terça-feira, 13 de janeiro de 2004

O lado negro dos provérbios populares

Quem se lembrou de dizer que “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”, devia ser excomungado da memória popular… Não é que o ditado esteja fora de moda, ou que a sua aplicação possa interferir com alguns dos senhores do poder do nosso, tão amado, país de brandos costumes, diga-se aliás que, se decidíssemos todos roubar o Governo, seríamos perdoados para sempre. Mas não é disto que quero falar, a situação do país, julgo eu, já se basta a si mesma, “o pior cego é aquele que não quer ver”, lá está mais um ditado. O real problema do ditado é a absolvição da consciência criminosa, pelo facto de estar a fazer justiça por si, sendo criminoso, julgando que a ambivalência de papéis lhe entrega o perdão. Ao que me quero referir é ao facto do Sr. Carlos Silvino, o “Bibi”, como gosta de ser chamado pelos comparsas do fetiche, querer apresentar uma queixa-crime contra o Sr. Adelino Granja, o mal não está no facto de apresentar queixa, o mal está em quem a apresenta, não espere o Sr. “Bibi” que a tradição do ditado popular o absolva. Nem por sombras! Não que ele esteja a roubar alguém, porém, criminoso como ele é, ou bode expiatório de uma laranja podre (vá-se lá entender o que calcorreia a minha iletrada mente!), diga-se que o ditado não se desvirtua totalmente do seu sentido, basta mudar para “criminoso que culpa criminoso tem cem anos de perdão” mata-se a rima, no entanto dá-se um sentido actual ao ditado cujo lado negro, ou seja, a sua real aplicação (não dizemos ditados só por dizer, apesar de ser bonito de vez em vez), acaba por apanhar na calha aqueles que ainda julgam que “à noite todos os advogados são parvos”… Ups! Desculpem, “à noite todos os gatos são pardos”. Ai os provérbios!!

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