E eis que se apaga a luz. Catrapus! Catrapus! Vai-se o padre, vai a batina, baixa-se, do palco, a cortina, indo tudo a galope, porque a passada a trote não nos demonstra progresso. Mata a luz! Mata a luz! Catrapus! Catrapus! O outro, mal morto na cruz logo foi mais traído que pelo tal de Iscariotes, enforcado na figueira por não existirem escadotes. E que motes, que lemas, que teoremas bastam para matar as escarninhas hienas que se vão valendo das renas para puxar o trenó. Vá, apaga a luz! Catrapus! Catrapus?! Que se o espelho não reluz é porque está avariado, o coitado, lá se vai da imagem a ilusão, depois de tanto plástico lá vem o caixão. E morrem os vermes intoxicados porque consomem, angustiados, os restos mortais de uma Barbie por medida, e que saída?! Deixa estar a luz acesa que se não incendeiam as retinas, se nuns dias vestimos farrapos, logo virão as capas finas, as de cetim. Ouviremos o mundo dizer que nunca viu coisa assim, da aparência se faz de novo ciência e no palco a morte é mote da pureza e da indecência. Deixa então a média luz, lusco-fusco artificial, umas vezes contentes, outras ainda sem nos sabermos parentes do realmente real. Acende a luz que a apagaste sem querer, entre o bem e o mal, entre o aparente e o real, vamos vez em vez beber ao profano ritual. Despe batina! Veste batina! Apaga, acende a luz! Baixa e levanta a cortina! O mundo roda, roda, roda e mesmo no Caos ninguém desatina.
Sem comentários:
Enviar um comentário