quinta-feira, 7 de outubro de 2004

A Esquerda


Agora que Sócrates veste as luvas rosa para que, enfim, o autocarro da comitiva prossiga à moderna, isto é, pela faixa da direita, Carvalhas vai abandonar o cargo de secretário-geral do Partido Comunista Português. Das duas novas uma delas peca pela sua veracidade, a outra é de bradar aos céus.
Eis que Sócrates, que de pensador só mesmo o nome, decide apresentar-se como um senhor capaz de transformar a Esquerda numa moderníssima aliada, à guisa do sidekick (como o Robin é do Batman), da não menos moderna Direita.
Alegre, triste pela derrota, vê angustiado que Che Guevara é só mais uma T-Shirt, talvez uma cara numa cigarreira qualquer.
Soares, qual João Loureiro, chora no colo de seu papá, reclamando a sua Esquerda, dizendo que é melhor que a dos outros.
Carvalhas leva consigo muito poucas saudades, existem uns quantos abutres a querer uma Esquerda mais para o moderno, com um novo design, quiçá a curvar para o lado direito.
Se a Esquerda não é solução, a perda de ideais também não leva a lado nenhum, a não ser à confusão dos coitados, esses decadentes, os que votam.
Assim temos uma Esquerda moderna, por isso destra, triste senhora. Temos um líder que abandona. E que venha o primeiro a andar em contra-mão na auto-estrada politica, pela faixa da direita é que se anda bem.
Não esquecer que as ultrapassagens bem feitas se fazem pela esquerda.

Sem comentários: