Finalmente o Mendes chegou à conclusão de que com o Tó Marmeleiro não faria dinheiro. Quanto muito faria farinha com a Belinha, moradora de Vila Bela. Mas só lhe restava fermentar-lhe a imaginação com umas quantas antologias poéticas e outros tantos romances de cordel para sobremesa do primo Manel. O meio era rural, mas não tão arcaico que se chegasse a vias de facto de duelos e coisas que tal, e Belinha acatava, pacata, o Conselho Familiar que, encabeçado pelo tio Fragata, deliberava a propósito da sua futura descendência. Vila Bela situava-se longe do mar e o tio era Fragata só de alcunha, pois na realidade era caçador, e apreciava nos machos mais a capacidade de recolecção do Neolítico que o fraseado do Romantismo. Indicava o primo Manel, salientando as suas qualidades de varejador na apanha da azeitona mas, adivinhando a predilecção da Belinha pelo palavroso Mendes, murmurava para o compadre Marmeleiro:
- Tenhamos a perdiz, depois se tratará do molho
by Gui
3 comentários:
Ó Gui, caso seja possível introduzir por aqui uma espécie de "discos pedidos" eu até gostava de ver este tal Mendes (ou outro) embrulhado no enredo do "até à lavagem dos cestos é vindima".
Pensa no meu caso e beijito
Boa, Anette, confesso que estava a ficar sem ideias e prestes a deixar cair a história do Mendes... vou pegar na tua deixa, obg!
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