segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Carta de suícidio de um masturbador.

Oh, vós que sois pela vida, decidi matar-me! Que me perdoe Deus, mas sou fraco aos olhos da Evolução. Este bilhete de suicídio é legítimo, diz-me o meu amigo imaginário.
Não julguem que me mato porque não gosto da vida, enganam-se. Mato-me porque nunca experimentei a morte e porque sou um incurável masturbador. Atenção, atentem neste pequeno facto: sou um masturbador. Nunca tinha encarado a masturbação desta forma... sou um criminoso. Admito que sinto prazer quando me masturbo, e que me suicido por isso mesmo, por sentir prazer. Que Darwin me perdoe. Sou fraco, mas tão fraco, tão fraco, que em vez de gemer quando atinjo o orgasmo, grito: Genocídio! Eu era pela vida, até saber que as meninas têm o período porque os coitadinhos dos óvulos não são fecundados. Ooooh, pobre de mim! À hora que lerem esta carta já eu estarei morto, porque, se já estivesse morto agora, não conseguiria escrever esta carta. Que Darwin me perdoe. Eu também votava não, quando me perguntavam umas coisas, mas quando me perguntavam outras, eu votava sim. Estão a ver como eu percebo da vida. Oooooh, pobre de mim! Agora... Eu não tenho culpa de ter o polegar oponível, e de às vezes me dar vontade de esgalhar uma, culpem a Natureza, eu sou só um pobre coitado. Lamentavelmente, moro num T1 ao pé da Recta dos Comandos da Amadora: a masturbação serve apenas para me libertar da pressão, desculpem-me. Eu nunca vou conseguir ter uma família, porque a minha mulher, por estranho que pareça, só vem cá se lhe telefonar e cobra-me dinheiro; sempre considerei a minha relação estranha. Com os meus colegas isto não sucede. Despeço-me, apelando à não masturbação, é bom, mas prejudica; se não acreditam, atentem nos pequenos e indefesos espermatozóides a cair e a bater com as cabecinhas nas quinas do vosso polyban, ou da vossa banheira. Ooooh, a crueldade! Assim, ponho fim a esta miséria em que vivo, e esgalho uma na despedida. Mesmo que sejam pela vida, não tentem reanimar os espermatozóides, porque eu sou tão mau, mas tão mau, que esgalho a minha última numa banheira cheia de lixívia. Ooooh, pobre de mim... Adeus.

3 comentários:

Piston disse...

É bem. Somos todos criminosos.

António Raminhos disse...

Uma vez, durante a dita, parei para pensar a quantidade de Nunos Gomes que poderia ter dado à vida... e então resolvi continuar a masturbar-me...

Tó do Samouco

www.samoucoaorubro.blogspot.com

Marcaquinho do Chinês disse...

eeeeh, coitadinho o Nuninho! ele é bom jogador, de um desporto qualquer que ainda não foi inventado!