segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

A homenagem possível...

Como dizer que sinto muito… gostava de expressar a minha raiva contra a Ceifeira que teima em levar para o seu mundo aqueles que julgamos ser os Bons… quantas vezes não ouvi dizer da boca dos mais velhos “ a morte só leva os bons, os maus ficam cá todos”, não posso chegar a tanto, pois não conhecia tão bem assim o malogrado jogador Miklos Feher, e por este motivo ficam de lado os juízos de carácter e entram em cena os possíveis lamentos, que nunca são suficientes quando se assiste a uma tragédia destas. Não choro a sua morte, no entanto, solto pequenos suspiros, de indignação, de interrogação e principalmente de tristeza. Os suspiros de indignação porque a própria vida prega rasteiras que, a nós os vivos, nos surpreendem, rasteiras que nos deixam indignados, enfim, rasteiras que nos jogam no abismo da morte, numa queda final… dada a situação, pela sua profissão poderá até dizer-se, em jeito de piada possível nestas alturas, que “a morte entrou a pés juntos”, e pôs em riste a sua alma… sinal de respeito perante o fim… suspiros de interrogação, porque me surge o inevitável “Porquê?”, "Por que motivo?", interrogações, nascentes de onde brota o rio dos argumentos… as especulações são afluentes… mais do que procurar a causa da morte, reflectir sobre a nossa própria vida, os momentos (obrigado Cláudio!) coleccionem-nos, se for possível, multipliquem-nos. As mais sinceras e sentidas condolências… Até à Eternidade Miklos Feher…

Momento(s) de luto

Em certos momentos somos obrigados a reflectir. Há acontecimentos que nos marcam sobremaneira. Mesmo, por vezes, com uma dor sem lágrimas, toca-nos. Profundamente. Mesmo sem o contacto directo com a situação. Mas o contacto em directo tem um efeito exacerbador da partida, do adeus. São momentos tão raros como profundos. Tão rápidos como dolorosos. Há coisa que nos fazem pensar no que são afinal os anos, os meses, os dias, os minutos. Por isso, as garantias que temos são guardar tudo em momentos. Meros momentos. Vividos com a fragilidade que a vida nos traz. Foi num momento fulminante que Miklos Fehér desapareceu, aos 24 anos. Um só momento, tão frágil, tão rápido e tão intenso. Uma pequena homenagem de pesar ao homem, infelizmente morto em directo na Tv. Condolências e pesar.

sábado, 24 de janeiro de 2004

Tem cartão dominó?

Apesar das mil e uma vezes em que já fiz compras no Pingo Doce lá perto de casa – desculpem não ser mais precisa, mas a fama tem destas coisas – a desgraçada ou o desgraçado que está na caixa teima em perguntar-me se tenho cartão dominó.
O momento de pagar as compras já se transformou até numa vivência pura de angústia, por não ter o tal mal fadado cartão dominó. Já experimentei dizer logo um “Não”, antes sequer de dizer boa tarde, mas é escusado. “Tem cartão dominó?”. E lá volto a dizer, agora mais baixo, que “Não”, enquanto um velhote sorridente atrás de mim vai abanando orgulhosamente o porta chaves onde está pendurado o irritante cartão. Como se ali os possuidores da chapinha fossem os reis e os outros uma cambada de marginais. Só o nome faz confusão. Dominó! Quem se terá lembrado de um nome tão estúpido para uma acção de descontos? Já estou a ver a discussão à volta de uma grande mesa, onde estão presentes os maiores cabeçolas do grupo. “Opá eu acho que Mikado pegava melhor”. Enquanto outro a barafustar, o vencedor, “Isso não tem jeito nenhum. Era a mesma coisa que termos um cartão de desconto chamado Batalha Naval. Ficamos com Dominó”. Reunião terminada.
E coitados agora dos funcionários das caixas do Pingo Doce a repetirem por horas e horas seguidas a estúpida pergunta “tem cartão dominó?”. Aliás, já são muitos os que balbuciam qualquer coisa como “em artão minó?. De tantas vezes fazerem a pergunta. Isto é desgastante!
Conta-se que há uma moça, a Sandra, que não aguentou. Está de baixa por tempo indeterminado. Largava o Pingo. Chegava a casa e o marido logo a seguir. O querido para ela. “Então Sandocas, correu-te bem o dia?”. E ela já sem dar conta a responder-lhe “Tem cartão dominó? Correu, tou cansadita”. E cada resposta, cada conversa, cada reza, não conseguia ser expressada sem a pergunta matemática. Está de baixa. As vizinhas dizem que se fecha em casa a comer iogurtes magros e a inventar paciências. Não com cartas, mas com peças de dominó.

terça-feira, 20 de janeiro de 2004

À rectaguarda e daqui para a frente

Olá! Primeiro deixem-me cumprimentar as três novas pessoas que passaram a visitar a página quando souberam que eu ia meter aqui uma colherada. A saber: olá mãe, olá pai, olá D. Carminda (a senhora da papelaria lá ao lado da minha casa que se apaixonou pela Internet quando descobriu que tinha todas as receitas de culinária do mundo).
Depois, quero dedicar esta minha participação a todos os atletas, amadores e de alta competição, que conseguem realizar mortais encarpados à rectaguarda.
Finalmente, dizer que vou tentar aproveitar este espaço da melhor maneira. Daqui para a frente vou dar asas à minha expressão, vou sugerir-me (tal qual Carrilho afunilado para a Câmara de Lisboa), vou acender as luzes, vou para a frente. Porque isto de estar sempre a dar mortais à rectaguarda é muito bonito, mas se não se conseguir andar para a frente...ai, ai!
Bom, e se calhar ficava por aqui. A minha mãe diz que sim. Que assim está muito bonito, filha. Ainda bem. Confesso que fiquei um pouco nervosa quando comecei a escrever, mas caramba...se o Carlos Castro se farta de escrever porque é que eu não posso fazê-lo?

segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

Mais uma lufada de ar fresco... agora a escrita acrobática

Pois é, consegui juntar mais um grupo de três pessoas a visitar a Ventoinha. Uma vitória. E, mais uma vez, a aquisição é de peso. Um toque mais feminino da Ventoinha, que já fazia falta. Mas não só um toque feminino, como um toque acrobático.

A aquisição de Inverno dá pelo nome de Ana Oliveira. Uma escrita ímpar. Por vezes cantada. Mortais encarpados à rectaguarda nos textos é o que todos os leitores podem esperar. Acrobacias de uma escrita limpa e objectiva, com aquele sentido de humor que se quer.

domingo, 18 de janeiro de 2004

Publicidade enganosa?

Confesso que não sou de me deixar influenciar muito pelos anúncios na televisão. Mas recentemente surgiu um que me fez pensar. Com a repetição vezes sem conta cheguei mesmo a fazer algumas introspecções. Uma coisa que para mim era banal deixou de o ser. Até então não via prazer nenhum em lavar a cabeça. Ora um shampoo (champô em português) que nos faz gemer é algo inquietante. Os gemidos, levados ao extremo, numa casa-de-banho de um avião, fazem pensar. Nota-se ali um certo exagero, mas na proporção certa para suscitar curiosidade. Sem querer baralhar apenas duas considerações rápidas:

- apresentem-me aviões que tenham casas-de-banho com espaço para lavar a cabeça.
- alguma casa-de-banho tem intercomunciador?

Continuando. Por acaso (ou talvez não) estava eu a tomar banho quando me deparei com uma embalagem de Herbal Essences. Esse mesmo! Nem pensei duas vezes. Experimentei. Desilusão total. Lavar a cabeça voltou a ser uma coisa sem qualquer prazer orgásmico. Até usei mais quantidade de champô do que o nornal..... e nada! Nem um simples e contido gemido. Nada, rigorosamente nada. Mesmo assim, ainda me perguntei no fim:

- Será a falta de um intercomunicador?
- Será que é só para mulheres?
- Ou só funciona nos aviões?

Sem respostas, apenas cheguei à conslusão que é certamente o champô da Júlia Pinheiro. Eu, nem um gemido!

terça-feira, 13 de janeiro de 2004

O lado negro dos provérbios populares

Quem se lembrou de dizer que “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”, devia ser excomungado da memória popular… Não é que o ditado esteja fora de moda, ou que a sua aplicação possa interferir com alguns dos senhores do poder do nosso, tão amado, país de brandos costumes, diga-se aliás que, se decidíssemos todos roubar o Governo, seríamos perdoados para sempre. Mas não é disto que quero falar, a situação do país, julgo eu, já se basta a si mesma, “o pior cego é aquele que não quer ver”, lá está mais um ditado. O real problema do ditado é a absolvição da consciência criminosa, pelo facto de estar a fazer justiça por si, sendo criminoso, julgando que a ambivalência de papéis lhe entrega o perdão. Ao que me quero referir é ao facto do Sr. Carlos Silvino, o “Bibi”, como gosta de ser chamado pelos comparsas do fetiche, querer apresentar uma queixa-crime contra o Sr. Adelino Granja, o mal não está no facto de apresentar queixa, o mal está em quem a apresenta, não espere o Sr. “Bibi” que a tradição do ditado popular o absolva. Nem por sombras! Não que ele esteja a roubar alguém, porém, criminoso como ele é, ou bode expiatório de uma laranja podre (vá-se lá entender o que calcorreia a minha iletrada mente!), diga-se que o ditado não se desvirtua totalmente do seu sentido, basta mudar para “criminoso que culpa criminoso tem cem anos de perdão” mata-se a rima, no entanto dá-se um sentido actual ao ditado cujo lado negro, ou seja, a sua real aplicação (não dizemos ditados só por dizer, apesar de ser bonito de vez em vez), acaba por apanhar na calha aqueles que ainda julgam que “à noite todos os advogados são parvos”… Ups! Desculpem, “à noite todos os gatos são pardos”. Ai os provérbios!!

domingo, 11 de janeiro de 2004

Manuel Maria vs Santana Lopes

Manuel Maria, o crónico descarrilado do PS, furtivo crítico e ovelha tresmalhada no dividido Partido Socialista apresentou-se. Chegou-se à frente. Sugeriu-se-nos. Levantou o dedo. Manuel Maria, o filósofo da cultura portuguesa, quer combater o temido e mediático Pedro Santana Lopes. Homem também da cultura, mais popular e feminina. Sem dúvida, a confirmar-se, tal como não fez questão de o fazer Ferro Rodrigues, o dono do Gastão, criaria uma enorme divisão social. O raciocínio, se bem que pouco filosófico ou sequer cultural faz sentido: Pedro Santana Lopes é um orador nato, cheio de truques e almeja agradar a gregos e troianos. Muito poucos atingem o seu nível perante os votantes. É bem posto. É do Sporting mas descerra placas no Estádio da Luz. É de direita, mas consegue abrir guerras entre os partidos da esquerda. Não é casado mas tem fama de agradar (e não só) as mulheres. Manuel Maria, o Carrilho, tem a Bárbara Guimarães. Ora se um agrada às mulheres o outro tem uma mulher que agrada aos homens. Duelo de titãs.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2004

Terroristas do Borda de Água

A notícia vem hoje publicada n´A Capital. Passo a citar: "O FBI está a avisar a polícia em todo o território dos Estados Unidos para estar alerta a pessoas que andem com almanaques, advertindo que os populares livros de referência, que cobrem tudo desde abreviaturas às variações do clima, podem ser usados para o planeamento de ataques terroristas".

Quem já reagiu à notícia foram os romenos da Rotunda do Relógio, em Lisboa. Romesheva disse à Ventoinha: "Fui já abordada por elementos da Polícia Municipal [a equivalente portuguesa do FBI, como se sabe], que me confiscou todos os Bordas de Água que vendia nos semáforos." Consta que o bem conhecido almanaque escondia apontamentos de uma comunidade de leste que se preparava para roubar autorádios em Chelas. A Polícia Municipal convocou entretanto uma conferência de imprensa para mostrar ao País (e ao mundo) o material confiscado durante a operação "borda americana". Mais de 1500 exemplares da última arma terrorista descoberta. Os cientistas desconfiam que seja a mais poderosa dos últimos anos. Quem esteve em Lisboa foi o chefe do FBI, como forma de reconhecimento da sua congénere portuguesa. Alerta laranja em Portugal.

D. Luso Kinas, o Esquizotuga Megalómano ;)

A aventura começa numa exposição que, por defeito ou benção, se revelou "buracosa", pelo menos "orçamentalmente". Assim começa a avenTuga no teatro do Admirável Mundo Novo, por mais que o interior esteja imundo a aparência é senhora. Em tempos, já passados, de entusiasmo rosa, o choque foi encabeçado pelo Primeiro das contas por fazer... Primeiro será o mesmo Ministro que em tempos de euforia política, erecção socialista á moda do Capital, é senhor de um governo que concorre, mais uma vez, ao que menos precisamos... Um Euro, não é por calhar em bissexto que se lhe altera a qualidade de desnecessário.
O político mete ao bolso, é salafrário, temos contas e impostos, gasolinas e farináceos caros, só não se nos aumenta o salário. O minimo que podiam fazer era olhar por quem precisa, já estamos sem dinheiro e, mesmo assim, ainda nos querem a camisa. Porém de forças se faz o Portugal laranja, que pelos animais de São Bento, dá sinal de Granja. As ovelhas, tresmalhadas ou não, encontramo-las cá fora, não só do edifí­cio parlamentar, mas da própria "salganhada" de tachos e panelas. Somos governados por quem ainda espera pelas Caravelas e p'ra quem o D. Sebastião, curado das mazelas, ainda governará com alma e coração...
Não é por estarem sentados à esquerda que se dizem da oposição, indefinidos e conspurcados - os ideais-, o Capital é Senhor, ficam no bolso - de alguns- as reformas, constroem-se estádios de grande valor. Na avenTuga do D. Luso Kinas, o Esquizotuga Megalómano damos sinais de riqueza, mas somos um Portugal retrógrado. O Velho do Restelo, reformado sem reforma, vê passar submarinos, sem ter dinheiro para o aconchego do pêlo... Todos nós sabemos que o Dr. Paulo Portas não teve soldadinhos de chumbo quando era pequeno mas, era escusado o capricho... Bem vindos a Portugal! entrem e sintam-se em casa! O país tem Portas e nós, como em Aljubarrota, somos um povo Durão...

terça-feira, 6 de janeiro de 2004

Apresentação do novo "membro" (Cuidado com as confusões, n se trata de uma cirurgia)

Boas noites, tardes ou mesmo dias... Se me perguntarem o nome sou obrigado a responder que é Marco, visto já ter concedido, ao Cláudio, a autorização para me apresentar ( sim porque isto aqui no Ventoinha é extremamente formal para uma melhor funcionalidade do produto, procuramos servir os portugueses, não à moda de São Bento, porque não pretendemos pedir dinheiro em troca de um serviço que demora tanto a chegar como o combóio que vai de Casa Branca a Évora). Assim apresento-me: Sou Aquário tenho 1,80 m (deitado) sou Gordinho (para o lado do osso) e tenho a ambição de escrever até cair para o lado, sempre tive vontade de participar numa coisa assim, espero sair daqui e ser uma estrela... ups... este era o discurso para o Big Brother... Para falar a verdade até sou girote, muito catitinha e vivo algures perdido entre o combate ao consumo excessivo e o amor ao Pro-Evolution Soccer... Nesta aparente contradição tenho espaço ainda para acreditar que o mundo pode ser melhor... ups... este era caso ganhasse o concurso de Miss Universo. Estou portanto perdido no meio dos guiões que escrevi para os concursos mais brejeiros que possam imaginar... entre um caranguejo e uma foca, gosto muito mais das baleias azuis, porque se de castores se precisa para construir o dique, mais vale tar quieto e deixar isso para as lontras do Alfeite e a sua frota de grandes embarcações... Aceitei o convite do Cláudio e juro, pretendemos ser mais cáusticos que a soda, quem fôr nosso alvo que nos perdoe a f#*@. Felicidades e bom ano...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2004

Ventoinha cresce...

É com muito prazer que anuncio aos cerca de quatro leitores assíduos e aos restantes seis ou sete que preciso de obrigar a aceder à Ventoinha que a equipa acaba de crescer.

Além de mim passa aqui a refrescar as ideias o Marco. Um grande amigo. Grande. Dono de uma escrita poderosa e súbtil, tem no sentido de humor a sua principal arma. Não preciso de o referir. Ele vai começar a escrever. Agradeço apenas a honra que este grande amigo me dá. E deixo o aviso: Ainda vão ouvir falar dele. É um prazer para mim. Grande prazer.

Agora, só falta juntar o Aloe Vera!