segunda-feira, 24 de novembro de 2003

Espelho para quê?

Quem costuma frequentar cabeleireiros ou barbeiros sabe que é prática corrente. Mas, no meu caso é estranho. Chego ao barbeiro, aqueles de bairro onde se fala de gajas e de futebol em português vernáculo, e, quando não tenho que esperar e ler uma revista, sento-me numa cadeira ultra-moderna. Essa é outra, porque é que num barbeiro, supostamente para Homens (a maiúscula é propositada, para dar ideia de machos latinos dominadores), há a "Tv Guia", "Tv 7 Dias", "Caras" ou a "Lux"? Interrogo-me várias vezes, mas até hoje não tive coragem para perguntar ao barbeiro o porquê da sua opção. Talvez uma "Men´s Health", a "Turbo" ou mesmo a "Playboy" refundida no meio dos jornais desportivos. Não sei, sou eu a divagar. O que é certo é que, por exemplo, descubro que a Marisa Cruz "tem um namorado" (de referir que assim a expressão torna-se intemporal, e não corro o risco de estragar alguma "bomba" de uma qualquer revista). Mas o que é certo é que leio, porque lá está. Confesso que me custa chegar e sentar logo na cadeira, antes de fazer uma breve revista de "imprensa". Mas vamos realmente ao que interessa.

Eu chego ao barbeiro, já saltei toda esta parte das leituras, e é como no café: "o costume". Lá vem a máquina, pente 3. No fim daquilo tudo, que é basicamente passar a máquina indiscriminadamente sobre a cabeça vem a parte que me intriga. Isto já depois do pó de talco e de aparar as patilhas. Como dizia, vem aquela parte em que o barbeiro (ou qualquer outra variante) agarra no espelho e mostra-me como ficou atrás.

-"Gosta? Tá bom?"

Mas para quê, já está feito!!!

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