“A TVI mostra-lhe uma forma de poupar água. Em vez de gastar litros e litros de água na lavagem do seu carro, há empresas que nos deixam o carro num brinco, apenas com 5 litros de água”.
Foi assim que Manuela Moura Guedes lançou a reportagem que fechou o Jornal Nacional, ao fim de 45 minutos a falar de assaltos nas mais recônditas localidades do país. Zé João não perdeu tempo e cumpriu a vontade MMG. No dia seguinte levantou-se, como de costume, às 7h30, tomou o copo de leite com café e uma talhada de toucinho branco com uma côdea de pão. Antes de se dirigir à lavagem mais próxima – Zé João não conseguia nem por nada atinar com o nome, agora que finalmente conseguiu ultrapassar a mania de chamar Líder ao LIDL – decidiu passar pelo supermercado, já que o produto do dia era um pack de limpeza para o carro. Assim o anunciava a Dica da Semana. Depois foi um tirinho até ao Prontoxe (Prontowash).
Mesmo assim, com a fila que estava na caixa do LIDL já não conseguiu ser o primeiro, como tanto gosta. Já tinha dois carros à sua frente. Mas ao menos não têm o pack de limpeza quase oferecido, pensou Zé João. Enquanto esperava foi observando como decorria a lavagem. Muitas latas, escovas, mas pouca água intrigavam o transmontano de nascença. Foi então que um ucraniano lhe pediu para chegar o carro à frente. Zé João ficou com medo, até porque não percebeu uma palavra do que o homem de fato-macaco lhe disse. Além disso era um bocado desconfiado em relação à malta de Leste, porque vários problemas que aconteceram em Sassoeiros foram causados por eles, segundo MMG. Mas a verdade é que o franchising ainda era recente e o ucraniano ainda mal articulava duas palavras seguidas.
Zé João estava completamente sem saber o que fazer, mas como tinha já três carros atrás de si, decidiu avançar. A lavagem começou com muitos produtos e umas meras esguichadelas de água, o que lhe fazia uma tremenda confusão. Zé João colocou, pela segunda vez, um semblante de arrependimento quando viu o ucraniano a esfregar a chapa do seu 206 quase a seco. Bastava uma pequena poeira para riscar, refilava com ele próprio. Agora já estava e Zé João era envergonhado demais para perguntar o que quer que fosse. A lavagem demorou cerca de meia hora e, de facto, o carro estava brilhante, o que obrigou a um sorriso interior de Zé João na direcção de Queluz, com destino a MMG. Nem os 10 euros que pagou o desanimaram. Ainda assim, prometeu ao segundo botão da sua camisa que não voltaria, porque lavar o carro sem água era uma modernice da qual desconfiava.
No caminho de regresso a casa, Zé João seguiu pela Estrada Nacional para não se aventurar em velocidades, mas já perto da rotunda de Sassoeiros, uma máquina da Junta de Freguesia jorrava água de forma diluviana. Tratava-se de uma operação de limpeza depois de um camião ter derramado areia na estrada. O resultado foi uma considerável camada de pó em cima do ex-brilhante 206. Zé João ficou enfurecido por dentro, mas não soltou um único som ou gesto para descarregar a ira. Mal chegou a casa, depois de um rápido olá entre dentes à sua Francisca, agarrou num balde e numa camurça e passou duas horas a lavar o carro. Foi uma óptima terapia, mas Zé João já tomou a sua decisão e não vai votar no actual presidente da Junta, que se recandidata a mais um mandato, depois do que este lhe fez ao carro!
3 comentários:
Adoro o Zé João!!!!
Ele que volte depressa!!!!!
Está muito bom! Achei piada a MMG com as suas certezas absolutas!
Depois do Cristo, vem o Zé João...
Continua a rodar ventoinha!!!
;-)
eheheheheheheh. A culpa é sempre de quem governa. eheheheheheh. Em frente Zé João, já estava a tardar um novo Zé Povinho.
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