade, pediu Matilde em casamento, assegurando, claro está, a devida separação de bens.


- A César o que é de César


P.S. – Post livre de preconceitos de tradição, e quiçá anunciando o fim do post scriptum do provérbio, provado que não é lido pois ninguém participou no passatempo da passada semana.


by Gui

quinta-feira, 27 de abril de 2006

A moda pegou...

À expressão ‘se a moda pega…’ eu respondo: Pois pegou! Então não é que os malucos da Pizza Hut lançaram uma OPA à Telepizza (!!!) Tá tudo louco? A seguir temos o quê, uma OPA hostil do Café ‘Manduka’ ao Snack-bar ‘Os Três Macacos’?

Quer enriquecer numa semana? Pergunte-me como

Ontem fui, pela primeira vez, ao novo Casino Lisboa. O edifício está lindo e o ambiente é formidável, bom gosto, boa música e muito glamour. Um sítio aprazível onde se passa um bom tempo. E até o podemos tornar útil. Primeiro se não nos pusermos feitos viciados a gastar tudo o que temos e o que não temos em fichazinhas ridículas. Troca-se 10 euros e tens tipo 20 fichas. Uma miséria. E, depois, encontrei a melhor forma de enriquecer sem esforço. Basta para isso engatar uma das 198 mil velhas jarretas que não largam as máquinas e que ao contrário de mim que, o máximo de crédito que consegui foram 220, tinham para cima de 2000, além dos copinhos cheios de fichas. Ficam ali, uma tarde/noite inteiras sentadas em frente á máquina, a carregar no botão de aposta máxima. É sempre a facturar. O segredo está em sentar-se ao lado de uma delas, gastar pouco dinheiro e ir dando conversa. Aquilo há-de chegar a um ponto em que a vertente maníaco-depressiva dá lugar a um rol de desabafos que nos tornará quase íntimos. Daí até ela nos pagar uma bebida é um instante. E daí até estarmos a sacar as fichas do copo dela é só mais uns minutos. Posto isto, quando ela já tiver 40000 créditos e trocar pelo título que dá depois direito ao dinheiro acompanhamo-la à caixa. Depois oferecemo-nos para conduzir o Mercedes SLK até casa enquanto ela vai o caminho todo a chorar pela vida miserável que leva. Deixamo-la em casa e levamos o SLK conosco. Daí a uma semana já temos carro, apartamento, conta bancária choruda, acções da PT e cartão Gold do Casino, tudo em nosso nome. Depois é só dar um tchauzinho e pomo-nos na alheta. Depois repetimos todo o ritual até termos a fortuna que achamos justa por aturar velhas jarretas cheias de dinheiro. Atenção que esta receita não implica qualquer contacto físico mais íntimo, mas apenas palavras carinhosas, mentiras piedosas e valorização pessoal de outrém.

Nota: As meninas também podem fazer o mesmo aos velhos jarretas. Mas cuidado que eles são bem mais agressivos a carregar no botão da aposta máxima.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

A entrevista EXCLUSIVA. Não sei se já referi mas foi EXCLUSIVA. Ou seja, a TVI teve uma entrevista EXCLUSIVA com o Bibi. EXCLUSIVA!

Ontem vi uns 5 minutos da entrevista do Dr. Carlos Silvino, EM EXCLUSIVO, à TVI. O quê? Dizem-me agora que ele não é doutor, mas que é pedófilo. Disfarça bem. E isto de se ser pedófilo tem algumas vantagens, já que antes de ser descoberto andava com o mesmo fato de treino um mês inteirinho e agora que é pedófilo mediático anda de fato e gravata e até dá entrevistas na tv. Aliás, parece-me que o "nome de pila" — como dizem os espanhóis — Bibi é um dos mais escritos de sempre na imprensa e mais dito na tv e rádio pirata. O quê? Peço desculpa por mais uma interrupção mas dizem-me novamente que o Carlos Silvino não é pedófilo e que apenas "deu boleia a uns miúdos a quem pede muitas desculpas com a lágrima no canto do olho". Além disso, nem sabia o que estava dentro dos envelopes que entregava aos miúdos, mas "devia ser dinheiro". Ainda para mais "era tudo para eles, eu não recebia nada". A dita entrevista, EXCLUSIVA claro está, fez-me ver que afinal, de facto, o Bibi não é pedófilo. Primeiro porque só deu boleia e depois porque não recebeu um tostão. Parece-me que há fundo legal para o próprio pedir uma grande indemnização...

Nota: É favor colocar a palavra alegadamente antes de qualquer vocábulo aqui escrito em cima. Como não queria fazer a figura dos jornais de "referência" nacionais e colocar 300 mil vezes a palavra alegadamente, optei por fazer esta nota de rodapé.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Ventoinha Financial Times

Fecho do PSIcho21, índice de cotações da Bolsa de Valores Ventoinha:
Com a abertura em Abril de 74, e com as variações registadas no subsequente Novembro de 75, registam-se, ao fim destes 32 anos, as seguintes cotações:

A Paz: começou com as acções ao preço da chuva, mas tem vindo a registar uma subida enorme, registando no fecho uma subida no preço de 300,05%. Neste sentido, e no próximo ano, poderão registar-se vendas de Paz. O mercado poderá ficar inundado, mas ninguém quer correr esse risco!
O Pão: foi prometido de graça, foi cantado ao preço da chuva, mas no fecho regista uma subida de 1000%. É mais difícil comprar Pão do que uma casita. O que nos leva a acreditar que se revelará uma mais valia para quem o tiver na mão.
A Educação: facho de luz da Democracia, começou também com as acções muito baixas, mas encontra-se agora nas ruas da amargura. A oferta é pouca, o que leva a um aumento dos preços, na ordem dos 3000000%, sendo que a procura diminui, pois nem todos podem. E, quem não pode, arreia!
A Saúde: com a Educação, é a que regista uma das maiores subidas. Começando por ser demasiado pública, cedo se privaram os doentes de serem curados. Regista, no fecho, uma subida de 350000000%. A Saúde aumenta assim o seu valor e fica à mercê de uma ou outra patente, para aumentar ainda mais. Quem tem a Saúde já tem muito!
A Habitação: é a que se tem mantido igual a si mesma. O betão continua a crescer do solo à guisa de árvore. Desde Abril, o poder autárquico tem contribuído imenso, com a injecção de Fundos de Favor e outras ajudas, cedidos gentilmente por autarcas: parentes dos parentes dos parentes. A Habitação é um negócio tão bom que regista pouca flutuação. No fecho, mostra-se um negócio familiar que subiu na ordem dos 999%.

Foi o Ventoinha Financial Times. Boa noite.

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio Dividido - Provérbio que é um link

Esta semana os Provérbios Provados oferecem um instante lúdico; especialmente dedicado aos leitores que vêm acompanhando esta "crónica", que já vai na sua 19ª edição (!), e que para mim se tornou numa filha prestes a nascer a cada sexta-feira. A cada semana um provérbio diferente: umas vezes me dá para parir umas ficções com a mania das grandezas, outras só me dá para escrever umas quaisquer linhas amedrontadas, outras vezes é mais fácil ler os ditados noutros lábios. Pretende, se é que lhe merece a pretensão, ser sobretudo um espaço variado, livre, ecléctico (como está na moda dizer); provando que os provérbios são um mundo diversificado e "multi-interpretativo". Desconfio que muitos provérbios nem tinham existência... até serem só uma historia que alguém algures imaginou.

Siga então o jogo do alinhavo do provérbio, para todos a quem o Euromilhares não sorriu:

http://guida.querido.net/jogos/portug/prover-7.htm


P.S. – Post livre de preconceitos egoístas, e quiçá propondo aos leitores a escolha do provérbio da semana próxima.


by Gui

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Post que demonstra que o autor andou a espreitar outros blogs para ter ideias para compor o textinho que a seguir se lê e que fala do medo

Bem, começo por dizer que, quem tem cu tem medo: a Jennifer Lopez tem muuuuito medo! (e ainda bem, diga-se!)
Eu, por exemplo, tenho um cuzinho proporcional, maneirinho, um cuzinho, portanto. Nem é grande, nem é pequeno, é um cuzinho de tamanho médio, que muito me apraz. No que toca a fazer o que ninguém faz por mim, não me tem falhado (aqui foi a morte do artista, era escusado falar nisto, matei a estética do meu cuzinho!)
Ora, eu, como o meu cuzinho é de tamanho médio, tenho um medo médio também. Mas, e eis o busílis desta questão, eu às vezes tenho mais medo do que tenho cu, e, parece-me a mim, o cu devia crescer quando o medo é maior que o tamanho do cu que se tem. Afinal, acho eu, o medo não pode ser uma coisa sem controlo, tem de ser, e agora aplica-se a terminologia correcta, cu medido, caso contrário controla-nos. Mas, e eis mais uma questão pertinente, eu tenho algum medo – bem, medo não é, é mais receio – de incomodar as pessoas. Se o medo fizesse aumentar o tamanho do cu e, às tantas, um gajo ia sentar-se no autocarro e tinha receio de incomodar as pessoas, o cu crescia desalmadamente! E aí, tanto era o receio a crescer como o cu. Depois, acaba por não se aplicar o provérbio, pois quem tinha cu tinha medo, mas o medo aumentava e já não havia cu que aguentasse tanto medo. O que levaria a um cu enorme e a uma fobia, na melhor das hipóteses.
Depois deste raciocínio, quase brilhante, já estou mesmo a imaginar os homossexuais masculinos a assustarem-se uns aos outros! Upa, upa!

domingo, 16 de abril de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio nocturno

O Alberto era professor de português mas amava secretamente os requintes de tudo o que era francês. Além da nouvelle cuisine e das lutas políticas, tinha um fétiche voraz por lingerie. O apetite era tal que inventava idas à casa de banho em casa de amigas e familiares para uma pesquisa febril ao cesto da roupa suja. Marília, uma das cunhadas, era visita frequente das suas noites de vigília, trajando certas cuecas vermelhas com a bóina preta por cima de uma peruca de caracóis louros. Apareciam-lhe imagens de várias mulheres do quotidiano: a D. Lurdes, quarentona de quarentena na secretaria da escola, e também a empregada de rabo de cavalo do café do Silva, e outras mais fugazes como a morena no comboio, que lhe alimentavam sonhos de ménage. Habituou-se a não usar pijama, até no Inverno, pois ardia de desejo e despertava encharcado. De manhã, exibia olheiras profundas das insónias povoadas de rendas e meias de liga. A primeira aula era um suplício, Alberto confundia o sujeito com o predicado e os complementos eram todos indirectos. Os alunos bichanavam, tentando adivinhar o que levaria este professor de ar desmazelado a passar as noites em claro...

- Noites alegres, manhãs tristes

P.S. – Post livre de preconceitos de inconsequência, e quiçá revelando que primeiro escrevi a história e depois não atinava com o provérbio para a provar.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Vitaminas & Companhia

Ir almoçar ao Vitaminas & Companhia tem piada e até dava um bom estudo sociológico ou, pelo menos, nutricional. Entramos e tudo é colorido, apetitoso, com muita luz e com ar muito limpinho. Ao entrar pensamos “estou-me a portar tão bem, hoje vou comer algo saudável”. E na caixa começam as perguntas. Dizemos qual a salada desejada e escolhemos base de massa, de alface ou mista. Ok, vamos ser minimamente saudáveis e pedimos mista. Depois, a massa é normal ou integral? Ok, já que é massa então que seja integral. Quanto à bebida, é um sumo multivitaminas, carregado de bom aspecto. A salada é preparada e no final, já com o prato a abarrotar de coisas saudáveis até ao topo, somos confrontados com nova pergunta: “Quer molho cocktail, maionese ou maionese e ervas?”. Com esta é que nos lixam porque se até aqui podíamos escolher entre uma coisa saudável e outra menos saudável, agora ou é molho ou é molho. Com coragem sai a resposta: Sem molho! E agarramos no tabuleiro e sentamo-nos confortavelmente no nosso cantinho a ler o jornal do dia enquanto vamos espetando o garfo de plástico nos mais diversos ingredientes. Mas olhamos para o lado e é só gente a chafurdar em pratos submersos de molhos. Literalmente a chafurdar. E de repente, no Vitaminas & Companhia é só gente gorda a comer. E assim, deixem-me que vos diga, não vão longe. Depois chegam a casa e dizem: “Há dois meses que só como saladas ao almoço, não percebo como ainda não emagreci”. Realmente é difícil de perceber... chamem o CSI!

Estereotipo do indivíduo que diz tudo o que lhe vem à cabeça, mas quando confrontado com a pergunta-chave se esquiva ou a força da palavra crítica

Jornalista – Qual a sua opinião sobre o desempenho do bastonário da Ordem dos Advogados?
Indivíduo – Bom, o sr. bastonário tem tido um papel ziguezagueante à frente da Ordem. Não lhe conheço uma única medida positiva ou que tenha contribuido para a boa imagem dos advogados. Não sabe o que faz e prejudica toda uma classe.
Jornalista – O Bastonário tem condições para continuar?
Indivíduo – Se ele tivesse dignidade teria já apresentado a sua demissão há muito tempo, uma vez que só está na Ordem para se servir a ele próprio e não para servir os outros. É o pior Bastonário da história e mancha uma instituição que, até aqui, era credível. É um biénio para esquecer.
Jornalista – Isso é uma crítica ao Bastonário?
Indivíduo – Crítica? Não, não. Trata-se apenas de uma ideia minha, nada de pessoal contra o sr. Bastonário, que até é muito boa pessoa…

segunda-feira, 10 de abril de 2006

O que levou ao anúncio das purpurinas

O verdadeiro anúncio do Oni Vox, que foi usado como fonte de inspiração para o anúncio das purpurinas, que no caso verdadeiro era outra coisa, tmabém ela fútil. O Ventoinha, em mais um rigoroso exclusivo, conta toda a verdade sobre a conversa que foi gravada e depois adulterada para o que passa na tv.

Lili Caneças linha a Cinha Jardim – “Alô Ci, tá boa? Você já sabe que a Bibá pôs botox na orelha esquerda?
Cinha – Horrores de giro. Tou possidónia. Vou já ligar à Elsa.
Cinha liga a Elsa Raposo – Olá loira, sabe que a Bibá pôs botox na orelha a esquerda?
Elsa – Que máximo, a esquerda é de que lado?
Cinha – Ouça, não é a direita, é a outra, tá?
Elsa – Tá tá, vou já contar à Betty!
Elsa liga à Lady Betty – ´Tsou, Betty?
Betty - …
Elsa – Betty, está-me a ouvir, rica?
Betty - …
José Castelo Branco – Está lá, quem fala?
Elsa – Olá bicha, é a Elsa, está tudo bem com o a Lady?
Castelo Branco – Está, mas o último implante ainda não cicatrizou bem e ela não consegue falar. O qué que quer sua tonta?
Elsa – Você sabe que a Bibá pôs botox na orelha…
Castelo Branco – Mas qual orelha?
Elsa – Ai esqueci-me, pá. Vou ligar à Cinha.
Elsa liga a Cinha – Tá tá, qual foi a orelha do botox?
Cinha – Foi a esquerda sua burrrrrrrrrrrrrrra!
Elsa – Opá, possas pá. Vou contar ao Zé.
Elsa liga a Castelo Branco – Zé, foi na orelha esquerda.
Castelo Branco – Ai essa pindérica. Então foi ela que me passou à frente. E eu aqui com o lábio horroroso. Vou já ligar-lhe.
Castelo Branco liga a Bibá Pitta – Ouça lá sua pindérica, quem é que lhe mandou passar-me à frente na lista de espera para colocar botox, ainda por cima na orelha esquerda… Bichaaaaaaa
Bibá – Ó sua anta, foi na orelha direita, que a esquerda tá linda!
Castelo Branco – Jure? Então vou já ligar à Lili…

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Provérbios Provados :: Provérbio Canino II

O Zé Maria era um conquistador nato. Junto dos amigos, dissertava longamente sobre as armas da sua sedução e enumerava as várias histórias de cambalhotas, actualizadas com regularidade e recheadas de pormenores picantes. Enchia o peito de ar enquanto falava das suas conquistas, remexendo os dedos pela popa num tique muito particular. Gostava de fazer papel de professor, ensinando aos amigos os truques chave da arte de bem seduzir, com frases do género:

- Mas tu julgas que chegas ao pé da gaja e dizes tipo "és muita linda" ou "és boa que se farta"? Não, pá! Aí é que estás redondamente enganado... Tens de saber dizer palavras bonitas, são música para os ouvidos das gajas, pá! Aproximas-te e dizes, por exemplo, " estou impressionado com tanta beleza", coisas assim, frases destas, percebes? E depois, sacas logo do lume de cada vez que ela puxa dum cigarro e pagas-lhe um ou dois copos... e estás garantido!

No grupo de amigos, pouca ou nenhuma importância se dava a estas conversas, já que o tema privilegiado era normalmente o derby da jornada. Mas alguns amigos desconfiavam que todas aquelas histórias eram peta... e um deles, que conhecia palavras bonitas, achava até que o Zé Maria era um mitómano. Nunca se lhe conheciam namoradas, nem sequer vestígios delas. Uma noite caiu-lhe de pára-quedas uma amiga da Sónia a quem patrocinou uma bebedeira mas, fora esse flagrante, tudo o resto parecia semeado numa fértil imaginação. E chegou-se mesmo a comentar, à boca pequena, que a Sónia tinha dito à Mariana que a amiga tinha dito que aquilo com o Zé Maria não tinha desenvolvido porque ele o tinha pequeno e fininho.

 
* Cão que ladra não morde.

 
P.S. – Post livre de preconceitos masturbatórios, e quiçá confidenciando que o Zé Maria frequentava salões de jogos porque gostava de jogar bilhar de bolso.

by Gui

quarta-feira, 5 de abril de 2006

José Sócrates: “O Simplex 2006 vai reduzir a Bíblia para apenas alguns livros e vai introduzir algumas alterações…»

Em declarações ao Ventoinha, José Sócrates tinha avisado: «Um dia destes, ainda visto tons salmão!», ninguém quis acreditar, e assim aconteceu… agora, a verdadeira notícia: o executivo português, liderado pelo senhor que teve a coragem de vestir salmão, decidiu aplicar o Simplex 2006 ao livro sagrado de todos nós. José Sócrates, que até aqui se tinha mostrado laico e desconhecedor das matérias da fé, teve um discurso bastante razoável quando esta medida foi anunciada na Assembleia da República: «O Simplex é e vai ser a salvação dos portugueses. É tempo do Governo deixar de ser cobarde e passar a assumir que até existem alguns incompetentes no meio político, aliás, basta olhar para o Sr. Deputado Bernardino Soares e ver como ele come aquele donut, já para não falar naquele puto que está sentado na bancada laranja; para além disto, Portugal não precisa de uma Bíblia tão grande, porque, exceptuando o espírito visionário e quase messiânico deste Governo, nada há que salve Portugal. Assim, a medida nº 334 aponta para um replanificação estrutural do livro sagrado, onde se salvaguardam apenas, do Antigo Testamento e na sua total integridade, o Livro dos Salmos, o Livro de Job e no Novo Testamento eliminam-se os Actos dos Apóstolos, as Cartas de São Paulo e o Apocalipse; quanto aos Evangelhos: misturam-se todos e dá-se um toque mais moderno a Jesus, com outros tons, menos garridos e sem aquela coroa de espinho que lhe fica tão mal…»
Pedimos desculpas aos leitores por não conseguir revelar o resto da apresentação… é que, Marques Mendes, quando se apercebeu que o gravador digital era mais pequeno que ele, nunca mais nos largou.

Exclusivo - Fátima Felgueiras no Colombo

No Domingo passado a autarca Fátima Felgueiras foi vista por fontes fidedignas (desculpem-me a imodéstia, mas fui eu mesmo e sim sou fidedigno) no Centro Comercial Colombo. Ao lado seguia a sua sombra (ou direi fotocópia), a filha Sandra. As duas seguiam emproadamente e faziam questão de olhar nos olhos das pessoas. Assim é fácil serem reconhecidas. Eu também se for na rua e olhar nos olhos para quem se cruza comigo é normal que essa pessoa olhe também para mim. E aí pronto, vou pensar: "Olha aquele também me conhece". Mas, voltando ao exclusivo, a Fatinha levava na mão um saco azul! É verídico. E tenho para mim que as letras a dizer Massimo Duti eram só para disfarçar. Mas a mim não me enganam, porque eu sei que o saco ia cheio de moedas para jogar nas máquinas do Play Center!

terça-feira, 4 de abril de 2006

Quando é que se percebe que o jornalismo já não é o que era...

... quando, em dois anos, o número da minha carteira profissional baixa 3332 números. Uns morreram e outros tiveram cabeça e conseguiram largar a droga.

domingo, 2 de abril de 2006

Sugestão: Escapadinha Ventoinha

Nas imediações de um ausente Cais das Colunas, remanescente da epopeia portuguesa, encontra-se um dos mais exóticos habitats deste nosso jardim rectangular que se chama Portugal. É, à semelhança do país, um jardim à beira mar plantado, um Éden. A Escapadinha Ventoinha propõe então, uma visita a um lugar deslumbrante que redunda da feitura de magnificas obras e enoja de tanta beleza. Naquele espaço, para regalo dos cinco sentidos, podemos usufruir do cheiro nauseabundo das lamas e outros lixos, misturados num belo açude, onde o verde coabita, daninho; um regalo para o olho atreito às maravilhas da fauna e da flora. Neste pacote Escapadinha Ventoinha, há ainda a possibilidade de se juntar a especialistas no estudo da tainha, esse peixe tão visto, mas tão desconhecido. Venha ver com os seus próprios olhos este lugar magnífico, onde uma garrafa de plástico vagueia num pequeno riacho, que desagua na pequena e deslumbrante barragem, e partilha o seu espaço com outras espécies conhecidas da modernidade: a lata de refrigerante e o saco plástico. Venha ao lugar onde as gaivotas se banqueteiam e onde as ratazanas saltitam de satisfação, por entre escombros de edificações que ainda estão para ser. Vale a pena dar a Escapadinha…

Escapadinha Ventoinha inclui:

Passeio no 28
Passeio pela Praça do Comércio
Visita ao magnífico açude
Passeio de cacilheiro (opcional)
Tudo isto por apenas 100€ (não inclui despesas dos transportes)

Ventoinha Simplex 2006 II

Eis que me assalta a dúvida!

Então o Shôr Sócrates, engenheiro das engenharias, aprova um programa que na sua maioria pretende fazer uso das chamadas tecnologias de informação, com uma catrefada de formulários on-line; e sabe ele, talvez, que somos o país que tem o serviço de Internet mais caro e, para além disso, temos infra-estruturas algo precárias a nível da rede de cabo/adsl? Desburocratize, sim senhor!, mas com respeito…

Já houve quem dissesse algo deste género: “Estes romanos estão loucos!”

Dassss, este até parece um post sério!

Ventoinha Simplex 2006

O Simplex é um programa preocupado com os pormenores…


M137 –
Disponibilizar, no sítio Internet do Ministério das Finanças,
formulário electrónico para os pedidos de vigilância de
importação de calçado da China
e produtos siderúrgicos.


Não tem nada de extraordinário…