terça-feira, 31 de maio de 2005

O que o Baywatch tem que nós não temos

Está aberta a época balnear. As praias estão vigiadas, há cada vez mais tipos de bóias diferentes, de pranchas e de cintas cervicais. Há cada vez mais motas de água e até há uns jipes amarelos e azuis, pomposamente chamados de Seamaster. Isto coincide com a 49ª repetição da série Baywatch, às quatro da manhã, na TVI (este não é um facto confirmado, mas mesmo que não seja verdade, podia ser). No próximo ano, talvez as nossas praias tenham também as torres de controlo para substituir uns míseros postes com uma bóia, agora que a bola da Nívea já se foi. Mas, mesmo com tudo isto, os responsáveis do Institudo de Socorros a Náufragos - o tal do "há mar e mar, há ir e voltar" - continuam a dizer que os banhistas não ligam nenhuma ao que os nadadores-salvadores dizem. As mulheres são mais conscientes e o problema são mesmo os homens. Aconselho os responsáveis do ISN a verem bem o que o Baywatch tem que nós não temos. Algo que faria com os homens não entrassem sequer na água, quanto mais que se afogassem ou que ignorassem a bandeira vermelha. De 5500 nadadores-salvadores licenciados há, mais ou menos, duas mulheres?????????

Se eu o apanho...

Ainda gostava de saber quem foi o leviano que inventou a Feira do Livro. Eu sei que não é difícil e, na verdade, eu não quero saber quem ele é, de facto. O que eu quero é dizer muito mal dele porque começou, há 75 anos, a construir a minha ruína financeira. E agradeço que não me digam sequer o seu nome, ou lá se vai o bode expiatório da minha culpa pelas dezenas (para não assustar) de livros que comprei. E, pior, o sr não só se lembrou de criar aquele antro de perdição como ainda decidiu prolongá-lo por vários dias, tipo semanas. Desde que saí de lá sem mãos para carregar mais sacos que não tenho coragem para dizer que sim quando o multibanco me pergunta se quero receber talão. Ai se eu o apanho...

sexta-feira, 27 de maio de 2005

Socialistas: são uns para os outros.

Na semana em que Vitor Constâncio anuncia o défice escandaloso, Sócrates engasga-se com as promessas eleitorais e precisa de beber muita aguinha de rosas para não esquecer o dogma e mesmo assim manter a flexibilidade de um gato político. Como é que um primeiro-ministro socialista dá uma noticia destas a um povo, nem com sais de fruto. A azia política pode ser amenizada, daí o título apontar para o facto de os socialistas serem uns para os outros. Num esforço enorme, para chamar a atenção, vou tentar dizer algo que faça sentido, já que comecei tenho de acabar: então o Guterres é o alto-comissário para os refugiados? Isto até parece panelinha com o actual executivo. Cá, neste jardim à beira mar plantado, que, cada vez mais, é pago como uma visita ao Oceanário – as espécies raras vêm incluídas – o I.V.A. aumenta, uma nuance socialista, um bom défice à boa casa torna. O P.S.D. não aguentou a pastilha e foi escarnecido. Já Sócrates, o Messias do Largo do Rato, pensava que era tudo sopinhas de leite, isto estava bem pior, a factura era bem mais cara que um fato Armani. Mas estou-me a desviar do assunto. A partir de agora vai haver, tememos, cada vez mais fuga ao fisco. Uma vez que Guterres é o alto-comissário para os refugiados, parece-me que a situação está bem encaminhada. Os renegados de uma economia em quase bancarrota têm de ir bater à porta daquele que em tempos também foi refugiado. Guterres percebe melhor de refugiados do que ninguém. Para além dos que fogem cá dentro há os que nem cá dentro se conseguem dar bem, então, toca a fazer as malinhas, pegue-se na trouxa e no farnel, a economia tem os dias contados. Se já houveram dois políticos que abandonaram o barco, por tacho ou por outro motivo, então a culpa não é da má gestão, porque essa não cria refugiados. A culpa é do sistema!

terça-feira, 24 de maio de 2005

Última hora

Consta pelos corredores da Câmara de Lisboa que a única forma que Santana Lopes encontrou para não dar os parabéns ao Benfica pela vitória no campeonato foi inventar uma operação a uma hérnia. Parece é que ninguém sabe qual o hospital onde ocorreu a intervenção cirúrgica. Mas o próprio Carmona faz questão de confirmar a operação e de desejar uma lenta recuperação em casa, até Outubro!

Venha a Taça

Ainda no calor dos festejos encarnados, guardados há 11 anos, algumas considerações.

- Diz-se por aí que o Benfica foi o pior campeão de sempre, se vistas as estatísticas, o que levanta a imaediatamente a pergunta: Onde andaram o FCP e o Sporte? Quererá isto dizer que a equipa que praticou o melhor futebol foi ainda pior que o pior campeão de sempre?

- Esta foi uma vitória também especial, não só por a festa ter sido feita no Porto, depois de derrotar o Sporte, que segundo Peseiro, é Forte, como não deixámos o FC Porto ser campeão, como derrotámos 98% dos sportinguistas que, na última jornada do campeonato, se tornaram tripeiros desde pequenos. A todos eles obrigado por incharem a nossa vitória.

Enfim... ninguém pára o Benfica!

sábado, 14 de maio de 2005

Pastorinhos’ Cup, o vencedor.

Já terminou a edição deste ano da Pastorinho’s Cup. O vencedor desta edição foi camisola púrpura nas três etapas e venceu o contra relógio de joelhos com um avanço incrível sobre os outros peregrinos, estamos a falar, claro está, de José Joanetes. Filho de pais separados, juntou-os de novo com as técnicas de cirurgia que aprendeu na Faculdade de Medicina. Desde muito cedo quis vencer a prova, mas só aos dez anos começou a andar de joelhos, graças a uma prova no Parque Eduardo VII que lhe deu o empurrãozinho. Passou a maior parte da sua vida a fugir à polícia, mas em troca de favores acabou numa prisão de luxo. Na opinião dos comentadores, foi um justo vencedor. A opinião do júri foi unânime, trata-se de um homem com muito talento e muito bom na marcha. Bento XVI ficou emocionadíssimo prometendo canonizar Joanetes pelo Santo Martírio de Andar Calçado. José não conteve a alegria e peidou-se, fazendo Bento corar e sorrir. O nosso vencedor leva assim, para casa, um rim de cera, um coração talhado em parafina, um Cd autografado do Roberto Leal, uma edição especial das Sagradas Escrituras, que contêm em anexo o Código do Sobreiro, e uma estadia no Paraíso, um empreendimento turístico que veio à existência por obra e graça do Espírito Santo.

Pastorinho’s Cup, a gincana final.

Este ano a Pastorinho´s Cup funcionará de forma diferente no último quilómetro, será organizada uma gincana entre os primeiros dez que cheguem à tenda médica em pior estado. Em vez de andarem de joelhos, às cambalhotas, a rebolar, aos saltinhos, a organização lembrou-se de criar uma série de pequenas provas que testam a fé, bem como a paciência e destreza dos peregrinos. Desta feita, para ir da entrada do Santuário até à Capelinha das Aparições, os peregrinos terão de fazer uma corrida de sacos, fabricados com o mesmo tecido das vestes do hábito da irmã Lúcia, terão também de fazer uma corrida com uns pés atados, com cordões de ouro de vinte quilates e meio, sendo os outros três quilates e meio para despesas da organização, e, por fim, com as mãos atadas a um pau em forma de cruz e com a cabeça enfiada numa pia baptismal cheia de farinha, terão de encontrar pequenos papelinhos onde vêm os milagres a serem operados. Cada peregrino tem direito a três milagres, uma vez que o Santuário, como toda a instituição que se preze, abre às oito e fecha às cinco, não dando tempo, estatisticamente falando, para operar mais de três milagres.

quinta-feira, 12 de maio de 2005

Espírito Santo e Nossa Senhora

Aos pastorinhos apareceu Nossa Senhora, a afamada mãe de Jesus. Ao CDS/PP apareceu o Espírito Santo, ambos os acontecimentos merecem destaque na História de Portugal. Mas, na verdade, eu não estou aqui para falar disto, estou aqui para louvar a intervenção do Espírito Santo na flora portuguesa, e para explicar uma ou outra receita de bacalhau. Ora o Espírito Santo e o sobreiro são muito conhecidos porque muita gente neles descansa, num descansa a alma e noutro descansa o corpo. Nesta dicotomia Espírito Santo/sobreiro é importante ressalvar a utilidade pública que advém de uma ligação entre estes dois, é inegável que o peregrino ribatejano faça uso de um empreendimento turístico – eu já nem sei do que estou a falar! Para dar sinais de alguma sanidade toca a falar do Bacalhau à Espiritual: prato muito apreciado pela irmã Lúcia, distingue-se pelo requinte com que mistura num só prato o sabor da cenoura com o da batata; sendo o bacalhau muito escasso, talvez por isso Bacalhau à Espiritual, fica lá a alma do bacalhau mas corpo nem por isso, é só o gostinho, para disfarçar. Nesta altura, que já estou quase a acabar, é que é de falar da Nossa Senhora: é muito bonita, mas veste-se muito mal! Já está!

Pastorinho´s Cup: Noticias…


Na quarta etapa, D. Deolinda, habitual nestas andanças, lançou-se num sprint bem medido até ao café mais próximo onde encontrou a D. Vitória, esta última a beber uma garrafita de Isostar, D. Deolinda ficou-se pelo Energy. Ambas estavam eufóricas, já são quase padroeiras da terra de onde vêm, Moimenta da Beira. A corrida de fundo tornou-se aleivosa com a presença de um tal de Judas, que mora numa freguesia ali para os lados da Guarda, pois o “…safardana…”, palavras de Deolinda, pôs-se numa bicicleta a pedal e andou cerca de 30 km sem pôr pé no chão, terminando a pérfida e censurável atitude com um beijo na cara de Joaquim Jesus, este último habitante do Mogadouro. Nisto veio um batalhão a representar uma conhecida marca de sandálias, a Hebreu’s, e pôs-se tudo a dar pancada no Sr. Jesus, que não fez mal a ninguém, a não ser o facto de ter flutuado uns quilómetros e ter andado sobre o Mondego. D. Deolinda e D. Vitória lançaram-se como gatos a bofes ao pescoço de Judas, morrendo este enforcado numa árvore ali para os lados de Fátima. D. Deolinda, que calça uns Nike Pilgrim e D. Vitória, que calça uns Adidas Faith, assinaram hoje contratos milionários com as respectivas marcas, sendo estes válidos até 2010.

Pastorinho’s Cup

No passado dia 5 de Maio deu-se o início de mais uma Pastorinho’s Cup em várias localidades do país. A habitual prova de marcha tem como fundamento a fé dos pedestres – carro e fé não combinam. Bento XVI, Presidente do Júri, entregará um rim de cera e um coração talhado em parafina ao vencedor desta edição. Este ano temos, D. Deolinda e D. Vitória, representantes de Moimenta da Beira, presenças habituais. Manuel Judas e Joaquim Jesus, um da Guarda e outro do Mogadouro, também se juntaram à corrida da fé. A corrida começou sem muitos problemas, tirando o etíope que pensava que aquilo era mais uma maratona e um muçulmano que disse mais tarde, “Por Alá, enganei-me na peregrinação!” correu tudo bem. No começo da Pastorinho’s Cup tivemos fogo de artifício e aparições do Carlos Lopes em pelota, e, como não podia deixar de ser, a beatificação de Rosa Mota, padroeira dos peregrinos. A reportagem fica a cargo de Mel Gibson, que já encomendou mais uma ilha para comprar com a venda dos DVD’S.

domingo, 1 de maio de 2005

FHM, a revista da fruta?!

A revista já saiu há umas belas semanas, mas só agora é que se me veio uma vontade de falar na fruta. Bem, ia eu na rua, ali para as bandas do Mercado da Ribeira, vi uma laranja a passar e disse para mim, “Mas que belos gomos… dava-te uma que não tinha mais gripes”, na minha inocência pensei em comprar essa revista que diz que gostar de fruta é de homem. Eu gosto muito de fruta, comprei a revista. Pensando eu que ia ver poster de bananas descascadas e de outras frutas com caroço, eis que me aparece grelo. Por favor! Mas até onde é capaz de ir este tipo de publicidade que se farta de enganar o consumidor!? Eu estava à espera de ver a Anona Ryder, e as Bananarama em poses sexuais e aparece-me um artigo sobre marisco, a falar sobre amêijoa menina e berbigão cabeludo, tenham pena de mim. Já chega! Estou farto, aliás, mais do que farto, de aturar este tipo de publicidade. Onde é que anda a fruta? E eu que gosto tanto de maçãs e mostram-me aquelas pescadinhas de rabo na boca, tenham dó!