quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Reflexão Ventoinha: A dimensão ontológica ou Discurso sobre o Ser do Esquizotuga – Continuação e Conclusão.

Após termos aplicado, a situações reais, os dois primeiros conceitos fundamentais da ontologia do Esquizotuga, é forçoso que nos debrucemos sobre os restantes conceitos, a saber: o Imediatismo e a Idade dos Porquês/Cegueira.
Consideremos, em primeiro lugar, a possibilidade de estarmos completamente errados; por muito remota que esteja essa possibilidade.
Esquizotuga é um ser vivo ou sobrevivente?
Aquele que não rapa o tacho está no caminho para ter um ou já o tem. Isto não constitui motivo para explanação, é apenas um juízo preconceituoso e alarve. Maldita consciência.
Para uma ontologia do Esquizotuga é necessário entender o conjunto dos conceitos. Os dois últimos, Imediatismo e Idade dos Porquês, terminam uma explicação que pretende vingar no seio do frugal academismo de uma mesa de café. Aquilo que nasce opinião teima em querer ser tese.
Por Imediatismo pode entender-se Tesão do Mijo. A Idade dos Porquês mantém o seu sentido, acoplada, claro está, à Cegueira inerente ao estado (da pessoa que pergunta e não da instituição). Porque, note-se, quem pergunta não é ignorante. Louvado seja Sócrates! (ou não).
O Imediatismo, ou Tesão do Mijo, conforme o leitor, estende-se a todos os estratos da sociedade. Desde aquele que morre à fome mas insiste em comprar o último modelo da Nokia até aos sucessivos governos que querem ter tudo (tendo finança para nada) e que geralmente se evidenciam por uma certa megalomania. O Dom João V já morreu há tanto tempo! Como quem diz ou introduz um novo ditado popular: o Imediatismo faz o Visa; e mais não digo sobre isto.
Quanto à Cegueira, a essa Idade dos Porquês, não é má de todo, porque é importante perguntar e, quem é cego quer ver. No entanto, o caso de Esquizotuga é preocupante, a meu ver, porque é tendencialmente inclinado para a Cegueira. Esquizotuga é o espírito democrata que não tem voto na matéria. Esquizotuga é o bastião da desinformação. Esquizotuga sabe que as coisas se constroem, mas não sabe por alma de quem é que se constroem. Esquizotuga gosta de pão e de circo. Esquizotuga sabe tanto de um Orçamento de Estado como eu sei falar suomi. Esquizotuga é o ser altruísta por excelência. Gosta mais de montras do que gosta de si.
Concluindo esta reflexão Ventoinha, que versa sobre a ontologia do Esquizotuga, resta-me dizer que Esquizotuga é, na mais profunda raiz do seu ser, simplesmente assim.

P.S. – Alienado és tu, pá!
(este pá é em nome da democracia)