quarta-feira, 7 de setembro de 2005

A outra história de Jesus. Parte III

Jesus era um incansável Messias, como todos sabem operava milagres, através, claro está, do poder económico do papá. Como se não bastasse, resolveu investir no ramo da saúde, curando paralíticos, leprosos, cegos e algumas outras doenças. Tudo isto ficava à distância de um pequeno cartão, uma espécie de cartão de saúde, que era um cartão de milagres; funcionava de um modo semelhante aos cartões de cliente: dava descontos, ao fim de um número de milagres podia ter-se um milagre gratuito, desde que não fosse muito dispendioso, enfim, era um cartão com inúmeras possibilidades, tudo para o bem dos clientes de Jesus. Ele sabia investir, o negócio da saúde era muito lucrativo, visto viverem numa época em que as pragas e as maldições andavam na moda. Jesus foi o primeiro a operar por si próprio, tendo alguns dos apóstolos como accionistas, nomeadamente Pedro, que o negou três vezes, quando foi descoberto que Jesus desviava dinheiro para uma conta, não na Suiça, mas para o Reino dos Céus, um empreendimento turístico que ficava numa ilha no oceano Pacifico. O outro accionista é Judas, esse famigerado traidor, que vendeu a sua parte das acções a Caifás, por apenas trinta dinheiros, fazendo deste um dos principais accionistas, mas do lado inimigo.
A câmara municipal de Jerusálem organizava a feira da ladra à porta, e nas imediações, do Templo, o edifício do pai de Jesus. Episódio caricato. Jesus chega uma sexta-feira de manhã à empresa, isto depois de muitas vezes ter encontrado os vendedores ali à porta, e começa a estrebuchar, dizendo que aquela era a casa do seu pai, uma casa de culto e que não admitia que se fizessem negócios ali. O tumulto instalou-se, Jesus armou-se em rebelde e vá de distribuir chapada pelos vendedores e, nessa mesma noite, foi preso.
Agora fazemos uma pequena intrusão para vermos a prisão de Jesus:
Na noite da chamada Última Ceia (o que é mentira, Jesus comia sempre, antes de se deitar, ou na eventualidade de ser crucificado ao meio dia do dia seguinte, uma tigela de cereais Crispy Jew, o que faz com que a festinha privada no restaurante seja a Penúltima Ceia) Judas ficou ofendido por ter comido tão pouco e por ter pago tanto. O bocadinho de pão e as pinguinhas de vinho que bebeu não lhe aconchegaram o estômago. Jesus, que tinha uma granda converseta, só pagou as entradas, desculpando-se com uma historieta qualquer de este é o meu corpo, e este é o meu sangue, “messianices”.
Judas saiu primeiro, completamente chateado com Jesus, por saber que cada um pagava o seu e ele ter pago tanto. Vendeu imediatamente as acções a Caifás e contou-lhe o que se tinha passado à porta do Templo. Enquanto isto, Jesus e os apóstolos foram todos para o condomínio privado “Jardim das Oliveiras”, onde beberam mais um copito e falaram sobre o pai de Jesus e de como toda a gente o queria conhecer. Os soldados não demoraram muito, seguindo Judas, entraram pela porta do condomínio e Judas deu um beijo na face de Jesus (facto que levantou burburinho nas revistas da época), foi automaticamente preso, acusado de fuga ao fisco, amotinação e, após o beijo de Judas, de sodomia e perversão dos costumes. Pedro chateou-se e cortou a orelha a um soldado. Jesus deu-lhe um cartão de saúde e custeou todas as despesas da cirurgia estética… continua no próximo post.

1 comentário:

Anónimo disse...

És impagável! Operar o milagre das gargalhadas às 18h27 no final de um dia impossível de trabalho!!!
O melhor é aderir ao cartão Jesus para fazer o tratamento completo.
Termina a Saga de Jesus, por favor!
Susana
smol@netcabo.pt