sexta-feira, 15 de abril de 2005

Lobby dos Bosques, o cifranesco meditabundo.

Lobby tem pança farta, se bem que privada. Lobby gosta de fartura, marcas que incandescem os olhos de Esquizotuga. Lobby é sacolas azuis, pela porta do cavalo dão entrada os favores e demais amores, tudo pela saúde do ditoso caroço. Esquizotuga embasbaca-se com a linguagem escabrosa do cifranesco. Na verdade, Lobby dos Bosques rouba dos pobres para dar aos ricos. Lobby gosta de superfícies megatoneladas por bípedes analistas das intemporais crises do seu próprio umbigo. Lobby gosta de 3G para ver que do outro lado se cumprem rituais. Esquizotuga enamora-se de Euros e Expos e demora-se no perceber das eleições, aguarda, sem exasperar, pelo Messias da urna, sem que para isso algo faça. Lobby gosta da trapaça. Em paixões de sobejo lucro é jogado o xadrez a bem jogar. Lobby gosta de ir ao hospital. Genericamente falando, comparticipa da doença alheia, os medicamentos estão caros. Esquizotuga arde na fogueira do acontecimento mediático, isto serve a Lobby dos Bosques. Esquizotuga consome verdades proferidas pelas ninfas de Lobby, as celebridades. Adormece com a prece e ao acordar esquece que terá de viver mais um tempo com o peso do seu próprio voto. Esquizotuga escolheu a liberdade de poder organizar fogueiras de vaidades. Em Luso orgulho se espelha a desgraça. Lobby acha-lhe graça. Entrecorta-se a historieta entre estes dois que se não entendem, enquanto um se esquece de si o outro pergunta por quanto se vendem. Esquizotuga é saudosista, pesa-lhe a memória de Quinhentos, tem Camões à perna, gosta de um Figo regado com Amália e quer um Eusébio em Estado Novo, para não falar de um Sebastião (que não coma tudo) trajado de cores que, no espectro cromático, se situem no centro. Lobby é amigo de Felgueiras e esforça-se por bombardier Esquizotuga, vai à procura da mais-valia para terras onde os braços dão mais lucro. Lobby, com apito de áureo metal, arbitra o futuro de Esquizotuga. E assim nos rimos da vida…

P.S.- A opinião transforma-se em crítica, a crítica dá origem à história. Não é necessário que as coisas funcionem, de facto, deste modo. O que acabou de ser escrito não tem pretensão nenhuma para além da fábula. Qualquer interpretação para além disto é punida com o não pagamento do subsídio de férias.

1 comentário:

Cláudio disse...

Muito bom, mas acho que vou ficar sem subsídio de férias.... :|