quinta-feira, 23 de dezembro de 2004

Mensagem de Natal Ventoinha!

Eu, Marco Abreu, em nome dos bloggers do Ventoinha, desejo um Feliz Bacalhau e um Próspero Ano, que está para estrear, a todos os leitores.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

D. Sebastião ganha concurso de beleza

D. Sebastião, “o Desejado”, ganhou recentemente um prémio num concurso de beleza, o Mister História Universal, concurso que serviu para destacar a mais bela figura histórica de todos os tempos. O prémio era uma viagem a Alcácer-Quibir, terra de estranhos nevoeiros, e um estojo de cosmética Mary Kay (abria-se a excepção caso ganhasse D. Sebastião, assim, foi-lhe também oferecida uma bússola, uma faca de mato e uma ração de combate, para o caso de se perder outra vez). O concurso contou com a participação de D. Sebastião, que já referimos; Hitler; Gandhi; Newton; Carlos Magno; Jesus Cristo; Gautama; Zé-povinho; a Mascote do México 86; Rato Mickey e a mulher do Shakespeare, que se fez passar por homem. Sebastião venceu destacadíssimo dos outros candidatos, tendo arrecadado o titulo de o Mais Belo, reforçando o seu cognome para, “o Mais Belo e Desejado”. Os Mister de Honor foram a Mulher do Shakespeare e a Mascote do México 86, o Mister Simpatia foi Hitler. A Jesus Cristo, Gautama e Gandhi não foram atribuídos quaisquer prémios, uma vez que estes foram desclassificados por falta de peso. Rato Mickey é um desenho animado, o que faz com que esta história pareça mentira. O Zé-povinho, para variar, não ganhou nada.

Edite Estrela desentende-se com Fantasma de Camões

Edite Estrela, reconhecida figura da filologia e da política portuguesa, foi assombrada pelo fantasma de Luís Vaz de Camões. Ao que parece, Edite estava muito bem a dormir quando lhe apareceu o Fantasma de Camões que lhe disse, “A língua portuguesa não é tua”. Edite, visivelmente transtornada, resolveu mandar-lhe com o prontuário de português à cabeça. Mas, infelizmente, tratava-se de um fantasma, de forma que, era impossível o calhamaço surtir qualquer efeito. O Fantasma de Camões, descontente, desatou a recitar os Lusíadas em crioulo, o que chateou, e muito, a pobre Edite. Camões continuou o assombro e Edite estava muito assustada. Ocorreu-lhe então o seguinte, se ela fizesse uma reza, declinando um verbo aleatório, no pretérito mais que perfeito do modo indicativo, na segunda pessoa do singular, talvez conseguisse materializar o corpo de Camões e dar-lhe uma sova. Fez a reza. “A Língua de Camões é uma boa língua, mesmo estufadinha e regadinha com um vinho branco, como eu gosto ”, disse sorridente.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

Governo cai às turras

O Ventoinha apurou que o despedimento de Santana Lopes não foi comunicado pelo Presidente da Republica, Dr. Jorge Sampaio, mas sim pela Primeira-dama, Dra. Maria José Ritta. Segundo consta, Santana Lopes terá faltado ao respeito a Jorge Sampaio afirmando que este não passava de um repolho do Entroncamento, mas bebé, que levou pontapés dos agricultores mais velhos. Jorge Sampaio, visivelmente irritado, terá respondido que Santana Lopes não passava de um menino com alguns quilinhos de cabeça e mais de dois palmos de testa, que gostava era de… com todos. Santana alterou-se e tirando o chapéu que trazia, que era muito grande, deu uma cabeçada a Jorge Sampaio, que, diga-se, também é bem fornecido de mona. Maria José Ritta, estando presente, não gostou da forma como o Jorginho estava a ser tratado, atirou-se de cabeça a Santana e, quais búfalos com o cio, tiveram um tête-a-tête, isto até resultar na destruição completa da sala de reuniões e no despedimento do Ministro.

Conversa franca entre Santana Lopes e Jorge Sampaio

S.L. – Boa tarde, Sr. Presidente.
J.S. – Desculpe, mas vai ter de sair.
S.L. – Mas…
J.S. – Tenho de chamar a segurança?!

Estudo comprova ascendência bíblica de Paulo Portas e discrimina irmãos

Segundo especialistas que percebem muito da Bíblia e assim, Paulo Portas, esse tritão espadaúdo, tem origens que remontam aos tempos do Novo Testamento, chegando mesmo a haver uma referência ao seu nascimento no filme de Martin Scorsese, “A Última Tentação de Cristo”. Neste filme, estando Jesus a morrer na cruz, surge um anjo que diz mais ou menos isto: “Atão p’ra qué que vais morrer aí?! Atão, tu não queres ir dar um pirrafozito ou outro ali à Maria, com sorte fazes o milagre da multiplicação dos orgasmos… Vai lá fazer um puto pá, que isto de morrer na cruz não é espectáculo para ninguém, vendeste poucos bilhetes. Anda mazé comigo queu vou-te é ensinar como é que é!”. O anjo fez o arranjinho entre Jesus e Maria Madalena, de modo que está-se a ver de onde veio o Paulo Portas. No filme Maria Madalena morre, mas na realidade ela viveu e, segundo as más-línguas, nomeadamente as línguas podres das irmãs de Lázaro, que também queriam milagres, Maria Madalena viveu à custa do seguro de vida de Jesus, uma vez que este tinha um Pai riquíssimo. Mas a história não fica por aqui, se Paulo Portas é filho de Jesus e Maria Madalena, o que faz dele um homem de valores e democrata-cristão, já o maninho bloquista é filho de Maria Madalena e de Judas Iscariotes, o tal que traiu Jesus. Catarina Portas é filha de Maria Madalena e de um repórter da Al-Jazeera, que era um bocadinho terrorista. Helena Sacadura Cabral é apenas uma figurante numa grande conspiração de direita. Por que é que tem de ser Miguel Portas o drogado?

terça-feira, 30 de novembro de 2004

Sampaio, um Genérico de confiança!

Estando Portugal doente, foi ao médico:
- Ai… Ai, Sr. Doutor, que me dói aqui.
- Aqui, aqui onde?!
- Ai… Aqui, aqui…
- Será coluna?
- Pois não sei, o Sr. é que é o médico…
- Mas mal formado!
- Ai… Que engraçado, também sofro do mesmo mal.
- Não me diga!?
- Digo pois… Ai… Padeço de Governite.
- E é crónico?!
- Nem sei… Mas dá cabo de mim.
- E que mal lhe faz.
- Sei que é resultado da Santanite, um outro vírus. Provoca flutuações, incoerências, más disposições no sistema executivo e provoca má digestão orçamental.
- O senhor não padece de má digestão, padece talvez de má gestão.
- Ó Sr. Doutor! O que me aconselha?
- Tome Sampaio que isso passa…

Nike lança linha Executive

Philip H. Knight, patrão da Nike, anunciou ontem à noite, em conferência de imprensa, o lançamento de uma nova linha de ténis, a Executive. Esta nova versão da Nike pretende calçar os políticos de todo o mundo, porém, a ideia surgiu de dois criadores portugueses, anónimos, que se inspiraram nas escorregadelas do executivo português. Nas palavras de Knight, “A Nike é uma empresa que gosta de estar na moda, fazemos de tudo para que acima do Douro hajam crianças a trabalhar para nós, à semelhança do que se passa no Afeganistão. Somos uma empresa que olha para o futuro com confiança, daí apostarmos na mão-de-obra infantil. Quanto a esta criação, julgo que devemos atribuir o mérito ao Governo português, por ter sido tão inspirador”. Os ténis, quais ferraduras, primam pela sola rija, por estarem preparados para o piso molhado, enfim, por serem arrojados no design. O Governo de Santana Lopes não foi a tempo de os comprar... Ups... Sócrates vai ao lançamento. Nike Executive, num Freeport perto de si.
P.S.- No piso de Belém os ténis não funcionam...

José Sócrates vai criar novo partido

Depois de ter a ideia da Esquerda Moderna, José Sócrates, mediático líder da oposição e virtuoso modista do PS, pretende abandonar o cargo de secretário-geral do actual partido e fundar um novo. Ao que parece, este partido servirá muito mais os propósitos de Sócrates uma vez que pretende ser pluralista, humanista e popular, sem esquecer mediático, conservador, anarquista e ainda, com uma perna ecologista. O partido será composto por José Sócrates, como secretário-geral, um ucraniano, um grego cristão ortodoxo, um liberal norte-americano, um punk e dois vegetarianos do Bairro Alto. Terá como metas: ser bastante conhecido, mas mesmo muito, para toda a gente poder ter uma via alternativa na politica nacional. Chamar-se-á Partido às Cores, tendo como logótipo uma seta arco-íris a apontar para o futuro, onde quer que isso fique. O partido será apresentado no Cais do Sodré no próximo sábado à noite.

P.S.- O partido terá como hino um toque polifónico do telemóvel, de última geração, de José Sócrates. O hino é tocado pelos Modern Talking.

domingo, 28 de novembro de 2004

Pai Natal envolve-se em desacatos

Ontem à noite em Chelas, o Pai Natal passou por um momento difícil. Após ter feito uma entrega, dirigia-se para o seu trenó, quando foi abordado por cinco indivíduos africanos que lhe apontaram uma arma ao gorro e lhe pediram um euro. O Pai Natal sentiu-se pressionado e peidou-se, pois tinha acabado de beber uma Coca-Cola. Os jovens sentiram-se um pouco incomodados, mas prosseguiram o assalto.”Ché Pái Nátal, mandas trenó do bufo, deixa lá vér só o teu móvel”. Uma das renas, apercebendo-se da situação começou aos pinotes. “Ólha-me só, esse bote do Pái Nátal, faz aquélas cenas dos botes da América”. Vendo-os distraídos o Pai Natal tentou fugir, mas eles foram mais rápidos.”Onde vais ó Pái Natal, pula de merda, vou-te quimbar manú”. O Pai Natal começou imediatamente a dançar break-dance, para ver se os convencia a deixá-lo em paz. Quando a polícia chegou já estavam os cincos indivíduos e o Pai Natal a prepararem-se para assaltar o Continente, para fazer a vida negra à Leopoldina. Ossos do oficio!

quarta-feira, 24 de novembro de 2004

Enfermeira francesa comete erro histórico

Uma enfermeira francesa, anónima, mas com um nome israelita, cometeu um erro de proporções históricas. No meio da discussão, e da investigação, sobre se o líder palestiniano, Yasser Arafat, terá sido envenenado ou não, ou Ventoinha apurou que sim, de facto o senhor – muito feiinho graças a Deus – terá sido envenenado. Os resultados da mega operação Ventoinha revelam a verdade. A verdade é que Yasser Arafat fumava SG Ventil! E agora?! Onde fica a enfermeira francesa no meio disto tudo? Fica sentada na sala de convívio a ler revistas cor-de-rosa. Mas não acaba por aqui. Arafat estava muito fraquinho, deprimido e sem vontade de pôr o lenço na cabeça. Chamou pela enfermeira, esta respondeu que já lá ia, Arafat fumou até ao caramelo e sentiu-se mal. A enfermeira disse para ele não se lamentar, que isso era coisa de judeu. Arafat calou-se, isto porque a enfermeira era israelita e, nunca se sabe, poderia sair dali um míssil para matar só aquele pobre senhor acamado. Arafat morreu então. As últimas palavras, ninguém percebeu, ele proferiu-as em árabe. A enfermeira foi acusada de homicídio. Tentando desculpar-se, lamentando – porque é judia – o sucedido, disse, “Eu pensava que 605 forte era um tipo de vitaminas, eu juro que não foi de propósito, eu gostava tanto do avô Yasser”. Cínica!

segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Uma simples comparação

Estas são duas perguntas perfeitamente claras para fazer à população portuguesa. Uma é de uma frequência minha de Ontologia, a outra é a pergunta do Referendo Sobre a Constituição Europeia. Aqui vai clareza:

Pergunta de Ontologia: 1- “Exponha os lineamentos da análise dos fenómenos de “totalidade” na “analítica existencial-temporal do «Dasein»”. Esclareça em especial a conexão entre “ipseidade”, “todo oficinal” e o “mundo” enquanto totalidade do “por-mor-de-si” («Umwillen seiner»).”

Pergunta do Referendo: - “Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?”

Amanha-te Zé Povinho. P’rás desgraças tá cá o vinho.

Paula Bobone dá peido!

No passado sábado, no Chá da Lapa, Paula Bobone deu um peido. A senhora, que na altura usava uma daquelas fitas muito bonitas que costuma usar, primou pela descrição com que soltou o traque. A princípio julgaram ter sido o empregado de mesa, um indivíduo de classe média baixa que trabalha para sustento da família. Na verdade, o cheiro apontava para um gás de classe alta, mas a Paulinha não se descoseu, também já bastava. Quando lhe apontaram o dedo, insinuando que tinha sido ela, Paula ruborizou desculpando-se, “Estou a fazer investigação para o meu próximo livro”. O incidente não passou despercebido, o cheiro era rico, pelo menos em enxofre. Paula confessou ter comido muito bem ao almoço, de modo que teve de soltar um saudoso pum em frente da matilha que a acompanhava. Mas não ficaram por aí as desculpas, todo o efeito tem uma causa, “O meu próximo livro vai chamar-se «Flatulência em Ré de meter Dó: A Etiqueta do Traque Social»”.

domingo, 21 de novembro de 2004

Transcrição da notícia já censurada

Santana Lopes……………………………………………..…………………… com um travesti……………..... e pôs-lhe o dedo…………………….a noite ainda era uma criança………pensando que era Cinha Jardim. Já Paulo Portas, excelso Ministro da Defesa………………………………………….com Ruca, sabendo perfeitamente que este era um homem………………………………………….. com a pilinha…………………. sem respirar. Sem mãos a medir os dois magníficos ministros………………………. Um ao outro……………………………………………. aquilo não era bem dançar……………………………………………………….em tronco nú, com champanhe, morangos e chantilly. Bagão Félix não estava bem a tratar de finanças, este estava era……………………………………. com um anão, sem pudor nenhum…………………………… uns boxers ridículos, e muito álcool. Já Telmo Correia………….. a António Mexia, este estando em pé. Arnaut sentiu-se mal disposto……………………………………. Mas mesmo assim não desistiu de……………………………….era o maquinista do comboio do amor, como carinhosamente chamavam àquela………………..! Morais Sarmento era o que se portava melhor, engoliu……………………………. sem pressas……………….dizia que era “g…gande”, e que “pguecisava” de tempo para, porque o negro musculado estava sem paciência……………………………….. parecia yogurte em cima das costas de Paulo Portas.
Esta foi a notícia censurada. Não sei porquê tanto alarme.

AACS censura notícia Ventoinha

A Alta Autoridade para a Comunicação Social censurou uma notícia do blog Ventoinha. Esta medida foi tomada porque, segundo Armando Torres Paulo, “O Ventoinha tem-se excedido. É perfeitamente desnecessário o tipo de sarcasmo e de humor decadente utilizado por este blog. As pessoas que para lá escrevem não têm princípios, e o Estado Novo… Cof… Perdão… a Aliança Déspota… Cof… Democrática, que actualmente se encontra no Governo não tolera esta liberdade de opinião. Pelo menos desta vez estamos a ser sinceros”. A notícia censurada ao Ventoinha, pela AACS, não pode, sob qualquer pretexto e também porque é bastante óbvio (uma vez que foi censurada!) ser transcrita na íntegra. A dita notícia era sobre o Primeiro-Ministro. Pretendíamos que as pessoas soubessem como ele e os seus companheiros do Governo se divertem à noite. Pedimos desculpa a todos os portugueses e no próximo post passaremos a notícia já censurada. Este espaço, ocupado por este comunicado, era para ser o espaço da notícia estrondosa. Lamentamos.

sábado, 20 de novembro de 2004

Mário Soares elevado a deus do Olimpo

Os principais deuses do Olimpo e Santo António de Lisboa juntaram-se ontem para conferenciar sobre a possibilidade de deificar o grande Mário Soares. Zeus, o mais barbudo, que tinha também as vestes mais simples, uma túnica e pouco mais, disse, “Mário Soares tem tudo para ser um deus como nós. É bem constituído, senta-se mal na cadeira, sendo anafado cai para todos os lados da cadeira, come bem e percebe de tudo. Bem, perceber de tudo também o Nuno Rogeiro percebe, mas este nunca falou em golpe de Estado e nunca privou com Álvaro Cunhal. Por tudo isto, e por ter um filho hermafrodita, coisa que só é possível para um deus, Mário Soares, mais do que todos os outros políticos do mundo, merece ser divinizado!”. Ares ficou radiante, pensou mesmo em juntar-se já ao novo deus para fazer um 25 de Abril no Olimpo, isto por estar farto da atitude tirana de Zeus.

P.S.- Santo António não falou porque havia um aquário na sala de reunião, de modo que ficou entretido com os peixes. Acabou por sair mais cedo e ir ao cabeleireiro de Eduardo Beauté fazer uma permanente, porque já está farto do penteado franciscano.

D. Afonso Henriques segurança do castelo?!

Depois de se saber que a entrada no castelo de São Jorge ia começar a ser paga eis que chega uma notícia de maior relevo, ainda. O tão aclamado fundador do Portugal dos portugueses pretende ser segurança do castelo. Na realidade tudo isto parece descabido, no entanto, D. Afonso Henriques disse que nada disto seria possível sem o convite feito por Paulo Portas, este último sendo um fervoroso apoiante de um Portugal restaurado. Entrevistado pelo Ventoinha, Paulo Portas referiu, “ Não conseguimos contratar Martim Moniz uma vez que este se encontra entalado num processo de tribunal, movido pelo IPPAR, por ter danificado uma das portas de Lisboa, num combate contra os mouros”. A verdade é que, D. Afonso Henriques está muito feliz pelo cargo que lhe foi oferecido e promete dar umas "palmadinhas", com a espada, a quem ousar saltar os torniquetes. José Sócrates, líder da oposição e arauto de uma esquerda moderna, protestou, alegando que deviam ter convidado para segurança o grande Salgueiro Maia, desde que a farda fosse desenhada pelo Tenente e pela Gambina, e lhe assentasse que nem uma luva. Santana Lopes, esse grande líder, convidou Carl Cox para a cerimónia de recepção a D. Afonso Henriques e chegou mesmo a lançar para o ar a possibilidade de transformar o castelo na maior discoteca da península ibérica

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Telmo Correia é Humano?

Telmo Correia, actual Ministro do Turismo, é Humano. Num documentário produzido pela BBC, um grupo de cientistas investigou as origens remotas do militante do CDS/PP. “As suas feições mostram uma evolução tardia e o facto de pertencer ao mesmo partido que Paulo Portas só serve para iludir a opinião pública, mas Telmo Correia não é um símio”, esta informação foi facultada por um reconhecido cientista da Royal Society. O Ventoinha não se deixa enganar por opiniões de cientistas comprados, de modo que, refutamos esta ideia. Para nós, Telmo Correia é simplesmente mais um dos que conseguiu fugir do filme de Tim Burton, “O Planeta dos Macacos”. José Sócrates é da opinião que um macaco não se vestiria assim tão bem, mas Sócrates também não é cientista. Carlos Carvalhas diz, “A macacada que ele faz já tinha levantado suspeitas, mas como o ambiente do Parlamento é semelhante à Aldeia dos Macacos, eu não estranhei o comportamento dele… Cof! Peço desculpa, a cassete custa a correr”. Assim, desmentimos os cientistas da Royal Society e ficamos à espera de novas provas. Para nós, Telmo Correia continua a ser um macaco, está na cara.

Anões da Cozinha Verde contestam OE 2005?!

“O Orçamento de Estado não pode agradar a gregos e a troianos!”, foi com esta exclamação que, ontem, o anão mais velho saiu da sala de conferência de imprensa. Ao que parece, o Ministério tutelado por Carlos Costa Neves não contemplou as despesas dos pequenos agricultores que se esforçam imenso para agradar com os seus produtos. Embora empacotados, os produtos dos Anõezinhos têm uma qualidade inestimável, qualidade que foi aplaudida no último encontro de vegetarianos promovido pelo Bloco de Esquerda e pelo Movimento Pró-Macedónia. Francisco Louçã considerou que este orçamento só serve para prejudicar os pequenos e deixar viver os grandes, passo a citar, “…Com as suas gordas barrigas de capitalistas carnívoros…”. A baixa produção de cogumelos alucinógenos parece chatear os militantes do Bloco. Os Strumpfs, azuis de raiva, também se fizeram ouvir, anunciando que se trata de uma cabala racista contra os anões de chapéu ridículo e contra os anões azuis de chapéu ainda mais ridículo. Da parte dos Hobbits ainda não se fizeram ouvir protestos. As más-línguas dizem que Frodo terá comprado uma Pick Up com os últimos fundos.

terça-feira, 9 de novembro de 2004

Marco Tábuas vai iniciar uma nova carreira

Marco Tábuas, guarda-redes do Vitória de Setúbal, foi recentemente convidado para fazer parte da Companhia Nacional de Bailado. Mehmet Balkan, o director artístico da Companhia, viu no último jogo do guardião um movimento qualquer que lhe despertou a atenção para produzir, imediatamente, um remake do bailado “O Quebra-Nozes”. Segundo Balkan, “A forma como o Marco se lançou às pernas do Nuno Gomes deriva de um profundo estudo sobre o movimento dos corpos. O Sr. Tábuas é a melhor contratação que faço desde que estou à frente da Companhia Nacional de Bailado. Esta vontade de o contratar surgiu num momento onde a dor se expressou no seu corpo dobrado em agonia, onde ele, mesmo lançando-se no ar, conseguiu manter a postura de um bailarino. Para mim foi como se estivesse a sair de dentro de um ovo. Foi uma explosão de raiva, de alguém que quer romper, mas acaba por estatelar-se contra o adversário, pleno de intenção.”

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Santana Lopes cria novo Ministério

O Primeiro-Ministro, incansável formiga da labuta política, decidiu criar um novo Ministério. Este Ministério trata das coisas em geral, mas de forma particular, e dá pelo nome de Ministério Para os Assuntos Desse Género e Por Aí Adiante. Pretende o Ministro avantajado de testa, dada a inteligência, responder a todos os problemas dos portugueses. Desde a D. Deolinda da Praça da Ribeira até ao Dr. Mota Amaral, todos os portugueses vão ter os seus problemas resolvidos. Criaram-se os seguintes gabinetes dentro do Ministério: Gabinete do Pachola, para zangas entre ex-combatentes do Ultramar; Gabinete do Sacana, para zangas entre actores da série Polícias; Gabinete Negro, para discussões entre actores do filme Branca de Neve; Gabinete do Olá Fresquinho é Frut’ó Chiclatiii!, para os vendedores de gelados das praias, e Por Aí Adiante, como o próprio Ministério se chama. Santana é incansável!

Zanga entre namorados resulta em fractura exposta

Ontem à tarde em Lamas de Orelhão, uma localidade do concelho de Mirandela, uma zanga entre dois namorados teve o pior dos resultados. Segundo a mãe do rapaz, eles discutiram a tarde toda e estiveram mesmo para acabar o namoro. Outras fontes, como o senhor do café e um pastor, disseram que aquilo já se prolongava fazia uma semana. O Ventoinha utilizando os métodos previstos pelo código deontológico, como o uso de estupefacientes para sacar informação, deu duas pastilhas a dois cachopos que vinham da escola – que fica a 5 km, sendo o trajecto feito a pé à chuva e ao frio (Moura Guedes, olha-me isto!) – e apurou que o namorado da namorada deu o braço a torcer para que a relação entrasse nos eixos. A namorada, sendo uma professora de português conhecida pelos métodos pouco ortodoxos e por levar as coisas muito à letra, desmanchou o braço ao rapaz fracturando-o em três partes. Ficaram expostos o cúbito e o rádio, dois dos ossos do antebraço. O amor tem destas coisas…

sexta-feira, 5 de novembro de 2004

Notícias do canal FashionTv

Uma senhora de meia-idade foi violada por um bando de homens. A senhora, loira, vestia na altura uma saia Yves Saint Laurent de tom bege, uma camisa Channel caqui e uns sapatos também de Sant Laurent. Utilizava um perfume Scada, uma mala Louis Vuitton, e uma encharpe de John Galiano. Já os violadores vinham muito mal vestidos, utilizando uns, calças de sarja, e outros, calças de ganga, porém todas compradas na Feira do Relógio. Utilizavam camisas das Criações Viktor Emanuel, um conhecido designer de roupa de feira, e calçavam todos ténis de marcas como Nifty, Retruck, Nibe e Abibas. Para apurar a falta de estilo dos violadores a polícia contratou José Sócrates que, de imediato, censurou a falta de gosto dos violadores ressalvando que a senhora se vestia com muita classe, não admirando por isso que fosse violada. Sócrates encarregou-se pessoalmente de dar algumas dicas aos violadores, para que da próxima vez a indumentária seja muito mais cuidada. É tudo por hoje, voltaremos amanhã com mais notícias aqui no FashioNews do FashionTv, meu nome é Carlos Castro, boa noite.

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

People & Arts confunde tradição com manifestação

O canal People & Arts esteve recentemente em Portugal para fazer um programa sobre a tradição dos gigantones e dos cabeçudos. Facto ou ficção, acabaram por fazer um documentário sobre a Manifestação Nacional dos Estudantes. A confusão tomou conta da reportagem porque, segundo o produtor, “Aquilo mais parecia um desfile de gigantones, eles gritam e berram e andam pelas ruas, mas, na realidade, aquilo acaba quando começa a escurecer e, para além do mais, as coisas continuam iguais. Mas é divertido!”. A produção pediu desculpa aos estudantes, mas estes não se importaram, até gostaram de ser comparados e de aparecer num canal estrangeiro. “Afinal, uma Manifestação é uma festa, estamos com os amigos, bebemos uns copos, rimos, e quando toca a hora é ir para casa e volta tudo ao mesmo. É realmente divertido andar pelas ruas e acenar às pessoas!”. Esperemos que esta situação não se torne a repetir, no entanto, se continuarmos a protestar assim teremos, com certeza, tradição em vez de manifestação.

P.S.- A Isostar continua a pensar que a Manifestação é uma maratona…

Agentes do C.S.I. investigam o crime que é a própria série…

Os agentes da série Crime Sob Investigação estão a investigar um crime hediondo. Aparentemente estão com episódios a mais na série, o que levou a brilhante equipa a deslindar o caso. Parece que só o facto de a série passar já é crime, como se não bastasse, os próprios agentes chegaram à conclusão que quem cometia os crimes eram os próprios actores, isto tudo através da análise laboratorial das borras de café do assistente de produção. Por causa de um par de cuecas, de elástico muito apertado, que deixou uma marca acima da cintura do realizador, eles descobriram que este tinha uma hérnia. Para além disso mostraram como é fácil saber o que um figurante qualquer comeu, numa tarde qualquer, num restaurante qualquer. Sabem também, de certeza, o menu desse restaurante e qual era o prato do dia, só através de uma análise que consiste em “disparar” átomos de carbono contra os eflúvios do hálito do figurante. Concluíram que a série só está no ar porque eles andam à procura do assassino que deixou a tampa da sanita do laboratório levantada. O agente mais importante, e também o mais giro, disse que iriam descobrir o autor deste crime tão horrível apenas pelo ângulo em que foi pressionado o botão do autoclismo. VIVA O C.S.I.!!! Sem eles estaríamos perdidos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2004

Manifestação Nacional dos Estudantes já tem sponsors

A Nokia, a Coca-Cola, a Super Bock, a Herbal Essences e a Palmolive vão ser as patrocinadoras do grande evento que vai ser a Manifestação Nacional dos Estudantes. A Fubu, conhecida marca de roupa “a partir”, não conseguiu patrocinar este grande evento. Há ainda a possibilidade de se gravar um spot publicitário relacionado com uma marca de água-de-colónia. O porta-voz do Bloco de Esquerda – partido político que gostaria de ter todo o protagonismo – afirmou não ter verba para pagar aos polícias que vão vigiar o evento. Paulo Portas vai mandar para o ar os caças, bem como os helicópteros, para distribuir mortalhas e camisas de Vénus por todos os estudantes. A Isostar vai patrocinar também (continuam a pensar que se trata de mais uma maratona!). Vão haver concertos de copofonia e vão ser proferidas algumas frases de ordem como “Mais uma?!” e Faz lá Essa”. Se, por acaso, se fizer ouvir algum tipo de protesto, os estudantes não se responsabilizam, provavelmente esse protesto pertence a outra manifestação qualquer. Santana Lopes diz que vai de bege.

Nuno Rogeiro também sabe fazer croché

Para além de, saber fazer puzzles, montar um motor de 16 válvulas enquanto fala da crise política do Burkina Faso, fazer peixinhos da horta, falar de nano tecnologia enquanto come, descontraidamente, um gelado, esculpir um modelo à escala milimétrica da Pietá, ler o Borda d’Água, saber o que Jorge Sampaio come quando está em presidência aberta, escrever um tratado sobre as implicações da Teoria da Relatividade Geral no desenvolvimento socio-económico do Turquemenistão, fazer doces conventuais, saber que cuecas traz Bin Laden quando faz as ameaças, fazer um bacalhau à Braz sem precisar do bacalhau, matar um porco sem este jorrar muito sangue, saber em que altura é melhor plantar a cebola, perceber porque motivo Deus criou o mundo e as respectivas implicações políticas, analisar o cinema finlandês à luz das crises politicas da Eslováquia, Nuno Rogeiro, também sabe fazer croché.

domingo, 31 de outubro de 2004

Do videoclip da discórdia às promessas eleitorais

A poucos dias da ida às urnas nos Estados Unidos Bin Laden lançou um videoclip a solo que - como o Ventoinha já tinha adiantado em notícia anterior - perturbou os dois candidatos norte-americanos. Segundo os analistas políticos da Tertúlia Cor-de-rosa, “Esta não era a melhor altura para Bin Laden aparecer na televisão, está um pouco mais magro e parece, de facto, um terrorista árabe”. Na realidade, os dois candidatos à Casa Branca já declararam guerra a Bin Laden, decidiram eles gravar um videoclip onde aparecerão muito mais arrojados que esse “saudita magrinho!”, citando Daniel Nascimento. Para a memória das promessas eleitorais ficam as ameaças dos dois candidatos, Bush já apresentou Arnold Schwarzenegger como aliado e diz ter os contactos de Tarzan Taborda e Macaco Adriano. Já Kerry, para o combate a Bin Laden, conta com a ajuda de Bruce Springsteen, Padre Vítor Melicias e Badaró – os dois últimos contactados pela mulher. Quem irá ganhar esta guerra para declarar guerra ao terrorismo?

sábado, 30 de outubro de 2004

Descoberto o pai de Odete Santos

A equipa do Ponto de Encontro, mesmo após a morte de Henrique Mendes, não deixou de trabalhar. Numa última investigação descobriram o paradeiro do pai de Odete Santos, ao que parece, estava perdido nos episódios de Guerra das Estrelas. Ainda com a memória de ser espião de Estaline, o velho pai de Odete trabalhava agora sob o nome de Yoda. Os olhos de Odete encheram-se de lágrimas ao saber que seu pai estava vivo e de boa saúde, a trabalhar para George Lucas. Segundo Yoda, Odete terá nascido de um affair entre ele e Mata-Hari, enquanto passavam férias na aldeia de Pega, Concelho da Guarda. Odete só se lembra de si a partir da altura em que veio morar para Setúbal, daí ter perdido contacto com os pais. Na verdade, mesmo que ela vivesse com a mãe nunca saberia quem ela seria, uma vez que ela era espiã. Apesar de ter visto a trilogia, bem como estes dois últimos filmes, Odete nunca reconheceu o pai. É perfeitamente natural, ela era muito nova quando os deixou. Um abraço neste Ponto de Encontro...

Osama Bin Laden tem novo disco.

Osama Bin Laden tem novo disco. Este trabalho, que dá pelo nome de “Son of a Kebab”, mostra um Bin Laden mais maduro, com outras preocupações, mostra o lado mais terrorista deste músico saudita. Este mago da música contemporânea, ao lado de Bush and the Liars, prima pela composição atmosférica – é de mandar pelos ares. O primeiro vídeoclip de Bin Laden já saiu. Feito a partir do single “Like a Shoarma” é um vídeo que demonstra algumas influências de Peter Gabriel, talvez a roçar o conceito do último vídeoclip de Nikita Krushev “Cuba”. Este é o segundo trabalho de Bin Laden, antigo membro da banda The Al Bombers que, depois de “One Aeroplane Two Towers”, procura agora explorar outros campos da música, não se deixando cair na banalidade dos sons bombistas sem fundamento. O videoclip já surtiu efeito, principalmente nos dois candidatos às presidenciais norte-americanas.

sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Rede de mensagens SMS foi desmascarada

Numa investigação, levada a cabo pela taróloga Maya e pelo vocalista Axel, foi desmascarada uma rede de mensagens SMS que, segundo consta, seria a responsável pela maioria dos discursos de Santana Lopes à nação. Segundo a taróloga “Este mês não é muito favorável aos signos de Balança e Gémeos, cuidado com as gripes, Lua está em Escorpião, é preciso ter cuidado com as costas”, já Axel disse que não sabia o que estava a fazer no meio desta reportagem, visto estar só a fazer umas festas no cabelo de Maya. Ao que parece, Santana Lopes terá mandado mensagens para essa rede de SMS para conseguir discursos sem pagar ao assessor. Cada discurso custava a módica quantia de €3,40 por mensagem, e para cada ideia completa eram precisas cerca de cinco mensagens. Bagão Félix adiantou que isto não passará impune ao Orçamento de Estado, “Santana vai pagar as mensagens!”. QUER RECEBER UM DISCURSO REFERENTE AO ESTADO DA NAÇÃO, MARQUE JÁ O 6996, E PODE FAZER SUCESSO ENTRE OS SEUS AMIGOS POLITICOS. Santana olha para ti pá! A que Estado chegaste…

Ea Sports lança novo jogo

Na passada quarta-feira foi lançado em Portugal o APAF2005. Este brilhante jogo, distinguido pelas revistas da especialidade como sendo o melhor jogo de sempre, pretende rivalizar com a realidade do futebol português. Neste simulador nós somos a equipa de arbitragem, somos comprados, vendidos – quais prostitutas – temos clientes favoritos, deliberamos sobre lances claros. No lançamento do jogo estiveram presentes os dirigentes dos clubes nacionais, bem como os dirigentes da APAF. Os primeiros a experimentar o jogo foram João Loureiro e o seu pai. João Loureiro foi o quarto árbitro e o Major Valentim foi o resto da equipa de arbitragem. Em entrevista João disse “ Eu gosto muito de ser quarto árbitro, o meu pai sempre gostou de controlar tudo”, já o Major, com a frieza que já lhe é conhecida, disse “O meu filho não percebe nada disto, ele queria ser vocalista, eu queria que ele fosse mentiroso […] Está visto que ele faz o que eu mando”. No meio da emotividade ainda houve tempo para ver um abraço entre Pinto da Costa e Olegário Benquerença, este último é uma personagem do jogo.

Operação “Outono 2004”

A operação “Outono 2004”, lançada pela GNR por causa do fim-de-semana grande que se aproxima já deu frutos. S. Martinho foi apanhado em contra-mão com um quilo de castanha e com quase dez litros de água-pé. A princípio estava tudo bem, mas veio a descobrir-se que S. Martinho estava metido num negócio ilícito e que a quantidade de castanha que transportava se destinava ao mercado negro. Junto com S. Martinho viajava um rapaz afegão, que seria o proprietário da quantidade de castanha que vinha dentro do porta-bagagem. S. Martinho encontrava-se embriagado e, segundo consta, em comunicado da GNR, terá tentado agredir um agente com uma faquinha de dar golpes nas castanhas. O agente da GNR, assustado, teve de consumir quase metade da quantidade de água-pé que Martinho transportava. “Há que compreender o perigo e o desgaste da nossa profissão”, adiantou o guarda depois do susto.

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Orçamento de Estado Vs. Código da Vinci

Parecem não ter nada a ver, no entanto existem algumas semelhanças que se podem apontar entre as duas obras. Senão vejamos, o Orçamento de Estado é um grande enredo, o Código da Vinci prima pela mesma qualidade; o Orçamento de Estado é desacreditado pela maioria das pessoas, o Código da Vinci idem; o Orçamento de Estado suscita muita polémica, o Código da Vinci também; o Orçamento de Estado dá azo a Orçamentos Rectificativos, o Código da Vinci dá azo a obras que rectificam alguns factos. Ambas as obras são de uma mestria tal que ninguém percebe os porquês, apesar do enredo do Código da Vinci ser mais fácil de perceber. Um tem Bagão Félix à cabeça, o outro foi escrito por Dan Brown, dois homens (muito estranho, quase conspiração). Ambos podem ser mentira. Os dois dão dores de cabeça e pautam com alguma agrura e fantasia as crenças da classe média. Dos autores, um é laico e diz que Deus não tem nada a ver com isto, o outro é religioso mas acredita mais no Sagrado Feminino, aqui está a diferença.

I.N.E. nega ter discriminado amputados

Numa declaração ao Ventoinha o Instituto Nacional de Estatística negou as acusações feitas aos seus métodos de trabalho. Ao que parece, teriam acusado o I.N.E. de difamar os amputados do nosso belo país. “ O Instituto Nacional de Estatística tem apresentado dados em números reais, de maneira que em vez de aparecerem 3,5 pessoas aparecem 4 nos índices estatísticos, onde estão os direitos das pessoas de 0,1 a 0,9, que, por defeito de fabrico ou por amputação, não constam nos dados estatísticos. Nem toda a gente é perfeita e pode ter o corpo inteiro…” adiantou o Secretário de Estado das Pessoas que por Defeito de Fabrico ou por Amputação São Deficientes Motoras. O porta-voz do I.N.E. António Desvio Padrão garantiu que os números reais não pretendem ser discriminatórios, mas que a partir do próximo mês começarão a contar para as estatísticas pessoas que sejam de 0,1 a 0,9, isto é, pessoas que não possuam todos os membros, por defeito de fabrico ou por amputação.

terça-feira, 26 de outubro de 2004

Santana Lopes perdeu a cabeça?!

O Primeiro-ministro Pedro Santana Lopes perdeu a cabeça. Pede-se a quem encontrar um calhau de enormes proporções, meio abaulado, semelhante à forma de uma uva branca virada do avesso, para entregar em São Bento, por favor. Pode também contactar o Oráculo de Beline, para saber mais sobre o futuro deste belo país.

P.S.- Para além do Ventoinha mais ninguém deu por falta da cabeça de Santana Lopes.

segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Homenagem... (muito obrigado!)

Quero aqui dar os parabéns ao Marco pela brilhante Menção Honrosa recebida com este conto, atribuído pela Universidade do Porto e inserido no concurso “Uma Utopia para o Século XXI”. Aqui, na Ventoinha, publicamos um excerto desta obra que, brevemente será publicada na revista E-topia. Parabéns e obrigado pela colaboração valiosa, Marco.

Cláudio

“A Cidade de Plúris”

Plúris, 7 de Janeiro de 2025


Caro Miguel:

Em primeiro lugar espero que esta carta, fiel emissora da minha saudade, te encontre de soberba saúde, para que, enfim, a possas ler de uma assentada sem que te falte fôlego, e mais importante, sem que te pare o coração, pois a excitação para que te preparo é algo de inigualável. Temo dizer-te para onde vim, não te aqueça demasiado o sangue, e explicar-te como é lindo e maravilhoso este mundo novo. Em tuas reflexões revelaste, vezes que não foram poucas, o desejo de conhecer uma terra – sendo tudo menos desta Terra – que fosse o sítio em cuja perfeição se envergonha de si mesma. O sítio onde o Olimpo é mero pormenor, repasto de esplendor e beleza, o sítio onde o Sol não se quer pôr. Digo-te, Miguel, tal sítio existe! Perdoa-me a exclamação, porém é pouca, toda a entoação que pretenda exaltar esta cidade, cai por terra como um esforço gorado. Suficientemente intrigado? Ainda não? Esperava de ti a frieza e a calma necessárias para ouvir tal relato sem que te saltasse do peito o coração, mas também te digo que se não cederes pela razão hás-de ceder por esse órgão “cupidoso”, tamanho romântico que és. Não esforces a razão a onde ela não consegue ir, deixa-te antes levar pelo meu relato que, na intempérie do intelecto, é tónico, e no oceano do impossível é farol da possibilidade. […] Esta maravilhosa cidade, pérola luminescente da história humana, alberga, actualmente, cerca de três mil quatrocentos e trinta e cinco habitantes, tem metade do tamanho da cidade de Lisboa e, segundo parece, pois ainda não tive tempo de visitar, tem uma tapada civil fora dos limites da cidade, até aos confins da ilha, que possui espécies conhecida pelos nossos livros de Biologia e outras que nem sonhamos conhecer. Toda a urbe se transforma em jogos de cor, com a alegria e vida dos habitantes e com motivos de mar que enfeitam as ruas e os edifícios. Cá – que contente estou por aqui estar – todas as ruas levam ao centro da cidade, onde se encontram os principais edifícios, os mais altos – uma vez que toda a cidade está pensada em extensão e não em altura – são as Torres Didactis, o principal edifício, e o Armazém de Plúris, uma espécie de mercado grossista para onde desagua toda a produção e de onde se abastece toda a cidade. Ambos os edifícios são de requintada arquitectura, de fino recorte organicista, que ao invés de se destacarem da paisagem urbana, se mesclam com divina proporção e fluidez, qual coração no seu corpo. É ao que se costuma chamar a cereja no topo do bolo. Todas as ruas desta magnifica urbe, onde Deus, com toda a certeza, passeou, são de uma engenharia, que mais parece fina iguaria, para os olhos dos ávidos humanos. O recorte da malha urbana é fluido, embora fechada sobre si, a cidade, permite que hajam fugas, ditas de contemplação, para a sua Tapada Civil. Profundamente inserida no meio onde está, não é bloco de betão sem músculo é antes cristal de lápis-lazúli, espelhando a natureza quase sobre-humana dos seus habitantes e dos seus próprios construtores e arquitectos. Miguel, é como te digo, impera aqui a genialidade, em poucos minutos sabes tudo o que há para saber deste sítio, e em menos tempo te apaixonas, estou deslumbrado e quase molho o papel com as lágrimas, não só porque estou a ver o que de certa forma sonhaste, e é tamanha a emoção, mas porque escrever-te a contar se revela uma experiência sobremaneira injusta. Roçando quase o sarcasmo e o escarninho, parecendo que te estou a fazer pirraça. Não julgues tal, esta carta pode muito bem ser um convite. Contínuo, no entanto, o relato, hás-de visitar este sítio. […]
[…] A ideia fundamental do povo pluriano reside no esforço e no sofrimento de cada um, qualquer pretensão que faças para compreender este sistema sairá gorada, no nosso mundo, tal qual o conhecemos, não existe tolerância e intelecto que alberguem tal ideia. Fundamentalmente, aqui, todos os indivíduos têm todas as profissões – perdoa o absurdo, mas é a verdade. De acordo com a Constituição da Excelsa e Plúridemocrata Cidade de Plúris todo o habitante deve participar da profissão do outro, este artigo visa a compreensão, de todos os indivíduos, das dificuldades e vantagens de todas as profissões. Acabo assim por revelar o outro motivo pelo qual a cidade se chama Plúris. Este motivo é mais forte porque toda a Constituição visa a pluridisciplineiriedade e o pluriprofissionalismo dos habitantes da cidade. É claro que existe toda uma estrutura de ensino que permite o funcionamento de tal sistema, mas revelarei mais tarde, de momento retenho-me a contemplar alguns dos pontos arquitectónicos e constitucionais do funcionamento da cidadela.
Desta forma a própria arquitectura fluida em forma de espiral, e a colocação precisa dos edifícios importantes, fazem desta cidade um sítio único. Uma espécie de osmose constituição-arquitectura faz da cidade um misto entre industrialismo gritante e organismo naturalmente atenuante. A ideia é conservar o habitante para que se sinta em casa a todo o momento, da mesma forma há uma preocupação incrível com a actividade contemplativa dos indivíduos – os habitantes de Plúris são muito dados à reflexão – que prima precisamente pela possibilidade de deslocação que a cidade oferece para fora dela até à Tapada Civil. É um misto de mãe galinha mãe loba, esta cidade, com todo o poder concentrado nela, isto é tudo o que um individuo necessita para viver, como se a cidade tivesse vida e se preocupasse em demasia com os seus “filhotes”, da mesma maneira, à moda de mãe loba, atira-os para fora dela, para o meio da contemplação do selvagem e do misterioso desígnio da natureza. Como disse atrás, nunca se sabe onde começa e onde acaba Plúris, mas sabe-se que existem limites. Plúris é sonho. […]

Metamorfose de Kafka agora em SMS.

Nos dias que correm temos de pensar na cultura juvenil, foi a pensar nisto mesmo que a Fundação Calouste Gulbenkian lançou, numa edição de capa dura, a Metamorfose de Kafka na sublime língua, da moda, que é o SMS. A Ministra da Cultura, Maria João Bustorff, exaltou as qualidades da obra chegando mesmo a afirmar que mandaria um SMS para receber o excerto promocional, disponível através do número 3452. Para os interessados aqui fica um excerto de tão aclamada tradução, finalmente podemos ler Kafka numa língua da moda:
Gregório dxviou ntão a vxta p a window e deuh k/ o céuh nubladuh – ouviam-xe ux pingux de xuvah a baterem na kalha da window i ixo fêlu xentir-xe baxtante melancohlicu. Ñ xeria mlhor durmir 1 pc i xquecer td xte delihriuh?- Kogitouh. Max era impoxível, xtava habituadu a durmir p u ladu direitu i na prezente situaxão… na prezente situaxão, ñ pudia virar-xe. Pur + k xe xforxaxe pur inklinahr u korpuh p a direita, turnava xempre a rebuhlar, fikanduh de koxtax. Tentouh, plo menux , 100 x, fxando ux olhux, p evitahr ver ax pernahs a dbaterem-xe, i soh dezxtiuh kuando komeçouh a xentir nu flanku 1 ligeirah dohr nturpexida k nunka antex xperimentahra.

Marques Mendes já foi mais alto?!

Num estudo, levado a cabo por dois cientistas norte-americanos, um cientista neo-zelandês e um romeno anónimo, ficou provado que o Engenheiro Marques Mendes já foi mais alto. Segundo os especialistas este é um facto consumado, devido a vários testes feitos ao famoso político. Fica assim desfeita a cabala contra Marques Mendes, que defendia que o político subia para cima de um palanque na Assembleia da República, fica também desfeito o mito de que Marques Mendes descende dos Anões da Cozinha Verde, uma linhagem bastante conhecida no meio gastronómico. Apelidado muitas vezes de matraquilho, o pequeno polegar da política nacional tem provas substancias, “Uma fita métrica basta!”, para desmascarar as calúnias e destruir os mitos criados à volta dele. “Eu não sou um Bibelot!” é a campanha que o vai levar a afirmar a sua altura. Marques Mendes espera que haja um político à altura dos seus 1,10m para levá-lo a debate.

domingo, 24 de outubro de 2004

Aprender a partir... (Comentário ao último post)

A letra de Chico Buarque pretende ilustrar uma situação que, senão bastante comum, pelo menos acontece. A situação de encontrarmos o nosso próprio caminho, quando o outro nos ficou com as pernas e com os apetrechos de viagem, é uma situação deveras complicada, de uma delicadeza tal que faz lembrar Berlim no pós II Grande Guerra, parecendo impossível erigir de novo. Os destroços, as feridas abertas com palavras ditas, muitas vezes para protecção de nós mesmos, acabam por fazer levantar do chão os que estão caídos. A despedida é simples quando não existe amor, assim podemos seguir, sem esperar, ou sequer desesperar. Aprender de novo a andar, a erguer a cabeça, tarefa complicada quando os últimos obstáculos têm sido vencidos com duas cabeças a pensar. O facto de não ensinarmos o outro a partir, porque não sabemos fazê-lo, leva-nos a repeli-lo, de uma forma defensiva, como a cobra morde, quando sente a sua integridade ameaçada. E por muito que o outro diga que já está a ir, que já está reparado das feridas, pode eventualmente não estar. A verdade é que as pessoas inesquecíveis não têm por hábito ensinar a esquecê-las, porque é tarefa complicada. A verdade é que sei o que diz Chico Buarque, tanto que se aprende mutuamente que é complicado aprender a partir.

Entre duas vidas que se quiseram...

Entre duas vidas que se quiseram. O chegar tarde para se mostrar arrependido, a simples vontade de não partir, o querer ficar preso, as palavras mal ditas, as cantigas de malandro, as promessas não cumpridas, a falta de compreensão, comprimentos de onda diferentes, mortes em separado, os risos, a felicidade dada sem pedir em troca, o choro, a mágoa, a companhia, na tristeza, na alegria, a espera, o desespero, o estar farto, o não estar farto sequer, a segurança dos sentimentos, a queda em falso, a falsidade da queda, a paixão que engana, as ideias confusas, a amizade, a cedência, a reconquista, a paciência, o afecto, o carinho, a festa, o beijo, os olhos, os segundos sentidos, os ciúmes, as esperanças, as intelectualidades, os apreços, o respeito, o não aprender a partir para longe, o aprender a estar junto, com diferenças, incompatibilidades, arestas por limar, feitios, teimas, o amor, a ilusão, por fim, muitas vezes, os regaços um do outro... por tudo isto esta letra de Chico Buarque:

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

sábado, 23 de outubro de 2004

Mel Gibson é Bilionário…

Mel Gibson, conhecido actor norte-americano, é bilionário. Ao que parece, as receitas do filme “A Paixão de Cristo” renderam-lhe dinheiro de sobra para comprar um pónei para uma menina que morria à fome no Senegal. Em entrevista à Times, Gibson, adiantou que estava muito contente por um filme sobre a paixão de Jesus contribuir em muito para a sua fortuna, chegou até a dizer que vale mesmo a pena ter fé, ora no Totoloto ora em Deus, para não enjoar de nenhum dos dois. Com o dinheiro recebido de tal obra de fé Mel Gibson pretende ainda inundar a capital da Etiópia com gomas, mandar um postal de Natal aos cristãos ortodoxos e erigir uma estátua de Jesus Cristo com olhos de cifrão. Benditas sejam as obras de caridade deste homem de Deus.

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Pequena Sereia desapareceu!

Na semana passada, a localidade de Palheiros de Tocha, uma aldeiazita piscatória ali para os lados da Figueira da Foz, foi assaltada com o boato de que a Pequena Sereia teria desaparecido. Paulo Portas, Ministro não só da Defesa, mas dos Assuntos do Mar (parte do seu cargo especializada nestes insólitos), adiantou que se estavam a utilizar os submarinos comprados para que a pequenita personagem animada não se perdesse para sempre. Segundo o mesmo, após ter conferenciado com o Capitão Iglo, o peixinho Nemo e uma travesti que conheceu numa noite de loucura, “A Pequena Sereia não desaparecerá para sempre! Portugueses, oiçam-me! Eu tenho uma voz bonita, e tenho um sexo perfeitamente normal! De maneira que reuni todos os esforços, para além das Carcaças do Alfeite, para conseguir resgatar a sereiazita, que bem podia ser um tritão! Sempre dava mais gozo!”. Visivelmente transtornado, Paulo Portas abandonou a sala de imprensa gritando que uma vez já tinha salvo Dom Camarão e não lhe custaria nada aliciar um miúdo que estivesse mesmo a precisar de dinheiro.

Fabulosos 4 vão juntar-se de novo…

O Grande Moderno (José Sócrates), O Primeiro-Testa (Santana Lopes), A Paulinha-Submergível (Paulo Portas) e o Foice de Fogo (Carlos Carvalhas), os Fabulosos 4 da Marvel à Portuguesa, decidiram juntar-se de novo para combater os inimigos da Democracia Tuga. Em primeiro lugar, o Grande Moderno, transformará todas as enxadas em agricultores biónicos, com braços de ceifeira, para melhorar a agricultura do país, pretende também enxertar roseiras com algumas sementes de laranjeira (de laranja espanhola, claro!), para ver se de uma vez por todas as rosas passam a ser laranja. O Primeiro-Testa, com o seu poder de construir túneis impossíveis e de gostar de espaços lúdicos (Intendente, Cais-do-Sodré), vai construir um túnel gigantesco desde São Bento até à Kadoc. Paulinha-Submergível, que trabalha sob a identidade secreta de Ministro da Defesa e dos Assuntos do Mar (Eheheh! Que nome!) e tem o poder de comprar submarinos por capricho, vai tratar do problema dos catamarans da Soflusa e vai a uma ou outra feira, se possível daquelas que misturam, no mesmo espaço, sodomia e uma barraca de farturas. O Foice de Fogo, o mais velho dos heróis, um Cavalheiro Extraordinário, vai entrar para um rádio portátil, destes renovados, e fazer com que a cassete soe melhor, para a mensagem ganhar novo fôlego, além disto vai só mesmo sair do partido. Cuidado, inimigos da Democracia, eles voltaram.

General Motors lança Opel Tough…

Em homenagem a José Maria Durão Barroso a Opel decidiu lançar uma nova linha de automóveis que dá pelo nome de Opel Tough. Ao que parece este carro foi concebido a pensar nas viagens à Europa a meio de mandatos, é um carro económico de design moderno, com linhas redondas. Um conceito retirado de uma intensa observação à testa de Dr. Santana Lopes. Gerard Shroeder adiantou que não irão haver despedimentos na Opel, visto que esta linha de carros pretende revolucionar o consumo de viaturas ligeiras. O Opel Tough, um carro que resvala no desportivo, foi pensado para ser rápido, para ajudar na evasão fiscal. Tem espaço na bagageira para sacos azuis… e de outras cores, mas grandes. É versátil, tão versátil que dá para uma pessoa que, a título de exemplo, deixe de ser Presidente de Câmara para passar a Primeiro-Ministro. O carro estará em exposição no Salão de Genebra, isto para que se veja como ainda se fazem bons carros. Ah, é verdade, dizem que é topo de gama!

Afinal ele é jardineiro?!

Na semana passada foi dada por terminada uma investigação ligada, ainda, aos atentados do 11 de Setembro. Esta investigação, pedida pelo concorrente de George W. Bush, John Kerry, tinha como objectivo descobrir o paradeiro de Osama Bin Laden e da senhora que costumava vender farturas logo ao início das Festas de Santo António (da Charneca). Foi uma investigação morosa, com os seus altos e os seus baixos, mas nada a que a V.I.A. (Ventoinha Intelligence Agency) não esteja já habituada. A princípio, e isto depois de colocarmos as nossas “toupeiras” (termo inventado por nós e copiado pelos espiões de guerra dos anos trinta), cujos nomes são Top Secret e Classified (nomes também inventados por nós), a vigiar a residência de férias do presidente norte-americano, julgámos que tanto trabalho não levaria a nada, mas concluímos que Bin Laden é jardineiro em Camp David e que a senhora das farturas continua de baixa.
Bush alega que nunca lhe teria passado pela cabeça perguntar ao jardineiro se ele por acaso não seria Bin Laden, visto que ele está lá a trabalhar já desde o governo de Ronald Reagan, e, segundo parece, pertence a uma empresa de jardinagem chamada “Ayatollah Gardens”, cujo accionista principal, já morto, era precisamente o Ayatollah Khomeini. “Realmente o jardineiro falava numa língua muito estranha, como se estivesse quase sempre com expectoração”, disse George Bush quando se referia ao seu jardineiro. Segundo testemunhas oculares, aquelas que costumam ocular os que são oculados e que, para além disso, usam óculos, Bin Laden terá cometido um atentado, já depois do 11 de Setembro, quando se encontrava a tratar da poda, num corta relva armadilhado, com insecticida. Este pequeno acto, da lida de um jardineiro, levou muita gente a pensar que só um árabe podia cometer o genocídio de forma tão fria… surgiu a desconfiança. Mais noticias em breve.

domingo, 17 de outubro de 2004

De regresso...

Voltei. Voltei de lá. Voltei diferente. Voltei com vontade de vos abraçar a todos e dizer-vos o quanto são importantes para mim. O quanto me fazem falta. E o quanto me fazes falta. Tu que deixaste tudo e todos para fugires de uma vida que não querias ter e que ninguém te queria dar. Tu, cujo destino percebeu que era a peça que até agora estava a faltar na minha vida. Fica agora com este meu regresso renovado. Nunca te apagues do fundo deste túnel por onde caminho de malas e bagagens. Para que quando chegar a ti, me abraces como só tu o fazes, me levantes os pés do chão e me segredes ao ouvido as coisas que eu nunca sei que vais dizer mas que já imaginava que as dissesses. E guarda esses vestígios de sotaque que trouxeste desse teu longo desaparecimento. Guarda esse sotaque para que eu saiba que o tempo não parou. O tempo não pode ter parado. Os anos têm que nos ter ensinado o que de melhor podemos aprender um com um outro. É o que temos feito. E que bom é voltar. Voltar para ti. Para todos.

A luz

E eis que se apaga a luz. Catrapus! Catrapus! Vai-se o padre, vai a batina, baixa-se, do palco, a cortina, indo tudo a galope, porque a passada a trote não nos demonstra progresso. Mata a luz! Mata a luz! Catrapus! Catrapus! O outro, mal morto na cruz logo foi mais traído que pelo tal de Iscariotes, enforcado na figueira por não existirem escadotes. E que motes, que lemas, que teoremas bastam para matar as escarninhas hienas que se vão valendo das renas para puxar o trenó. Vá, apaga a luz! Catrapus! Catrapus?! Que se o espelho não reluz é porque está avariado, o coitado, lá se vai da imagem a ilusão, depois de tanto plástico lá vem o caixão. E morrem os vermes intoxicados porque consomem, angustiados, os restos mortais de uma Barbie por medida, e que saída?! Deixa estar a luz acesa que se não incendeiam as retinas, se nuns dias vestimos farrapos, logo virão as capas finas, as de cetim. Ouviremos o mundo dizer que nunca viu coisa assim, da aparência se faz de novo ciência e no palco a morte é mote da pureza e da indecência. Deixa então a média luz, lusco-fusco artificial, umas vezes contentes, outras ainda sem nos sabermos parentes do realmente real. Acende a luz que a apagaste sem querer, entre o bem e o mal, entre o aparente e o real, vamos vez em vez beber ao profano ritual. Despe batina! Veste batina! Apaga, acende a luz! Baixa e levanta a cortina! O mundo roda, roda, roda e mesmo no Caos ninguém desatina.

Politiquices

Não confundir merda com pastéis de nata!

Modernices

Esquerda Moderna é um Burro com Rodas!

Encontro

De cada vez que te vejo, encontro-te!

Chefe de gabinete(?)

O primeiro-ministro foi à Moda Lisboa. Até aí tudo bem e nada de estranhar. O que aqui está em causa, e que me parece gravíssimo, é que Santana Lopes terá dormido a sesta antes de ir para o evento. A fonte da notícia é o Expresso, onde, infelizmente, o primeiro-ministro ainda não conseguiu infiltrar Luís Delgado. O gabinete do primeiro-ministro veio, «indignado», desmentir a sesta. O que me parece razoável, porque ninguém admitiria que Santana Lopes acordasse às três da tarde – depois de uma festa íntima em São Bento - e já estivesse a dormir novamente às 17. Portanto, a chefe de gabinete de São Bento, Ana Costa Almeida, declarou: “Acompanhei o senhor primeiro-ministro na sua deslocação à Assembleia da República, de onde saiu às 18h30 e não às 17 como é dito. Depois disso, o Dr. Pedro Santana Lopes não foi fazer qualquer sesta, como é afirmado». A pergunta impõe-se: Como está a chefe de gabinete tão bem informada? Terá feito alguma coisa para que ele não adormecesse?

P.S. - Espero que estejam todos a dormir a sesta e que não reparem que voltei a escrever sobre o primeiro-ministro.

sábado, 16 de outubro de 2004

Tó...

Vazio de si, metendo dó, assim andava o pobre Tó, beberricando alegre, aqui e acolá. Falava-se de politica, vazia por si só e fazia trocadilhos inocentes o nosso Tó. Uma ingenuidade gritante, onde se escondia o crítico elegante. Sem ter poder na vida, foi dos poderosos ajudante. Vazio no juízo, que lhe tardava o siso, aparentemente feio, mas mais belo que Narciso, Tó intrigava os ouvintes com palestras e conversas adornadas por um ideal nunca morto. Os requintes, guardava-os para os palermas, os que se enfiam nas casernas do saber já bem estudado. Vazio de perspectiva deixava a gente indecisa, na corda bamba da dialéctica, que é enteada da Razão esquelética, caquéctica. Tó balançava a corda, o interlocutor, qual trapezista, em vez de lhe dar sentido, chamava-lhe vigarista. O Tó, vazio de si, metendo dó, viesse o retórico mais brindado que ele lhe dava o nó, muitas vezes cego. Dos adversários o ego, era marioneta dos discursos de Tó, o nosso amigo, que não tinha o centro de si no umbigo, como o resto de nós. Era tosco no que dizia, mas diz outras coisas a voz, diz por trás das palavras que soam… Tó, vazio de si, metendo dó

Separação...

Vestimos a pele do outro quando não somos de nós.

Individuo...

Liberdade que te dou, responsabilidade que comportas.

Passos ou A Condição de Amante

O passo dela era estranho, descaído, porém de alma segura. Calcorreava o passeio todas as manhãs em busca de carinho, em busca de um empurrão, qual fantasma de emoções mal mortas, era um pedestre como qualquer outro nos intervalos de si. Atenta, porém desgostosa do seu pensar analítico, era passo a passo que se construía e estrebuchava, para ser no mundo o que não era para ela. Sabia-se sensível, mas a despreocupação do seu passo transparecia um saudoso “Que se lixe!”. Era no seio da sua pessoa, na sala de reuniões do seu ser, que se discutiam os passos a dar, umas vezes previstos, outras vezes após errar, mas era de uma racionalidade tal que muitas vezes as emoções se toldavam de um nevoeiro lógico “Se penso isto então e aquilo, se vou por aqui então e ali…” o seu coração, que sabia ser fraco, ficava sem voz para falar à vontade. Desejou dizer amo-te, preciso de ti, mas a frieza com que pensava congelava-lhe o romantismo dos amores idílicos. Então colocava estes amores a ferros em jaulas de argumentos bem montados, para se convencer de que não amava e que, se amasse, era um sentimento vago que passaria num instante, enquanto o diabo esfrega o olho. O pior é que o diabo, de paixões quentes, conseguia manter um dos olhos abertos e o que esfregava tornar-se-ia num olho atento. Assim não se lhe toldava por completo a paixão nem se lhe enjaulavam os sentimentos, de forma que arranjava novos argumentos para que os passos que dava fossem seguros. “ No Amor, assim como na Vida, temos de ser rectos e calculistas”, dizia. Não fossem às vezes as emoções dos artistas e a Razão triunfaria, a lógica acabaria por aniquilar o Amor até à última gota de sangue quente que o coração bombeia. “No Amor temos de pensar, temos de ser responsáveis pela nossa condição de amantes”, argumentava. Certo, mas não prendê-lo sempre em grilhões de Razão, soltá-lo de vez em vez, para ver que sacrifícios fazemos. O Amor em passos sempre seguros demonstrará hábito, nada mais. O Amor que se solta e tropeça e cai, nas armadilhas do nosso próprio ego, é um Amor sofredor que nos vence e nos mostra até onde podemos ir, também isto são passos, também isto faz parte da nossa condição de amantes.

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

Tempo (ou a falta dele)

Queria começar este post a dizer que a Ventoinha tinha o prazer de apresentar uma nova "rubrica" deste blog. Eu e o Marco combinámos escrever os dois sobre o mesmo tema e colocar os textos online ao mesmo tempo. Uma espécie de despique, mas sem o "pique".

O primeiro tema que escolhemos, como podem ler no post aqui mesmo abaixo foi "tempo". Ora e foi mesmo este desgraçado que não me deixou escrever o meu post em condições. Curioso, agora que penso nisso, a palavra que mais tenho associado a tempo nos últimos tempos (passo o pleonasmo propositado) é falta. A falta dele. Falta de tempo para ir beber cafe, falta de tempo para aproveitar uma esplanada, falta de tempo para o cinema e para o teatro, e muita falta de tempo para escrever sobre o tempo... Melhores tempos virão!

Tempo

Perseguido por ele persigo-o também extraviado ou enganado no desígnio que julgando meu se perde no que dele é também teu. Entretido pelo quente que se faz e fez presente escorre gota a gota eminente o liquido dormente da clepsidra que vestida ou despida do preconceito dos minutos contados se repete continuamente a dar-nos presentes do devir. Imaginar que a eternidade possa estar encerrada no movimento das estrelas é relativizar o poder do que somos. Tempo é o que cada um de nós drena e absorve é o que através de nós se faz e o que nos faz a nós ser a cada milésimo de inconsciente percepção. É no Tempo que vivemos ou vive o Tempo em nós. Será a Vida do Tempo ou o Tempo da Vida?

terça-feira, 12 de outubro de 2004

Penitência

Ok, pronto, descontrolei-me. Vou parar com os posts acerca de Pedro Santana Lopes. Entusiasmei-me e não consigo parar. Penitencio-me por isso e prometo que nas próximas horas nada mais escreverei sobre o nosso primeiro. Porém, digam lá, ele próprio não funciona como um post??

Por vontade própria

Errrrr... resta-me deixar de escrever neste blog, mas saio por vontade própria e garanto que não tive pressão de seis altos dirigentes do PSD, muito menos do assessor mais directo do primeiro-ministro. Como é óbvio saio de livre vontade, mas tem é que ser jaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Direito de Resposta

Acabo de receber cinco telefonemas de assessores diferentes que fizeram saber que o primeiro-ministro pretende exercer o direito de resposta, uma vez que se sente atingido e mesmo ofendido pelos últimos posts da Ventoinha. Assim sendo, e por este blog ser lido por 7 a 10 a pessoas, está já marcada, para a próxima segunda-feira às 20 horas, uma comunicação ao país, em directo nos três canais de sinal aberto.

Compta(dores) dão cabo do país

Bom, já chega. Estive estas semanas todas à espera de ver esta manchete n´O Independente e nada. Assim sendo, a história não pode mais ser abafada. Uma das empresas mais mediáticas dos últimos tempos desenvolveu, há alguns meses, um programa não menos falhado do que o da colocação de professores. Tudo aconteceu quando Santana Lopes encomendou a esta empresa - que incoerentemente não tem logotipo laranja - um programa a que chamaram "Governo constitucional". Mas logo na primeira semana deu bronca, já que a palavra "constitucional" entrou em conflito com o sistema e 'crashou' todo o servidor. O resultado foi tão simples quanto desastroso. De uma lista de 100 amigos de Santana Lopes - previamente fornecida - o programa escolheu e colocou os ministros do actual executivo. Esta era a primeira medida do e-Government anunciado por Santana, mas os erros foram tantos que o executivo ficou maior que o anterior e até foram trocados nomes de ministérios (como o dos Assuntos do Mar). De acordo com fonte da empresa, o problema só deverá ser solucionado dentro de cerca de dois anos.

Uma perguntinha inocente...

O assessor de Santana Lopes ganha mais que o Presidente da República. Acho indecente. Ora se nenhum deles tem coragem de enfrentar o primeiro-minitro, porque têm regalias diferentes?

segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Santana ao país

Santana Lopes falou ao país. Pela importância do facto corrijo e passo a escrever "País" com "p" maiúsculo. Confesso que estava à espera de bem pior, mas o primeiro até me conseguiu surpreender pela positiva, de tão eloquente que foi. Não posso deixar de transcrever aqui, e peço desculpa pela extensão, a parte que me pareceu realmente importante e que me deu um extremo orgulho de ser português:

"Portuguesas e Portugueses"
frase retirada do discurso ao País proferido pelo primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

A Esquerda


Agora que Sócrates veste as luvas rosa para que, enfim, o autocarro da comitiva prossiga à moderna, isto é, pela faixa da direita, Carvalhas vai abandonar o cargo de secretário-geral do Partido Comunista Português. Das duas novas uma delas peca pela sua veracidade, a outra é de bradar aos céus.
Eis que Sócrates, que de pensador só mesmo o nome, decide apresentar-se como um senhor capaz de transformar a Esquerda numa moderníssima aliada, à guisa do sidekick (como o Robin é do Batman), da não menos moderna Direita.
Alegre, triste pela derrota, vê angustiado que Che Guevara é só mais uma T-Shirt, talvez uma cara numa cigarreira qualquer.
Soares, qual João Loureiro, chora no colo de seu papá, reclamando a sua Esquerda, dizendo que é melhor que a dos outros.
Carvalhas leva consigo muito poucas saudades, existem uns quantos abutres a querer uma Esquerda mais para o moderno, com um novo design, quiçá a curvar para o lado direito.
Se a Esquerda não é solução, a perda de ideais também não leva a lado nenhum, a não ser à confusão dos coitados, esses decadentes, os que votam.
Assim temos uma Esquerda moderna, por isso destra, triste senhora. Temos um líder que abandona. E que venha o primeiro a andar em contra-mão na auto-estrada politica, pela faixa da direita é que se anda bem.
Não esquecer que as ultrapassagens bem feitas se fazem pela esquerda.

segunda-feira, 5 de julho de 2004

Guardem as bandeiras... até ao final da semana

Mas afinal Portugal ganhou ou perdeu? É que a festa foi tanta que, por momentos, pensei que o Presidente Jorge Sampaio tivesse anunciado eleições antecipadas. Depressa me desiludi, porque afinal Portugal perdeu. Isto, para além do resultado do futebol. Um país em festa, que assim continuou. As buzinas estavam compradas, tinham que ser gastas. Afinal talvez não durassem até ao final desta semana. Ao contrário das bandeiras. O meu apelo é que ninguém as tire das varandas, das janelas e dos carros, porque ainda podem ser úteis. No final desta semana vamos todos usar as bandeiras e as buzinas para receber o nosso novo primeiro-ministro. Santana Lopes, o novo Scolari da política nacional. Vai ser capaz de unir os portugueses em torno dos problemas de Portugal? Custa tanto a derrota. Especialmente quando estamos tão perto dela. E, neste caso, a culpa vai ser sempre do árbitro. Mas, seja qual for a decisão de Sampaio, o país vai sair à rua para buzinar e gritar. Será? Os potugueses terão estômago para, apesar de derrotados, sair à rua para festejar com o campeão? Venham as bandeiras e as pinturas. Força Portugal (que bem precisas)!

Mais um Toni no Benfica

Apanhei ontem a ponta final de uma notícia na rádio ...Toni no Benfica. Por momentos pensei que estava tudo louco (outra vez), e depois acabei por confirmar isso mesmo. Trapattoni é o novo treinador do Benfica. Já tem a parte de Toni, mas acrescenta a isso o lado de Trapa(lhone). Ora, vamos lá ver se a bica benfiquista não fica demasiado curta, tipo a jogar numa ínfima parte do meio-campo... defensivo. Assim uma espécie de italiana do futebol.

terça-feira, 15 de junho de 2004

Atentado terrorista em Albufeira

Estávamos com um medo terrível de um atentado em Portugal em época de sobejo festim futebolístico, porém, saiu-nos o tiro pela culatra. Nós que fazemos da racionalidade ocidental uma bandeira, nós que acusamos os árabes de serem pouco civilizados, que nem por isso – e ontem assim ficou provado – somos mais civilizados, fomos surpreendidos pelo fanatismo, desta feita não sagrado, mas sim religiosamente “afutebolado”, dos adeptos vindos das Terras de Sua Majestade. Podia esperar-se outra coisa de um país que está no Olimpo da civilização, por outro lado a burrice extra-fronteiras de um Ministro como Tony Blair, um sapiente lambe-cús transatlântico, não nos permite bons augúrios para o futuro dos súbditos de Isabel II. Ele está a dar o exemplo de como praticar terrorismo pelas boas causas, Madre Teresa com a bomba H atrelada às costas, para não dar o velho exemplo do lobo em pele de cordeiro. Assim, se aguardam as bombas, antecedidas pelo prefixo al-, enquanto os cockneys se regalam com a cerveja das Terras de D. Afonso Henriques – ou D. Duarte Pio para os ainda crentes – e utilizam as garrafas para arremessar aos soldaditos de chumbo que a cavalo esperavam pelos aviões e homens-bomba islâmicos. Bin Laden acabou o teu tempo em Portugal… Já não metes miaúfa.

quarta-feira, 12 de maio de 2004

Cursos de Ingês para moradores

Os habitantes das cidades que vão receber jogos do Euro 2004 estão a ser convocados (não para a Selecção Nacional) mas para um curso intensivo de inglês, com a duração de 1h e 13 minutos. As sessões, que deveriam ter começado no início de 2003, vão decorrer até Agosto para preparar os cidadãos para o Euro. Desta vez, apesar de nada o prever, também Vítor Baía foi convocado. “Estou muito feliz” foi a única frase que o guarda-redes conseguiu soltar, por entre lágrimas de emoção.

Os moradores de Alfama e Bairro Alto é que não escondem a sua revolta pelo atraso nos cursos: “Agora vamos a qualquer lado e temos que pedir tudo em Inglês. Ninguém ensinou a falar essa língua dos estrangeiros e nós é que nos lixamos", diz Zé dos Pirolitos, que continua: "Vamos ali ao café do Manel Padeiro, e ele não nos percebe”. A Ventoinha acompanhou este habitante de Alfama, o Zé dos Pirolitos, que depois de pedir uma "loirinha", uma “burra”, uma “jola”, e em desespero, uma “cerveja”, lançou um grito de revolta: “Dá-me uma biérre, *#$%#”. Ao que o empregado finalmente acedeu.

Porém, e para evitar mais dissabores, Zé dos Pirolitos acabou por levantar três dedos, proferindo novamente a palavra “biérre”. “Para não ter sempre a repetir esta lenga-lenga, peço já três e fico despachado”.

Também Maria dos Trapos, depois da tentativa falhada de se deslocar num táxi, uma vez que quando espreitou pelo vidro o taxímetro contava já 14,25 euros de tarifa, decidiu entrar num autocarro da Carris. “Quero um bilhete se faz favor”. Do outro lado, um motorista dos seus 49 anos e meio responde “Whati?”. Maria lembra-se então da noite que passou no Centro de Saúde, onde uma “tiazoca” (como lhe chamou) pediu um "tickê no guichê". Ora tal reminiscência salvou-lhe a viagem. “Quero um tickê”, entoou. E então sim, depois de toda a gente que estava na fila do 28 a ter ofendido (em inglês), conseguiu sentar-se, não reprimindo um desabafo, em bom português: “Estes camones de m....”

E tu, zzztttttttt?

Bom, e ao fim de duas semanas chegou a minha grande decepção! Cada vez que ligava a televisão, em qualquer um dos canais, perguntavam-me se eu Zzzztttt... Passou-me tudo pela cabeça. A umas coisas respondia a mim mesmo que sim, outras achava contundentemente que não. Afinal, há coisas que um gajo não zzttt!!! Mas ao fim deste tempo todo em suspense profundo (a vertente do coma para publicidade), finalmente percebi e deparo-me com a dura realidade: EU NÃO ZZTTTTT! Se por um lado é assustador, talvez por me sentir diminuído por aqueles que zzttt, por outro fico muito contente. Afinal não faço parte do rebanho que zzztttt! Ainda não consegui digerir bem este facto... Mas quero convencer-me que é bom eu não zzztttt...

segunda-feira, 19 de abril de 2004

O soar das sirenes

Em Israel soaram as sirenes… Não, não era um ataque bombista, não era um raid aéreo e muito menos era a carrinha da Family Frost. Era, isso sim, o tal momento em que se recordam as vítimas do Holocausto. Coff… hehumm… Coff, perdão, vitimas do Holocausto? Aqui começa a minha oportunidade para desconstruir este lamento – à moda dos bombeiros voluntários (por causa da sirene) – israelita. Se bem me recordo os Nazis já passaram à História, é certo que as marionetas da direita ainda assombram o território da chamada União Europeia, no entanto nada como o que se passou. É de lamentar esse episódio da História, mas houve quem tivesse dito que aquele que não aprende com a História está destinado a repeti-la. Caros “amigos” israelitas, ou deverei chamá-los de MacJudeus, quem é agora o Nazi? Serão essas sirenes dignas de soar pelo que soam, a lembrança das vítimas do Holocausto nada faz a essas lindas cabeças, onde usam esses lindos chapéus com esse lindos caracóis, parece-me que em vez de pararem para lembrar as vítimas deviam parar para pensar nos actuais opressores, em vez de pensarem naqueles que morreram, aqueles cuja lista de Schindler não salvou, pensem sim nos que agora estão a matar, enfim, perdoem-me a parcialidade, mais dada aos “terroristas”. Realidade ou facto, Israel tem tanques, a Palestina tem… carroças. Os israelitas mandam morteiros, os palestinianos… pedras. Para quê as sirenes, para quê essa lembrança, se agora são vocês os Nazis… Os meus parabéns à politica internacional, os meus parabéns à História da Humanidade, os meus parabéns ao 52º Estado norte-americano, sem estas entidades esta critica não seria possível, muito obrigado… A sério.

quarta-feira, 14 de abril de 2004

Incentivo ao voto nas europeias

“Durão quer mandar Ferreira Leite para Estrasburgo”, é a manchete d´A Capital de hoje. A actual Ministra das Finanças será a escolha do primeiro-ministro para cabeça de lista às Europeias. Manuela Ferreira Leite é o rosto (feio) que mais desagrada os portugueses. Manuela Ferreira Leite obrigou cada um de nós a fazer vários furos no cinto. Manuela Ferreira Leite quer o nosso dinheirinho. Manuela Ferreira Leite vai sempre ficar marcada pelo que fez, mas sobretudo pelo que privou os portugueses de fazer. Durão Barroso, obviamente, quer mandá-la para bem longe, para um sítio onde ninguém oiça falar dela. Em resumo, para o Parlamento Europeu. Durão livra-se dela, ganha um grande trunfo. E haverá melhor incentivo para que os portugueses acorram como nunca às urnas?

segunda-feira, 5 de abril de 2004

O que vai na cabeça do Durão para além dos feios olhos esbugalhados de sempre

Aznar bem tentou convencer os espanhóis de que a ETA era responsável pelos atentados de Madrid. Estava em causa o seu lugar no poder e, por cá, também o Durão vai assentando na sua agenda estratégica os mais prováveis criminosos caso os terroristas se lembrem de ver quem é o moscardo que aperece nas fotografias da Cimeria dos Açores e decidam espetar com umas bombas no Colombo.
Para se aguentar no poder e afastar quaisquer suspeitas de terrorismo, Barroso escreveu na primeira linha o famoso gang da CREL. E sorridente - com aquele sorriso charmoso que só nós conhecemos - vai pensando. "É isso mesmo! O gang do multibanco também não era mal jogado. Mas não! Até é melhor dizer que foi o da CREL e sempre dá para inventar uma carta qualquer bastante ameaçadora entregue à actriz Lídia Franco durante o assalto que lhe fizeram. É isso, uma carta que durante todo este tempo esteve guardada para proteger os portugueses e que já anunciava uma vingança caso o pagamento das portagens na CREL fosse mesmo avante. Tem lógica: as portagens afastam o pessoal dali e os tipos já não tinham tanto gozo nos assaltos. Ou seja, Lídia Franco, carta, portagens, tunga: bomba no Colombo".
Como se os portugueses fossem estúpidos. Só se é estúpido uma vez na vida e os portugueses já tiveram a sua dose de estupidez quando o elegeram para primeiro-ministro. O gang da CREL?! O homem tá completamente louco. Só espero é que o Durão não leia isto e se lembre de pegar na do gang do multibanco.

quarta-feira, 24 de março de 2004

Manifesto Anti-Coelho da Páscoa

Olha lá meu “felpudinho”, tu julgas que enganas alguém com esse casaquinho de peles, pois bem, estás muito enganado ò drag queen saltitante. Em primeiro lugar, quem te manda a ti fazeres-te passa por galinha alucinada a pores ovos ás cores, compreendo que seja só para ser mais feliz a Páscoa, no entanto vai-te mas é curar porque esses olhinhos vermelhos não enganam ninguém, ó drogadito. Deves andar metido na papa para conseguires pôr ovos ás pintas, ou então és enrrabado constantemente pelo Serginho e por isso cagas ovitos com essa cores todas. É o seguinte, a Páscoa é de Jesus, o homem já foi crucificado, não o vamos obrigar também a pôr ovos como tu, por isso baza lá e deixa-te de fitas, como o outro gordo de vermelho que mais parece o Carlos Castro montado nos seguranças de uma discoteca qualquer. Jesus não põe ovos. Tu não passas de um porta-chaves chinês, um amuleto e ainda mais, não passas de um gato com vison e orelhas compridas, porque sinceramente tu todo esticado já mias… Não acredito nessa tua simpatia, porque estás sempre a saltitar, cheira-me a homossexualidade seu gato com dores de estômago, sim, porque só um gato com dores de estômago é que anda assim como tu andas. Ainda mais, quem é que te disse a ti que eras engraçado, no mínimo estranho ó “felpudinho”. Sem muito mais conversa e já que pões ovos de chocolate, meu pedaço de cabrão, chupa-me a Pintarola e põe-te a andar.

sexta-feira, 12 de março de 2004

Somos todos madrilenos. Às 18 horas de hoje faz-se um minuto de silêncio. Abaixo o terrorismo. Abaixo os EUA!!

quinta-feira, 11 de março de 2004

Apresentação do Absurdo (Cristo vem cá baixo ver isto!!!)

Eliminar um gato para dar origem a um coelho que sai da cartola do mágico contra-autor da normalidade do mundo é deitar por terra a funcionalidade dos animais normalmente comestíveis. Encerrar um cão na gaiola é dar ordem de despejo ao pássaro bode expiatório dos fetiches da sua dona. Por conta e jeito morre em pretérito quase perfeito o sujeito daquela algazarra que por ciúmes do Bandarra foi menos sapateiro que este pretendendo mesmo assim saber mais do futuro que insiste em mostra-se obscuro na sua treva onde ninguém o leva por vencido ou encolhido porque o futuro estende-se e estica-se no infinito do que ainda não aconteceu e tão depressa se esqueceu por atitudes mal medidas e planos que de tão furados nada mostram que não o caos onde a ordem finalmente repousa… Principio.

terça-feira, 9 de março de 2004

De olhos arregalados para a passadeira

Cheguei cedo demais ao Atrium Saldanha. Vou ter que esperar. Tal como eu, entre as 12h30 e as 14 horas são muitas as pessoas que ficam à espera, junto à porta rotativa (que está sempre a encravar). Esperam por um amigo(a), namorada (o), familiar... E esperar à porta do Atrium é um acto cívico. É sempre mantida uma distância de segurança. É a solidariedade de quem espera. Vão olhando uns para os outros, com um ar de compreensão. De repente, a atravessar a rua vê-se alguém que esboça um sorriso na direcção da porta das 'galerias'. Ora, para mim não era, por isso olhei discretamente para ver quem era o sortudo(a) que não vai esperar mais. Cumprimentam-se e zás... menos um.
Fui passado à frente e sou olhado com ar superior, como quem diz: "já me despachei". Ainda antes de pensar sequer num nome feio, chega mais um que fica à porta. Eu continuo com os olhos arregalados para a passadeira. De cada vez que o sinal fica verde para os peões, os meus olhos procuram incessantemente... até ao próximo sinal verde. O processo repete-se. Mas chega a irritar, quando um caramelo qualquer, acabado de chegar, vê a sua companhia chegar. E eu à espera, rodeado de quem pense o mesmo.
Finalmente. Agora sei que o sorriso, por entre dezenas de pessoas na passadeira, é para mim. E prontamente digo que "acabei de chegar", "não faz mal", "nem reparei no tempo a passar". E lá vou, com ar superior, a andar devagar, com a perna arqueada e as costas direitas. Os outros, vão ter que esperar!

segunda-feira, 8 de março de 2004

Escoamento de stocks

O Dia da Mulher. Não chegava ser ridículo, como é também Internacional. 24 horas que movem televisões, jornais, rádios, sondagens, estatísticas, promoções, ofertas especiais, tudo envolto num embrulho de hipocrisia. Portugal é um dos países europeus onde as mulheres são mais maltratadas. Não direi que é prática corrente 364 dias do ano, porque um deles (o de hoje) é o Dia Internacional da Mulher! Os maridos aproveitam para oferecer os ramos que já estão feitos na florista do bairro, para comprar um coraçãozinho a dizer 'amo-te', para levar a esposa (hoje assim pomposamente chamada) a jantar a um restaurante caro. Parece um dia perfeito. Mas amanhã... regressa o dia-a-dia. Talvez aquele que esconde o que acontece em muitos lares do país. Realidades que são acumuladas até daqui a um ano, quando se celebra novamente o Dia Internacional da Mulher! Aí voltam a ser o centro das atenções e todos as defendem.
Mas tudo é promovido ao mais alto nível: Santana Lopes, Presidente da República, Primeiro-Ministro. No fundo, a promove os lobbies do consumo. O dia, que está quase a terminar será um dia feliz ou é algo que envergonha muitas mulheres? Que dirá a deputada Odete Santos deste dia? Não será apenas o escoar de stock que restou do Dia dos Namorados? O dia ideal para que as mulheres já se tenhma esquecido do que receberam no São Valentim, e a salvação dos pequenos/médios/grandes empresários que não querem guardar mercadoria para o próximo ano. Mas, e para aligeirar mais a coisa, o dia do Homem começa amanhã e interrompe novamente no próximo dia 7 de Março. Não adianta dizer o contrário. A não ser que tenham ficado ainda muitos corações e pelúcias por vender...

Folhetos distribuídos pelo aborto (do padre)

Nos últimos dias veio a público que uma organização cívica de apoio à grávida, dirigida pelo padre Jerónimo Gomes, está a distribuir milhares de folhetos chocantes sobre o aborto em várias escolas portuguesas sem conhecimento dos pais das crianças. Nos folhetos pode ler-se "a criança vai sendo torturada, desmembrada, desarticulada, esmagada e destruída pelos insensíveis instrumentos de aço do abortista". Grave, muito grave. Mas, enquanto o Ministério da Educãção promete fazer a Ventoinha chegou à fala com um dos miúdos que foi confrontado com o chocante folheto. Chamemos-lhe R.

Ventoinha: Ficaste chocado com o que viste no folheto?
R: Não
Ventoinha: Mas as imagens estão a levantar muita polémica...
R: Não sei porquê...
Ventoinha: O que achas do aborto?
R: Acho que deve ser um direito da mulher.
Ventoinha: Mesmo depois de veres as imagens?
R: Especialmente depois de ver a imagem... daquele padre. Por haver muita gente a pensar assim, é que ele existe... Há abortos que deviam ser obrigatórios...

Gigi Florin, a moedeira portuguesa

Uma notícia muito interessante foi este fim-de-semana publicada na Grande Reportagem. Um romeno chamado Gigi Florin, que gostava muito do seu copito de vinho, decidiu fazer uma aposta com um francês. No bar da cidade disputaram o título de quem seria capaz de engolir mais moedas (!!?). "Quando já tinha 120 no estômago, o romeno desmaiou e foi levado para o hospital. Depois de um intervenção cirúrgica, conseguiu sobreviver, ao contrário do francês, que veio a morrer, semanas mais tarde". Gigi Florin terá então ficado com as moedas que o francês tinha já ingerido. E, pelo que se sabe, esta aposta é prática corrente do romeno Gigi. Ao que a Ventoinha apurou, Gigi é afinal uma mulher (!) A Ventoinha apurou também que Gigi não é mais que o correspondente a Manuela em romeno. E Florin é uma conhecida marca de leite no mesmo país...

domingo, 7 de março de 2004

100 metros justiça

Ora, agarrando num jornal de algumas semanas, recordei um belo momento da televisão nacional e da cassete pirata. João Vale e Azevedo (ou Vale de Azevedo, ou ainda Val Dazevedo, como é conhecido) foi solto depois de ter organizado toda a bilbioteca da prisão, edado novo ânimo a um jornal interno. Um amor dentro do estabelecimento prisional (não confundir com as prisões). E, em directo para todo o mundo, através da NTV, o conhecido advogado saiu. A uns bons metros, e com zooms ladrões, as câmaras mostraram a sua careca. Mas, logo de seguida, dois indivíduos aproximam-se do ex-presidente do Benfica, e prendem-no novamente. Houve quem contasse 45 segundos, 1 minuto, alguns minutos, poucos minutos. No máximo terá sido um minuto e 27 segundos. Qual prova de velocidade nos jogos olímpicos. Ora, por tudo isto, resta-me perguntar:

- Quem tem coragem de dizer que a justiça portuguesa é lenta?

sexta-feira, 5 de março de 2004

As falsas despesas de manutenção

Frequentemente, o banco chega às nossas economias e tira-nos dinheiro para uma coisa que chamaram de “despesas de manutenção”. Isto faz alguma confusão porque, se pensarmos bem, os tipos não têm despesas nenhumas de manutenção. Já nem vou falar no facto de não conseguirem manter rigorosamente nada. Porque verdade, verdadinha, o mês vai passando e o dinheiro não se vai mantendo, vai fugindo. Mas pronto... nem vou por aí. A questão é que o banco nunca pode ter despesas de manutenção quando somos nós, clientes, que fazemos tudo. Uma pessoa tem que se levantar cedo, aguentar minutos desesperantes nas filas, contar o dinheiro, preencher papeladas, tirar a carteira para confirmar o número da conta porque não nos lembramos, explicar no guichet aquilo que queremos. Do outro lado está uma senhora de lenço ao pescoço ou um senhor com o pescoço na gravata que estende a mão, digita três palavras no computador e faz “Enter”. Até à próxima. E já está. A que despesas de manutenção é que eles se referem? As nossas contas nunca precisam de pneus novos, nem de luzes novas, não precisam de fascinas nem de lubrificantes...As nossas contas não precisam de manutenção. Metam isso na cabeça de uma vez por todas. E vamos unir-nos num movimento único de protesto a favor do fim das despesas de manutenção. Disse.

P.S. – O movimento já tem três membros. Eu o meu pai e a minha mãe. Os bancos que se acautelem.

Trânsito parado na auto-estrada

Atrasado, pela auto-estrada fora, trânsito parado. Algo completamente rotineiro, tal como o que escrevo a seguir. Ora, a auto-estrada tem três filas. Venho desde há vários quilómetros na faixa da esquerda e está tudo parado. A do meio está a andar melhor, por isso faço pisca, oiço uma buzinadela mas encaixo-me. Mas, o trânsito pára nesse exacto momento. A fila da esquerda começa a andar. Depois é a vez da via da direita, para onde passo prontamente. Poucos metros à frente, o "inesperdao". Pára também. A do meio continua a andar e a da esquerda ainda não parou desde que saí de lá. Vou novamente para a faixa do meio para prontamente regressar à da esquerda (de onde nunca devia ter saído). E paro!!! Nem se mexe... estou parado na fila da esquerda... e as outras estão a andar...

quinta-feira, 4 de março de 2004

Não baixar os braços

Ainda gostava de perceber por que continuam a insistir nas entrevistas aos jogadores após os jogos de futebol. Não entendo. Ora, alguns (poucos) fartam-se de correr 90 minutos (se lhe subtrairmos o tempo perdido, ficam uns 35) e vêm todos transpirados (Córroreeeee!). Ora, se numa situação normal a sua oralidade é uma bênção aos nossos ouvidos, no final de um jogo é o que se sabe. "Lutámos [termo mais que certo, por vezes], mas não tivémos sorte"; "O resultado foi injusto, merecíamos ter ganho"; "Foi um bom jogo de futebol"; "Perdemos mas não vamos baixar os braços (muito gosto eu desta)"; "Temos que olhar para a frente". Isto já para não falar dos impropérios que dirigem, quase sempre quando perdem, ao árbitro. E depois, nas transmissões televisivas ficam muito chocados quando não aparece nenhum jogador (normalmente também quando perdem). Deviam agradecer!!! O que se pode esperar dali? Mas continuam a insistir... e depois multam os treinadores, quando não vão à mini-entrevista. Aquela onde as estações de televisão ganham dinheiro com toda a publicidade cravada num placard. Mesmo quando não vão, o repórter tem que aguentar pelo menos um minuto, para que tenhamos tempo de ler todos os patrocinadores. E, por isso.... continuam a insistir... só me resta "não baixar os braços"...

Ventoinha passa para velocidade 2

Quero aqui pedir desculpa pela inactividade da ventoinha. Este facto deveu-se apenas a problemas técnicos que não tivémos (!!??!) Porém, acabei de passar a ventoinha para a velocidade 2, o que é obra. E, para o provar, consegui adicionar uma área de comentários. Está pronto a ser inaugurado.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

É bonito de se ver!!!

O que eu gosto mais no Carnaval português é não ter de gastar dinheiro numa viagem ao Brasil para assistir aos grandes desfiles carnavalescos. A maioria das localidades do país decidiu de uma vez por todas deixar os cabeçudos e as matrafonas de lado, para abraçar de corpo e alma o fio dental, as mamocas a saltar, os instrumentos do samba e as canções a falar do Durão com sotaque brasileiro.
Em Torres Vedras, por exemplo, até pedra caiu dos céus, mas as folionas lá se aguentaram, a tiritar de frio e com as bochecas do rabo todas vermelhas da má circulação, até ao final do corso. Na Mealhada, em Ovar, ou em Loulé, continua a haver matrafonas, mas não as que fazem parte da tradição do Carnaval português. Estas matrafonas de que falo, são mulheres de todas as idades que, inexplicavelmente, saem à rua com biquinis malucos e plumas na cabeça. Não faltam barrigas salientes, muita celulite e uma forma de sambar que mais faz lembrar o fandango. Os sotiens bem brilhantes, inspirados numa qualquer tribo de Paraguaçu, nunca são suficientemente grandes para acolher tanto peito. A meio do desfile é vê-las a passar com as meias de rede já rotas, a coxear do pé esquerdo porque os ensaios de samba nunca foram feitos com os saltos que levam para os corsos, e com as mãos agrradas à cabeça para impedir desesperademente que o pesado capacete de plumas que levam no cocoruto não se estatele no chão. A juntar a estas tristes figuras, ficam de cama nos três dias seguintes ao Carnaval devido ao frio e à chuva que apanharam no fio dental. Voltem cabeçudos e matrafonas, estão perdoados. São Pedro continua a dar recados, mas parece que ninguém entende!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

A homenagem possível...

Como dizer que sinto muito… gostava de expressar a minha raiva contra a Ceifeira que teima em levar para o seu mundo aqueles que julgamos ser os Bons… quantas vezes não ouvi dizer da boca dos mais velhos “ a morte só leva os bons, os maus ficam cá todos”, não posso chegar a tanto, pois não conhecia tão bem assim o malogrado jogador Miklos Feher, e por este motivo ficam de lado os juízos de carácter e entram em cena os possíveis lamentos, que nunca são suficientes quando se assiste a uma tragédia destas. Não choro a sua morte, no entanto, solto pequenos suspiros, de indignação, de interrogação e principalmente de tristeza. Os suspiros de indignação porque a própria vida prega rasteiras que, a nós os vivos, nos surpreendem, rasteiras que nos deixam indignados, enfim, rasteiras que nos jogam no abismo da morte, numa queda final… dada a situação, pela sua profissão poderá até dizer-se, em jeito de piada possível nestas alturas, que “a morte entrou a pés juntos”, e pôs em riste a sua alma… sinal de respeito perante o fim… suspiros de interrogação, porque me surge o inevitável “Porquê?”, "Por que motivo?", interrogações, nascentes de onde brota o rio dos argumentos… as especulações são afluentes… mais do que procurar a causa da morte, reflectir sobre a nossa própria vida, os momentos (obrigado Cláudio!) coleccionem-nos, se for possível, multipliquem-nos. As mais sinceras e sentidas condolências… Até à Eternidade Miklos Feher…

Momento(s) de luto

Em certos momentos somos obrigados a reflectir. Há acontecimentos que nos marcam sobremaneira. Mesmo, por vezes, com uma dor sem lágrimas, toca-nos. Profundamente. Mesmo sem o contacto directo com a situação. Mas o contacto em directo tem um efeito exacerbador da partida, do adeus. São momentos tão raros como profundos. Tão rápidos como dolorosos. Há coisa que nos fazem pensar no que são afinal os anos, os meses, os dias, os minutos. Por isso, as garantias que temos são guardar tudo em momentos. Meros momentos. Vividos com a fragilidade que a vida nos traz. Foi num momento fulminante que Miklos Fehér desapareceu, aos 24 anos. Um só momento, tão frágil, tão rápido e tão intenso. Uma pequena homenagem de pesar ao homem, infelizmente morto em directo na Tv. Condolências e pesar.

sábado, 24 de janeiro de 2004

Tem cartão dominó?

Apesar das mil e uma vezes em que já fiz compras no Pingo Doce lá perto de casa – desculpem não ser mais precisa, mas a fama tem destas coisas – a desgraçada ou o desgraçado que está na caixa teima em perguntar-me se tenho cartão dominó.
O momento de pagar as compras já se transformou até numa vivência pura de angústia, por não ter o tal mal fadado cartão dominó. Já experimentei dizer logo um “Não”, antes sequer de dizer boa tarde, mas é escusado. “Tem cartão dominó?”. E lá volto a dizer, agora mais baixo, que “Não”, enquanto um velhote sorridente atrás de mim vai abanando orgulhosamente o porta chaves onde está pendurado o irritante cartão. Como se ali os possuidores da chapinha fossem os reis e os outros uma cambada de marginais. Só o nome faz confusão. Dominó! Quem se terá lembrado de um nome tão estúpido para uma acção de descontos? Já estou a ver a discussão à volta de uma grande mesa, onde estão presentes os maiores cabeçolas do grupo. “Opá eu acho que Mikado pegava melhor”. Enquanto outro a barafustar, o vencedor, “Isso não tem jeito nenhum. Era a mesma coisa que termos um cartão de desconto chamado Batalha Naval. Ficamos com Dominó”. Reunião terminada.
E coitados agora dos funcionários das caixas do Pingo Doce a repetirem por horas e horas seguidas a estúpida pergunta “tem cartão dominó?”. Aliás, já são muitos os que balbuciam qualquer coisa como “em artão minó?. De tantas vezes fazerem a pergunta. Isto é desgastante!
Conta-se que há uma moça, a Sandra, que não aguentou. Está de baixa por tempo indeterminado. Largava o Pingo. Chegava a casa e o marido logo a seguir. O querido para ela. “Então Sandocas, correu-te bem o dia?”. E ela já sem dar conta a responder-lhe “Tem cartão dominó? Correu, tou cansadita”. E cada resposta, cada conversa, cada reza, não conseguia ser expressada sem a pergunta matemática. Está de baixa. As vizinhas dizem que se fecha em casa a comer iogurtes magros e a inventar paciências. Não com cartas, mas com peças de dominó.

terça-feira, 20 de janeiro de 2004

À rectaguarda e daqui para a frente

Olá! Primeiro deixem-me cumprimentar as três novas pessoas que passaram a visitar a página quando souberam que eu ia meter aqui uma colherada. A saber: olá mãe, olá pai, olá D. Carminda (a senhora da papelaria lá ao lado da minha casa que se apaixonou pela Internet quando descobriu que tinha todas as receitas de culinária do mundo).
Depois, quero dedicar esta minha participação a todos os atletas, amadores e de alta competição, que conseguem realizar mortais encarpados à rectaguarda.
Finalmente, dizer que vou tentar aproveitar este espaço da melhor maneira. Daqui para a frente vou dar asas à minha expressão, vou sugerir-me (tal qual Carrilho afunilado para a Câmara de Lisboa), vou acender as luzes, vou para a frente. Porque isto de estar sempre a dar mortais à rectaguarda é muito bonito, mas se não se conseguir andar para a frente...ai, ai!
Bom, e se calhar ficava por aqui. A minha mãe diz que sim. Que assim está muito bonito, filha. Ainda bem. Confesso que fiquei um pouco nervosa quando comecei a escrever, mas caramba...se o Carlos Castro se farta de escrever porque é que eu não posso fazê-lo?

segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

Mais uma lufada de ar fresco... agora a escrita acrobática

Pois é, consegui juntar mais um grupo de três pessoas a visitar a Ventoinha. Uma vitória. E, mais uma vez, a aquisição é de peso. Um toque mais feminino da Ventoinha, que já fazia falta. Mas não só um toque feminino, como um toque acrobático.

A aquisição de Inverno dá pelo nome de Ana Oliveira. Uma escrita ímpar. Por vezes cantada. Mortais encarpados à rectaguarda nos textos é o que todos os leitores podem esperar. Acrobacias de uma escrita limpa e objectiva, com aquele sentido de humor que se quer.

domingo, 18 de janeiro de 2004

Publicidade enganosa?

Confesso que não sou de me deixar influenciar muito pelos anúncios na televisão. Mas recentemente surgiu um que me fez pensar. Com a repetição vezes sem conta cheguei mesmo a fazer algumas introspecções. Uma coisa que para mim era banal deixou de o ser. Até então não via prazer nenhum em lavar a cabeça. Ora um shampoo (champô em português) que nos faz gemer é algo inquietante. Os gemidos, levados ao extremo, numa casa-de-banho de um avião, fazem pensar. Nota-se ali um certo exagero, mas na proporção certa para suscitar curiosidade. Sem querer baralhar apenas duas considerações rápidas:

- apresentem-me aviões que tenham casas-de-banho com espaço para lavar a cabeça.
- alguma casa-de-banho tem intercomunciador?

Continuando. Por acaso (ou talvez não) estava eu a tomar banho quando me deparei com uma embalagem de Herbal Essences. Esse mesmo! Nem pensei duas vezes. Experimentei. Desilusão total. Lavar a cabeça voltou a ser uma coisa sem qualquer prazer orgásmico. Até usei mais quantidade de champô do que o nornal..... e nada! Nem um simples e contido gemido. Nada, rigorosamente nada. Mesmo assim, ainda me perguntei no fim:

- Será a falta de um intercomunicador?
- Será que é só para mulheres?
- Ou só funciona nos aviões?

Sem respostas, apenas cheguei à conslusão que é certamente o champô da Júlia Pinheiro. Eu, nem um gemido!

terça-feira, 13 de janeiro de 2004

O lado negro dos provérbios populares

Quem se lembrou de dizer que “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”, devia ser excomungado da memória popular… Não é que o ditado esteja fora de moda, ou que a sua aplicação possa interferir com alguns dos senhores do poder do nosso, tão amado, país de brandos costumes, diga-se aliás que, se decidíssemos todos roubar o Governo, seríamos perdoados para sempre. Mas não é disto que quero falar, a situação do país, julgo eu, já se basta a si mesma, “o pior cego é aquele que não quer ver”, lá está mais um ditado. O real problema do ditado é a absolvição da consciência criminosa, pelo facto de estar a fazer justiça por si, sendo criminoso, julgando que a ambivalência de papéis lhe entrega o perdão. Ao que me quero referir é ao facto do Sr. Carlos Silvino, o “Bibi”, como gosta de ser chamado pelos comparsas do fetiche, querer apresentar uma queixa-crime contra o Sr. Adelino Granja, o mal não está no facto de apresentar queixa, o mal está em quem a apresenta, não espere o Sr. “Bibi” que a tradição do ditado popular o absolva. Nem por sombras! Não que ele esteja a roubar alguém, porém, criminoso como ele é, ou bode expiatório de uma laranja podre (vá-se lá entender o que calcorreia a minha iletrada mente!), diga-se que o ditado não se desvirtua totalmente do seu sentido, basta mudar para “criminoso que culpa criminoso tem cem anos de perdão” mata-se a rima, no entanto dá-se um sentido actual ao ditado cujo lado negro, ou seja, a sua real aplicação (não dizemos ditados só por dizer, apesar de ser bonito de vez em vez), acaba por apanhar na calha aqueles que ainda julgam que “à noite todos os advogados são parvos”… Ups! Desculpem, “à noite todos os gatos são pardos”. Ai os provérbios!!