Uma mulher, supostamente muito pobre, sem dinheiro para mandar cantar um cego, isto é, sem dinheiro para comprar um álbum do Stevie Wonder, foi hoje a tribunal por ter pedido mais de doze desejos na passagem de ano. Segundo os familiares da ré, Joaquina terá comido quase trinta passas. Pelo que nos foi dito, por uma vizinha intriguista, doze dessas passas estavam cobertas pelo plafond do Visa, e as restantes dezoito por dinheiro não declarado que tinha amealhado na venda de pinças para arranjar sobrancelhas. Como boa portuguesa que é, Joaquina não se preocupou com o gasto, nem tão pouco julgou que embirrassem com ela. Assim, passados poucos dias, foi intimada pelo tribunal. Joaquina gastou os desejos em coisas simples: uma V5 pró meu José, um secador debulhador para a minha mais velha, um raspa dentes transfigurador de porcelana indo chinesa para o meu Amílcar, o mais novinho, e, finalmente, para si que nunca foi de pedir muito, um desfibrilador multicolorisse com doseador de pigmentos para problemas de pele, pois sofria de bexiguice crónica.
Satisfeitas todas as necessidades básicas desta família portuguesa, gastou-se o resto do dinheiro em coisas fora do comum, extravagâncias: lá se comprou um pacote de leite magro, que estamos em tempo de vacas sub nutridas, deram-se ao luxo de comprar pão, estavam ricos!, e, espanto, os últimos dois desejos chegaram para uma bilha de gás e para manteiga. Viva o luxo!
Joaquina foi a tribunal, mas foi de cara arranjada!
Publicidade: Com Visa, é assim, pode ter tudo. Basta pedir que nós concedemos.
Não se esqueça é que depois vai ter de arrotar com juros que nem uma perdida e que se não pagar lhe fazemos bem pior que um grupo de ciganos a quem tenha tratado mal na feira lá da sua terra. Acredite que queremos o melhor para os nossos clientes a partir do momento em que arrotem com a guita quando têm de arrotar. Ou pagas ou morres.
Com Visa, tenha tudo e mais do que precisa.
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